O Brutamonte do apê 210. III

2.4K 248 21
                                    


Eu estava realmente cansado, quando acordei Hugo já não estava mais do meu lado. Dei um pequeno sorriso ao lembrar que dormimos juntos. Levantei me espreguiçando e organizando as coisas em minha mente: hoje seria o dia de me matricular na facul e de receber meus móveis.

Pus os pés no chão e na mesma velocidade os tirei, o chão estava congelante, sai na ponta dos dedos procurando minhas sandálias pelo quarto.

Assim que abri a porta senti um dos melhores cheiros da vida, cheiro de café sendo feito.

-Aim que delícia. Como eu amo café. Disse indo em direção a cozinha.

-Bom dia. Disse Hugo terminando de preparar o café.

-Nossa, ele tá educado hoje. Que milagre.

Tá, dessa vez eu o provoquei, mas foi mais forte do quê eu. Sem dar chance dele me responder eu parti pro banheiro e fiz meu asseio matinal. Assim que voltei ele estava sentado nos bancos altos da cozinha americana tomando seu café e comendo pão. Passei por ele já arrependido da brincadeira, ele realmente parecia não ter gostado.

-Bom dia Hugo. Dormiu bem? Falei o olhando com ternura.

-Mais o menos. Você se mexe muito, mal dormi.

Eu o olhei meio incrédulo e a ternura tinha passado, como assim eu me mexo muito? Que mentira.

-Eu me mexo muito? Você ronca feito boi e nem por isso eu tô reclamando. Acordei varias vezes na noite assustado com o seu ronco.

Ele parecia um motor.

-Eu não ronco. Ele disse comendo seu pão.

-Você ronca sim, e não é pouco, viu!

-Não vejo, logo não fiz.

-Pois me aguarde. Irei grava-lo da próxima vez.

Ele me olhou e não respondeu nada.

-Onde ficam as xícaras? Perguntei.

-Segunda porta do armário. Ele respondeu rapidamente.

Assim que eu provei o café um corrente elétrica pareceu passar pelo meu corpo. Ele podia não saber cozinhar, mas sabia fazer café.

-Nossa, tá uma delícia. Disse saboreando.

-Hum, finalmente um elogio.

Sorri ao vê-lo falar aquilo, se qualquer um visse aquela cena provavelmente diria que éramos no mínimo namorados.

-Eu elogio quando a pessoa merece. Parabéns, seu café é ótimo.

-Obrigado, chef.

Terminamos de tomar nosso café vendo o jorna local numa pequena tv de led que tinha na cozinha. Me levantei e fui lavar nossos pratos, assim que deixei a pia organizada limpei todo o nosso balcão e ele apenas me olhava.

-O quê foi? Perguntei enquanto fazia as coisas.

-Nada, é que o outro cara com quem eu dividia o apê era um moleque preguiçoso. Acho que acertei contigo.

Sorri devolvendo o elogio.

-Ah, hoje eu vou na Facul me matricular e espero que eu volte logo para receber meus móveis.

-Relaxa, eu vou estar em casa.

-Aim obrigado, assim fico mais tranquilo.

Sai em direção ao banheiro e tomei um belo banho, sai enrolado de toalha e torcendo para que ele não me visse assim. Abri minhas malas e não poder ver minhas roupas era uma derrota, tive que pegar o via pela frente, coloquei um short brim e uma polo, básico e bonito. Terminei de me arrumar e sai.

O Brutamonte do ApêWo Geschichten leben. Entdecke jetzt