O Brutamonte do apê 210. XI

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Eu estava sentado olhando sem foco ao redor enquanto passava minhas mãos suadas em minha calça.

"Caramba eu tô muito nervoso!"

Meu coração estava palpitando e não era por uma boa sensação.

Assim que o avistei vindo ao longe meu corpo multiplicou tudo o que sentia, meu nervosismo ficou muito mais aparente e o meu sorriso falso estava congelado em meu rosto. "Ah caramba, como eu começo? O que eu falo?"

Tudo era muito complicado em minha mente e eu pensava em tudo o que tinha acontecido desde que cheguei a SP até aquele momento.

-Oi.

Disse ele se sentando ao meu lado um pouco petrificado, ele também aparentava estar nervoso. "Mas porque?", me interroguei. O olhei mais fixamente e logo respondi:

-Oi Thiago. Tudo bem?

-Estou sim e você?

Seu sorriso não era tranquilo e nem tão feliz quanto me lembrava ser na noite passada, ele estava estranho. Isso é fato.

-Eu tô bem. O respondi tentando convencê-lo mas era nítido que havia entre nós um abismo gigante e não era só uma impressão minha, ele também estava visivelmente nervoso.

Ele continuou a me olhar e parecia estar preparando para me dizer algo.

-Você deve se perguntar o por quê desse encontro assim do nada né... Bom, é que eu preciso te falar algumas coisas.

Ele me olhou se ajeitando no banco frente a mim e agora focava com atenção em casa palavra que eu dizia, ele estava um pouco inquieto e antes que eu dissesse ele me interrompeu.

-Me desculpa te interromper Rafa, mas eu também tenho algo muito importante pra te falar. Não que o quê você tem a me dizer não seja importante, mas se eu não falar agora, talvez eu não fale nunca mais.

Ele pegou minhas mãos e as apertou dando agora sim, o sorriso do qual eu me lembrava.

-Olha, a gente tá se conhecendo e está sendo muito bom ficar contigo, bom até demais para falar a verdade. Ontem quando te levei para jantar eu fui sincero quando disse que você era único e eu cheguei à conclusão de quê você realmente é único.

Ele era tão afoito ao falar, seus olhos não paravam de me olhar e aos poucos fui percebendo que sua respiração ofegante estava desacelerando e que sua feição demonstrava agora um pouco de culpa. Ele continuou com a minhas mãos coladas nas deles e agora as apertava com um pouco mais de força.

-Eu tenho que te confessar que eu fiz uma idiotice ontem depois que te deixei em casa. Seu olhar congelou no meu por um segundo e depois continuou: -Eu sai com meus amigos para balada e lá eu acabei ficando com um outro cara... mas eu juro que ele não chega a 1% do homem que você é. Eu sei que não estamos tendo nada sério ainda, mas eu precisava te contar isso para que eu me sentisse limpo para seguir com o que eu quero.

Eu não demonstrei nenhuma reação. Estava apenas o ouvindo e assumo que dada revelação eu já tinha até me esquecido do quê falar com ele. Não que eu estivesse morrendo de ciúmes por ele, até porque não tínhamos nada fixo, mas gente "ele saiu do nosso encontro e foi para um balada e ficou com outro?"

-Eu passei a manhã toda na casa dos meus amigos e conversei muito com eles, e eu acho que estou cansado dessa vida clandestina Rafa, eu tô gostando mesmo de você e espero que você também esteja gostando de mim e que me perdoe pela minha atitude. Mas querendo ou não, foi por ela que eu me dei conta de quê eu cansei de viver assim. Então, depois dessa volta toda eu quero te dizer novamente que tu já é muito importante para mim e que eu quero muito poder passar de nível com você... Rafael, você aceita namorar comigo?

O Brutamonte do ApêOnde histórias criam vida. Descubra agora