03. M de Minatozaki, S de Sana

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A experiência de Kim Dahyun com filmes e histórias de terror era quase nula.

Seu repertório de coisas horripilantes se resumia em, basicamente, dois ou três filmes de suspense que Seokjin lhe fizera assistir, uma história antiga que o vovô costumava contar aos seus irmãos para impedí-los de sair de casa à noite e a expressão que Taehyung fazia ao ter que comer legumes, porque, acredite ou não, era bastante assustadora.

Ela não entendia nada sobre o gênero terror, serial killers, sociopatas ou psicopatas. Entretanto, apesar disso, tinha a plena certeza de uma coisa: ter ido ao encontro sigiloso não fôra uma boa ideia. Afinal, é exatamente desta forma que os mocinhos morrem nos filmes. E ela muito provavelmente, apesar de estar na escola, seria a próxima.

E, claro, ela até que tentou chamar por alguém, pelo tal M.S, mas não tendo recebido nenhuma resposta, pensou em dar as costas e ir embora. Alguém deveria ter escrito aquele bilhete apenas para fazê-la perder tempo, não é? Não era como se alguém fosse aparecer de verdade, certo? Certo! Quer dizer..

Antes que Dahyun pudesse seguir o caminho de volta, um barulho o sobressaltou, e ela se virou na direção do ruído.

E, veja bem... Não é exatamente nessa parte que o assassino em série aparece para matar alguém, com um objeto um tanto quanto singular em mãos, como uma pá de jardinagem ou uma serra elétrica, por exemplo? Claro que é! É exatamente assim que acontece nos filmes. Estava nítido que aquele seria o seu fim.

Ela escutava passos. Também escutava risadas. E, além disso, objetos raspando nas arquibancadas.

Seu único reflexo enquanto permanecia ali, assustada, fôra fechar os olhos e cobrir a cabeça com os braços. E quando uma mão tocou em seu ombro, não lhe restou opção à não ser se jogar de joelhos no chão.

— Ei, você está bem? — Ela pôde escutar uma voz ressonar, fazendo-a vagarosamente se levantar do chão, retirando a mão do rosto. Ainda estava assustada, mas a garota não parecia nenhum Jason, tampouco Freddy Krueger, então ela se acalmou.

Aigoo.. — Murmurou, repousando a mão no coração. — Você me assustou.

— Desculpa, não era a intenção. — A garota respondeu, sem jeito, colocando uma madeixa de seu cabelo alaranjado por detrás da orelha. — Está aqui há muito tempo?

Dahyun negou, passando as mãos sobre os joelhos. Estavam levemente vermelhos e arranhados.

— Eu estava esperando por uma pessoa, mas acho que ela não vem, então já estou de saída. — Disse, voltando com sua atenção para a menina. Ela parecia tão sem jeito. Sempre dando um jeito de mexer no cabelo, além de morder o lábio inferior e olhá-la como se quisesse contar-lhe algo.

Ah, eu estou aqui. — Ela afirmou, meio envergonhada.

Dahyun arqueou uma das sombrancelhas, incrédula.

Minatozaki Sana, mais conhecida pelo seu pseudônimo de colunista, era, basicamente, o olho que tudo vê do colégio. Não havia nada, por menor que fosse, que passasse despercebido mediante aos seus olhos.

Quando Kim Hyuna e E'dawn anunciaram o namoro, ela já estava sabendo há duas semanas antes. Quando Jéssica Jung aparecera no colégio dizendo que deixaria o seu posto de diretora, ela já estava sabendo até mesmo quem entraria em seu lugar. Quando Kris Wu, Lu Han e Huang Zitao foram expulsos do colégio, ela fôra a única pessoa a saber o verdadeiro motivo.

Suas ações para conseguir informações sobre alunos poderia até mesmo ser comparadas às da mulher que tentava, à todo custo, descobrir informações sobre o Torneio Tribruxo para expor no Profeta Diário, vulgo Rita Skeeter, em Harry Potter. Sana e ninja significavam, tecnicamente, a mesma coisa. Portanto, mesmo que não fossem íntimas, Dahyun ainda tinha um pouco de informação à seu respeito, e ela, definitivamente, não podia ser quem ela esperava.

Anti-RomanticWhere stories live. Discover now