11. Se "eu te amo" fosse uma promessa.

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Dahyun precisou de algum tempo para assimilar o que estava acontecendo.

Era muita informação para processar.

Máscaras com purpurina, plumas coloridas, um globo espelhado abandonado sobre uma das poltronas e confetes espalhados pelo chão, além de duas caixas de som muito bem posicionadas no centro do pátio e também uma pichação na parede que dizia "The Best Party", em verde neon. E, como se não bastasse, ela ainda precisava lidar com o peso de vários olhares sobre sí.

Entretanto, se comparado a solidão instaurada em seu peito, os olhares eram apenas detalhes.

Fazia mais de minutos que perdera Myoui Mina de vista e nada de Minatozaki Sana dar às caras. Ela já estava começando a perder a paciência, por pouco não chutando o pau da barraca e indo embora.

Minutos mais cedo, durante a cerimônia de entrega das jaquetas e uniforme, o pessoal do time de lacross se reuniu no estádio da escola com lanternas, velas e foguetes explosivos para comemorar o novo ciclo. Era o ato que encerrava de uma vez por todas a perturbação contra os calouros e dava a eles, às boas-vindas ao time. Um dos momentos mais aguardados do ano. E, apesar de não gostar de festividade, Dahyun sentia-se feliz pelo que estava havendo, mas.. Estava sozinha. Todo mundo ali parecia acompanhado. Ora por seus respectivos companheiros, ora por seus respectivos amigos, mas acompanhados. E ela, bem, ela não tinha ninguém. Claro, ela até tentou procurar os cabelos alaranjados de Sana dentre a multidão, mas ela parecia não estar ali. E se estivesse, parecia estar fugindo.

Então, à partir daí, aquela festa foi de mal a pior. A garota afogou suas mágoas no ponche de groselha levemente batizado com vodka e deixou com que um dos quarterbacks, Bang Christopher Chan, se assentasse ao seu lado no sofá onde estava o globo espelhado, apenas esperando por uma oportunidade de puxar assunto.

— Ela veio. — Disse o rapaz. E, como sempre, o atleta estava uma bagunça da cabeça aos pés. O smoking estava amassado, os cabelos despenteados e a gravata vermelha estava torta em seu pescoço. Mais um pouco e Dahyun seria capaz de dizê-lo que estava com cara de quem acabou de dar uns amassos com alguém.

Suspirou e olhou-o de cima à baixo. Talvez estivesse bêbado. Sequer sabia à quem ele se referia, então deu de ombros.

— Legal. — Murmurou, indiferente. Não fazia idéia de quem era o ela.

— Sabe, foi idéia minha. — Ele tornou a dizer, suspirando profundamente. — Eu disse que não a deixaria ficar em casa, afinal todo mundo está se divertindo, então teria que convidar uma garota legal para acompanhá-la.

Por um segundo, Dahyun mostrou-se mais interessada no assunto.

— Muito obrigada por ter vindo. Significa muito.. Ela é tapada, não queria vir, sugeri que te trouxesse, e ela trouxe. — Ele agradeceu, olhando-a nos olhos como se fosse ser capaz de capturar sua alma. — Ela é uma garota legal, apesar de tudo, então fico feliz que tenha aceitado o convite.

Espera! Sobre quem ele estava falando?

Durante mais um milésimo de segundo, Dahyun jurou ter sentido seu coração errar uma batida, dizendo: — De quem está falando, Chan?

— Dá minha irmã.

— Quem é a sua irmã? — Questionou, trêmula, mantendo seus olhos fixos aos pés inquietos. Se fosse realmente quem ela estava pensando, não permaneceria mais nenhum sequer segundo sentada ali.

— A Sana.

E, subitamente, a atmosfera mudou. Quando Dahyun virou o rosto para olhá-lo, deparou-se com a volta daqueles olhos intensos, mas dessa vez, confuso. E ela não sabia se lhe sentava a mão na cara por não ter dito antes que ela estava ali e que eram irmãos, ou se lhe agradecia pela informação. Optou por respirar fundo e perguntá-lo a localização da garota, no entanto.

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