Travellers |h.s|

~podia ter morrido asfixiada~

Abri os olhos lentamente, procurando não me atrapalhar com os raios de sol que passavam através do vidro do carro. Espreguicei-me suavemente e olhei em volta no carro à procura de Ray, sem sucesso. Ele não se encontrava lá. De facto, o carro estava parado em algum tipo de parque de estacionamento.

Ergui-me no banco, espreitando pela janela, não encontrando pista nenhuma do rapaz. Onde raio ele está?

Tentei abrir a porta do carro para poder sair, mas esta estava fechada.

Oh boa! Ele deixou-me aqui sozinha trancada no carro! E está realmente calor aqui dentro. Por sorte, consegui abrir a janela porque o carro é dos mais antigos, onde é aberta manualmente.

Abri a janela até ao fim, e num momento de loucura – o que para mim é novo – salto por ali mesmo. Saí um pouco atrapalhada, porque afinal nunca tinha feito isto antes e pelos vistos requere um mínimo de flexibilidade.

Olhei em volta e ninguém estava por perto. Ainda bem.

Depois de ajeitar a minha roupa adequadamente, comecei a andar em direção à pequena loja que se localizava bem ao lado do carro. Ray deve estar aqui.

Entrei no edificio, no que fiquei a descobrir que era mais um café do que uma loja – um pouco estranho, porque juro que me lembro de ver roupas na montra – e dirigi-me ao balcão.

“Bom dia.” Saudo a bela jovem que estava por detrás do balcão.

“Bom dia.” Responde com um sorriso. “Quer alguma coisa?”

“Não, não, obrigada. Só queria saber de um amigo meu. Acho que ele pode ter vindo para aqui. Ele é alto, moreno, ol...”

“Olhos azuis e cabelo um bocado encaracolado? Queres dizer, o Raymond?” surpreendeu-me a rapariga de olhos claros.

“Conhece-o?” perguntei embasbacada.

Ela sorri-me abertamente e saí detrás do balcão para me vir cumprimentar. Depois de um abraço apertado, o que não consegui retribuir adequadamente, ela tenta explicar-se.

“Desculpa, eu sou a Kelly, prima do Ray.” Apresentou-se devidamente.

“Oh, peço desculpa. Não sabia. Prazer em conhecer-te. Mia.” Desculpei-me imediatamente, um pouco atrapalhada.

Vejo Ray aproximar-se do sítio onde me encontro e festejo interiormente. Nada contra a Kelly, mas estou um pouco envergonhada, nem sei bem porquê.

“Onde estavas?” perguntei-lhe no exato momento em que este chegara à nossa beira, não deixando margem para que falasse.

“Bom dia, resmungona.” Goza. Continuo com a mesma cara de desagrado e logo o seu sorriso “gozão” se desvanece. “Calma. Eu parei porque estava aqui perto e lembrei-me da minha querida prima,” fala, abraçando-a de lado. “e como já estava na hora de pararmos, eu parei. Mas não consegui acordar-te, então vim só falar um bocado com ela, e já estava quase a ir embora.”

“Sabes, eu podia ter morrido asfixiada dentro do carro.” Atirei numa maneira muito infantil, com direito a cruzar os braços e beicinho.

“Oh, coitadinha da minha menina.” Goza de novo, abraçando-me e dando-me festinhas nas costas. Ouço o riso da prima de Ray e sinto-me envergonhada de novo.  

“Bom, tenho de voltar ao trabalho, mas foi bom ver-te Ray.” Começa Kelly. “E foi um prazer conhecer-te finalmente, Mia.” Deu-me dois beijos e deu um abraço ao seu primo. “E boa sorte com essa coisa da viagem.”

“Obrigada.” Agradeço à medida que eu e Ray nos afastamos.

Saímos da loja/café e regressamos até ao carro.

“O que aconteceu ao vidro?” pergunta perplexo.

“Não te preocupes, não estraguei o teu lindo vidro. Só o baixei todo para conseguir sair.”

“Saíste pela janela?” pergunta ainda mais perplexo desta vez, entrando no carro.

“Não me deixaste outra alternativa.” Defendi-me.

Sentei-me no carro, desta vez no banco do condutor. Liguei o carro e começei a andar.

“Bem, podias ter ficado no carro.”

“Olha, eu estava sozinha e estava calor, só estava a tentar sobreviver.” Defendi-me dramaticamente.

“Dramaqueen.” Cantarolou Ray.

“Oh, cala-te.” Resmunguei batendo na sua testa. Ele ri-se e não consegui aguentar não rir da sua adorável gargalhada.

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É PEQUENO E ESTÁ UMA MERDA, MAS JÁ ESTOU A TRABALHAR NO PRÓXIMO, SORRYYYYYYY.........

BabyPopcorn xx