~acho que não. Harry.~

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Depois de um banho muitíssimo demorado, voltei para o quarto onde já não se encontrava ninguém. Presumo que Ray tenha pensado, e muito bem, que talvez eu quisesse um pouco de privacidade depois do que ele me tramou. Não que fosse bater nele ou algo do género – se quisesse já o teria feito, acreditem – mas preciso de um pouco de tempo para assimilar a situação.

Poderia ser pior é verdade. Este hotel até que é simpático, tivemos sorte. O que me preocupa mesmo é o facto de esta cidade ser tão pequena, por aquilo que percebi, e receio que não haja muito coisa para se fazer aqui. Quero aventura, diversão. Não ficar aborrecida logo depois de dois dias.

Mas bom, já esclareci que apenas ficaremos uma semana e assim será. Embora, não esteja a pensar muito em Ray, visto este ainda não se ter habituado bem à ideia desta viagem. Espero que esta semana o ajude, porque não dá mais para aguentar o aborrecimento que é a minha vida.  

Logo depois de acabar de me vestir e com o cabelo devidamente seco, saio do quarto e vou em busca de Ray para podermos sair tal como combinamos.

Decidi ir pelo elevador. Este encontrava-se com um homem com um pouco de idade. Carreguei no botão do rés-do-chão e senti um pequeno salto no elevador, seguido de um movimento ligeiro de descida. O elevador estava silencioso, um pouco estranho sinceramente. Quando o elevador chegou ao meu destino – o que fiquei também a descobrir ser o destino do senhor que me acompanhava – saí e fui de encontro à sala enorme da recepção.

Assim que entrei, vi imediatamente Ray encostado ao balcão da recepção, conversando com o homem que anteriormente me tivera dado a chave do quarto. Fui de encontro a Ray.

“Então, o que estou a tentar dizer é que...” Ray falava, mas para assim que me vê aproximar.

“O que estavas a tentar dizer, Ray?” pressiono-o a falar, curiosa.

“Hm, nada. Só que vamos sair e queria ter a certeza que o quarto estivesse arrumado para quando chegarmos.” Diz sem nenhuma hesitação, embora essa não me caia.

“Mas acabamos de chegar, ainda não desarrumamos nada.”

“Sim, eu sei. Só para ter a certeza que não vai estar tudo a monte.” Esclarece-se Ray. Verdade seja dita, eu meio que deixei as malas a rasto.

“Hm, okay. Vamos fingir que era isso de que estavas a falar. Vamos “conhecer a cidade”?” disse, fazendo aspas com os dedos.

“Vamos.”

Tal como disse a cidade é pequena. Uma hora e meia a pé foi o que bastou para ver toda a cidade. São basicamente só habitações, algumas lojas e restaurantes. E um enorme motel...

Em volta desta pequena cidade é apenas campos e árvores. Muitos e muitos campos. Muitas e muitas árvores. Fica longe de qualquer outra cidade, afastado de tudo.

Não posso dizer que não é relaxante porque estaria a mentir, mas sem dúvida nenhuma que este não é o tipo de cidade que eu quero estar por muito tempo.

Quando terminamos de ver a cidade, voltamos para trás porque estavamos completamente famintos. Tinhamos visto três restaurantes, mas apenas um nos agradou particularmente.

Entramos e observamos que o lugar estava consideravelmente cheio, muito provavelmente por ser perto da hora do almoço. Sentamo-nos numa das duas mesas que estavam vazias e esperamos que alguém viesse à nossa mesa para nos servir.

“Bem-vindos ao Happy Burguer Diner. O que vão desejar?” Uma jovem mulher vem à nossa mesa perguntar, com um pequeno sorriso.

 “O que há para comer?” Ray pergunta educadamente.

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