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Olá, bruxões! Na arte deste capítulo temos a Romina ❤️  (o desenho foi originalmente divulgado como Fanart da série Anne With an E - NÃO MORRAM SEM ASSISTIR!)

Neste capítulo teremos um pequeno salto no tempo! Espero que gostem e não se esqueçam de comentar! 💙


- Promete que vai me enviar uma carta por dia? – Romina segurava as duas mãos de Luna. Estavam sozinhas no quarto enquanto organizavam suas malas para ficarem duas semanas em casa. Ava havia sumido desde mais cedo e Cristal estava tomando banho.

- Prometo, e você tem que responder todas!

- Juradinho! – a ruiva ergueu o mindinho para a amiga que o apertou.

- Nem acredito que sobrevivemos ao nosso primeiro ano aqui. Eu juro que achei que algum dia ia explodir um caldeirão na minha cara.

- Eu não aguento mais escrever! Aquela maluca das aulas de adivinhações me fez escrever quarenta centímetros sobre... eu sei lá o que! Uma perda de tempo. Queria mesmo me dedicar a herbologia! Tirei um ótimo, acredita? – Romina dizia erguendo o papel com as notas finais do primeiro ano das meninas em Hogwarts.

- Sério? Eu tirei um Excede expectativas, e em poções também! Por incrível que pareça... – A morena disse enquanto encaixava sua bolsa no bagageiro superior da cabine.

- Huuummm. A aulas com o professor Lupin estão rendendo ótimos resultados, hein?! – a ruiva colocou o livro “Viagens com Trasgos” na cama ao lado de sua mala e apoiou o queixo em suas mãos. – Acho que ano que vem não vai mais precisar de aulas particulares, senhorita Santiago.

- Deixa de besteira, Romina! Até parece que você não estuda com a gente. – Luna colocou uma mecha de seu cabelo, que agora batia no ombro, atrás da orelha. – Além do mais, eu também o ajudo com história da magia e ele também te ajuda com poções E defesa contra as artes das trevas!

- Sim, sim. Ok. Vamos ignorar os sorrisinhos que vocês trocaram um pro outro o ano inteirinho. E todos os “oh, você é tão inteligente!”, “oh, não! Você é brilhante!” – Romina encenou com caras e bocas para irritar Luna, que riu e tacou-lhe um travesseiro. Romina o pegou no ar e pôs língua para a amiga. – Mas e aí, ansiosa pra ver seu tio? Ainda bem que ele não pode ir na estação, a Ava avançaria nele como uma cadela selvagem no cio. 

As duas meninas gargalharam e Cristal entrou no quarto esfregando os cabelos molhados com uma tolha azul escuro.

- Sobre o que estão falando? – Cris pendurou a toalha na cabeceira da cama de Ava, que ficava de costas para a janela. A menina pegou uma mecha de seu cabelo e cheirou – Oh, esse seu shampoo de flor de cerejeira é uma delícia, Lu! Precisa me dizer onde eu consigo um desses.

Luna riu e prometeu que traria um pote para a amiga depois das férias. Logo as três estavam deitadas na cama de Romina rindo enquanto se lembrava do tombo que Luna levara no penúltimo mês, no meio do pátio.

- Me contem essa piada! Eu quero rir também! – Ava chagara ao quarto com os olhos inchados e esse detalhe não passou despercebido pelas três.

- O que aconteceu, Ava? – Romina juntou as sobrancelhas em preocupação.

- Nada demais... Não se preocupem. Sério! – ela sorriu abertamente para as meninas e balançou a mão no ar – Vou ficar com saudades.

Ava se jogou em cima das amigas que gritaram e voltaram com o clima agradável que estavam antes. Romina e Luna se entreolharam brevemente, marcando silenciosamente uma conversa sobre isso para mais tarde.

- Sabem... meu tio tá escrevendo um livro. Ele me disse na última carta. Sobre... – ela sussurrou a última palavra – lobisomens.

- Uau! Isso é demais! Quero dizer... vai ensinar as pessoas que lobisomens não são... bem... monstros. – Romina se sentou num pulo, superanimada com a novidade. A ruiva considerava Guildo como um membro da família.

- Sim, ele não tá cantando em bares até então, ninguém quer contratar um músico que não trabalha nos fins de semana de lua cheia. Se o livro vender, vai dar a ele um lucro além do trabalho bruto que ele já faz.

Luna havia contado para as melhores amigas sobre o tio e a real história da família há alguns meses. Ao contrário do que o tio havia dito que seriam as reações caso alguém soubesse, todas aceitaram bem. Romina apenas ouviu tudo com uma animação anormal, disse que sempre sonhou em conhecer pessoas que não eram sempre pessoas, Ava ficou boquiaberta e disse que o crush que tinha pelo tio de Luna estava inabalado mesmo com a descoberta e Cristal abraçou a amiga enquanto ela chorava ao lembrar da dor que o tio sentia todos os meses. Luna omitiu que era ilegalmente uma animaga, apenas Rommy sabia disso. Seu tio Calfin a havia instruído para ajudar o tio nas noites de lua cheia, e também para a própria proteção da garota – uma vez que lobisomens não atacam animais. Luna confiava nas três amigas.

Jade apareceu na porta do quarto das meninas chamando a irmã, interrompendo o diálogo das três.

- Depois me conte mais sobre o livro de seu tio, Lu! Estou ansiosa para ler!

As três se despediram e prometeram trocar cartas durante as férias.

- Então... – Romina retornou ao assunto. – Falando em lobisomens... até hoje o Remus não...

- Shiu! Romina! – Luna advertiu arregalando os olhos. Morreria se alguém ouvisse.

- Ora, bolas! Lu, é meio obvio que ele é como o seu tio.

- Sim, mas se ele não nos contou ainda, é porque não quer que saibamos. As vezes ele pensa como meu tio. As pessoas podem ser bem preconceituosas, você sabe.

- Como será ele faz com as transformações? 

- Eu não sei... suspeito que Dumbledore o ajude. Com certeza ele sabe.

- Pobrezinho. Lupin não parece em nada com os lobisomens que são descritos nos livros.

- É... Semana passada eu o vi ajudando uma formiga a atravessar o corredor para não ser pisada.

Romina riu e puxou a mão da amiga para se levantarem. Logo era hora de partir.

*

As meninas logo estavam dividindo um vagão com as outras companheiras de quarto. Todas animadas e cansadas pelos inúmeros trabalhos e testes aplicados no fim do primeiro ano letivo.

Quando passaram pela plataforma, Luna correu e pulou nos braços do tio que, mesmo com o impacto, sequer se moveu. Eles haviam se visto no feriado do natal, mas desde então só haviam trocado cartas. Houve outras oportunidades de voltar para a casa, mas o tio estava trabalhando dobrado em uma nova construção na zona leste da cidade e Luna estava atolada de trabalhos escolares.

- Você cresceu! – Guildo a pousou no chão depois de dar um forte abraço e um beijo da testa da menina. – Nala está ansiosa para vê-la!

- Tio Guiiildoooo! – uma adolescente com cabelos ruivos que brilhavam no sol veio correndo em direção a Guildo seguida de seu pai – Que saudade! – e se jogou nos braços do tio da amiga.

- Romina! – Ele ria – você também cresceu muito! Sr Reusser! Bom ver o senhor!

O pai de Romina cumprimentou o tio de Luna e ambos conversaram por um tempo. A mãe de Romina ainda estava em casa, a doença autoimune havia se agravado e era mais seguro se ela não entrasse em contato com outras doenças contagiosas para não correr o risco de piorar as coisas.

Logo, todos se despediram para algumas semanas de férias. Luna e Romina fizeram seu código secreto. Elas colocavam dois dedos da mão esquerda acima do cotovelo direito, local onde Luna se machucou quando elas se conheceram. Aquele gesto para elas significava “Eu te amo. Até logo.”

*

Ao chegar no apartamento que agora chamavam de lar. Luna correu para o encontro de sua cadelinha. Nala estava mais gordinha e com os pelos precisando de tosa, mas Luna estava com tanta saudade que sequer pensou em tosa naquele momento.

Logo após o jantar, Luna foi escrever uma breve carta a Ava, Romina e Cristal. Escreveu pouquíssimo, pois em poucas horas o sol se poria e ela teria que tomar sua forma animaga para compartilhar de mais uma longa noite de lua cheia ao lado de seu tio.

Ran Before The Storm - Remus LupinOnde as histórias ganham vida. Descobre agora