Capítulo 1

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Estamos de volta a Forks, cidade natal da minha mãe. Depois de muitos anos fora; vamos finalmente nos fixar onde toda a minha família se sente confortável. 
Nasci aqui também e passei boa parte da minha vida nessa cidade minúscula — agora grande por causa da urbanização, mas não tanto quanto uma metrópole —, porém, tivemos que partir para ninguém desconfiar de nós. 
Nosso retorno a antiga casa dos Cullen deixou toda a família animada. A estadia aqui nos trás a sensação ainda mais de quê somos uma família normal. Mesmo que a tentativa de parecer não me soe agradável, pois não somos, e eu nem quero ser normal; percebo que isso faz bem para, principalmente, meus pais. E então por isso eu resolvi voltar com eles.
E recomeçar tudo de novo. 
— Animada com seu primeiro dia de aula? — Pergunta Alice, que está descendo as escadas com uma caixa enorme nas mãos, cheia de decorações antigas.
— As aulas já começaram faz duas semanas... e é a segunda vez que eu faço o ensino médio. — Suspiro ao falar. 
— Você deveria estar empolgada... coisas boas podem acontecer! 
— Você viu algo bom acontecendo?
— Você sabe que não... É  só um palpite, Nessie. 
Frustro-me. Queria saber de algo que retornasse a minha empolgação para essa minha primeira vez na escola. 
— Você não deveria estar lá? 
— Papai vai me deixar. Ainda não tirei uma nova carteira de habilitação! — Isso também me chateava; ter que agir igual uma adolescente normal era incômodo.
— Certo. Ele deve estar chegando. — Ri ao falar e sai de perto de mim, cantarolando alguma coisa pop que está em alta.
E não demora muito e Edward está ao meu lado. 
— Vamos. 
— Ok.
— Onde está a mamãe? — Pergunto ao caminhar lentamente para fora da nossa casa e ir em direção ao nosso carro. 
— Ainda dando uma volta pela cidade. — Diz ao assumir seu lugar como motorista.
— O tempo sempre nublado é legal. — Tento parecer positiva ao comentar; mas meu desânimo e pensamentos reais não passam despercebido por ele. 
— Uhum. 
Não respondo ao seu murmurar, presto atenção na vista da floresta silvestre; e de como o tempo aqui parecia ter parado junto conosco. As copas das árvores, os cumes das montanhas... Ainda é a mesma Forks que me lembro. 
Os anos não fizeram muitas mudanças significativas. Só havia mais gente, mais prédio e mais pessoas.
Pisco algumas vezes e já estamos em frente à escola que irei concluir meu último ano. 
— Você lembra da história, não é?
— Sim, sim. Família antiga que voltou para morar novamente na cidade e blá blá blá. Eu estudava em casa e... — Tomo um fôlego ao falar; ele já sabe da história que irei contar. E a forma que ele acha que irei cometer um deslize me estressa. Não sou mais criança.
— Eu sei que você não é... Só estou preocupado. Faz tempo que você não interage com humanos...
— Ok, que seja.
— Espera... Você está bem? Não quer mesmo companhia na escola? Seus tios ou eu e sua mãe podemos nos matricular e...
— Não transforme isso em um show de horrores... Eu vou ficar bem. — Digo, e tento destravar a porta para sair, mas sua mão segurando meu cotovelo me impede. 
— Diga-me... em relação aos humanos... Você... bom... — Ver meu pai tão confuso ao falar é estranho.
— O que? Não vou atacar nenhum. Eu sei me controlar.
— Não é isso... mas... 
Oh.
Entendi.
— Não tenho nenhum inveja da vida humana, pai. Se é isso que você tem medo. Eu gosto de ser vampira.
Eu não entendi o olhar que ele me deu; na verdade, eu nunca tinha visto aquela expressão em seu rosto. Mas não quis perguntar o que era; ele podia ver meus pensamentos, e se não respondeu, era porque não queria. 
Eu sabia dar privacidade a ele.
— Tchau, Ed-Pai. — Corrigi há tempo; o suficiente para ele não falar nada, e me sorrir, eu o correspondi com um sem graça.
— Tchau, Renesmee... — Eu entendia quando ele me chama assim, mas mesmo assim, resolvi ignorar e realmente sair do carro para meu primeiro dia de aula.
— Ok... venha logo aqui. — Não resiste, voltei ao meu lugar que estava sentada e me inclinei para sua direção. Logo senti seus lábios na minha testa, mas rapidamente me afastei. — O senhor me constrange. 
Foi a última coisa que falei antes de sair ligeira do carro e caminhar entre o estacionamento praticamente vazio. Ainda pude ouvir seu riso e o pneu do carro queimar no asfalto. O prédio estava maior, mas ainda tinha características que o lembravam ao antigo prédio da High School de antes.
Fui a secretária me apresentar formalmente e ouvir algumas instruções. De algum modo eu assumia automático, deixei-me ser guiada até a minha primeira aula. Agi a maior parte do tempo de uma forma desolada, com os meus pensamentos longes, sem realmente prestar atenção nas coisas.
Mas até que senti, em algum dado momento, todos os olhares voltados de forma curiosa para mim. 
A nova atração do pedaço
Era fácil adivinhar os que os humanos estavam pensando somente por suas expressões — sempre tão previsíveis que perdia um pouco a graça —, olhei para todos de volta, mas logo voltei a fingir prestar atenção ao meu caderno. A aula de filosofia estava tediosa, nada que eu já não soubesse, principalmente sobre os clássicos de Aristóteles. 
Mas fiz tudo como o planejado e ensaiado, prestei atenção nos momentos certos, escrevi o que parecia ser importante, respondi as perguntas do livro didático sem precisar de nenhuma consulta.
Tudo de um jeito bem humano. Tediosamente humano.
Não que eu odiasse os humanos, longe disso, na verdade seria hipocrisia pela minha metade humana também, mas não havia nada de muito interessante para ser analisado. Eles eram, independente do tempo passado, sempre os mesmos. Previsíveis... humanos demais. 
Ter meu lado dominante vampira era a parte que eu mais gostava em mim; por mais narcísico que fosse... a beleza, a imortalidade, a rapidez, a capacidade de sempre poder me reinventar. 
Era algo incrível.
Voltar a interagir com humanos diariamente, ter que fingir quem não sou, mesmo que por algumas horas por dia, era quase como um atraso em minha vida. Mesmo que a vivacidade não fosse escassa... Eu sempre tinha a impressão de que estava perdendo tempo. 
— Oi. — Uma voz suave e cautelosa falou bem a minha frente. A sala já estava praticamente vazia, a não ser por esse rapaz e outras três pessoas que estão atrás dele, caladas me encarando. 
— Olá.— Falei tímida, quem sabe assim eles não se afastariam e me deixariam em paz... No entanto, o garoto não parecia que iria desistir tão fácil de ter uma conversa comigo.
— Ah... Você é novata, não é? Reneesmee Cullen...
— Reneesme. — O corrigi. Não quis soar ofensiva, mas ele pareceu recuar um pouco depois da minha correção. 
Ótimo. 
— Certo... desculpe... anh, por você ser novata, você não quer ajuda para chegar em suas outras aulas? — Perguntou, e assim que falou, ouvi um pigarro atrás de si, vindo de uma humana de cabelos ruivos artificiais. — Ah, sim... esses são meus amigos...
— Desculpe, preciso ir para minha outra aula. — Respondo de forma educada, mas dentro de mim rosna palavras como não quero saber seu nome e nem de seus amigos...
— Certo. Meu nome é...
Mas eu não o escuto, pelo menos para eles não deu para eu escutar, pois quase no mesmo segundo corri depressa para a saída, nada que lhe fosse levantar dúvidas sobre as minhas habilidades, mas que deixava claro que eu não estava muito interessada. 
Humanos — ou qualquer outra espécie, até a minha — não se sentia confortável para um segundo contato se fosse maltratado no primeiro. Aposto que depois de minha resposta rude e de desinteresse, eles iriam me deixar em paz.
Assim como todos dessa escola, que me olham, falam, mas não tem muita coragem para chegarem perto. 
Isso era ótimo.
Eu não tinha nenhum interesse em ser simpática com humanos se eles não fossem agregar em nada para mim...
Apesar de ter alguma curiosidade em alguns pontos — porque havia sim singularidades — não era algo que realmente me despertasse algum interesse eminente. Cada um no seu canto e isso era perfeito.
Terminaria o ano, iniciaria uma nova faculdade — algo diferente das duas primeiras que eu fiz, história e geografia — e daria um novo significado na minha vida. Pois, a longevidade me dava essa opção. 
Eu sempre poderia seguir um novo caminho.
Pensei o que eu faria no ano seguinte até chegar à sala da minha segunda aula... Aula de História, um assunto em que eu já era praticamente PhD. E mesmo assim, prestei a mínima atenção apenas para me deixar situada.
O professor conseguia ser didático. Repeti todo o processo que fiz na primeira aula, andei pela escola, fui até a lanchonete e me forcei a comer comida humana na hora do intervalo, ignorei os olhares e tentativas de aproximação, e segui, tediosamente, a rotina do meu dia.
Quando percebi, o último sinal havia tocado. Estávamos livres, isso eu compartilhava com humanos, ficar preso nesse lugar, enquanto havia muitas coisas para ser exploradas no lado de fora, era horrível. O sinal estrondoso da campa era equivalente, para os religiosos, a trompa dos anjos que iria ter no céu no retorno de Jesus. 
Ri sozinha da comparação pobre que fiz.
Caminhei diretamente ao estacionamento. Peguei-me observando as pessoas que tentavam desviar o olhar de mim, todos estavam curiosos de certa forma... todos pareciam sedentos por alguma atividade minha que mostrasse quem eu realmente eu sou ou quem aparentava ser.
Mas eu estava tão tediosa quanto eles nesse momento. 
Edward estava há quinze minutos atrasado. Eu apostava que ele estava por aí com a mamãe... eles estavam, de certa forma, obcecados por terem retornados. Queriam reconhecer os lugares de anos atrás, a cidade era nostálgica para eles, aqui havia começado a história dos dois. 
Eu não conseguia estar chateada por estar de volta, nem por Edward está atrasado, eu não conseguia ficar chateada com nada que os fizessem felizes.
Por isso estou de volta, por isso a interação com os humanos... Mesmo que eu estivesse criando um acervo inédito e completo com relíquias do passado em nossa antiga cidade, ao sul do Canadá, eu sempre estou disposta a largar tudo para os acompanhar... Sempre estou. E sempre ficarei feliz, não imediatamente às vezes, em estar junto deles. 
Com toda a família. 
Ouço um barulho, eu sei que está distante de mim, mas mesmo assim, é curioso o suficiente para me mover até onde está provindo o som. Ando calmamente, não realmente interessada, somente o suficiente para querer matar o tempo, até que paro entre dois carros Volkswagen preto e verde musgo, e percebo o que está acontecendo. 
Há três caras brigando contra um, mas este rapaz solitário na briga, mesmo estando sozinho, parece estar em vantagem contra os três rapaz robustos, mas desengonçados. Porém, nenhuma habilidade humana é suficiente para lidar com três de uma vez, e logo o rapaz sozinho está sendo espancado fortemente pelos três outros garotos.
No entanto, não há um grunhido de dor escapando pelos seus lábios, apenas xingamentos, e a resistência do seu corpo para revidar na briga, mesmo estando em desvantagem... curioso, eu penso.
Um grito estridente do outro lado de nós é captado por todos. Há um momento rápido de separação, todos se assustam. Rapidamente os quatros estão em pé; quase esquecendo-se da briga. Dois que estavam atacando no final, correm apressadamente para longe, entrando em seus respectivos carros, o outro, que ficou sozinho e parece frustrado, corre também para outra direção. O Volkswagen verde musgo é o seu, em alguns segundos ele está distante.
— O que você está fazendo aqui? — O que estava apanhando me pergunta. Sua voz é apressada e nervosa. Ele chega perto de mim, está prestes a sacudir meus ombros, mas antes que ele me toque eu recuo.
— Eu...anh... ouvi o barulho e... — Não sabia bem o que explicar, os motivos que me trouxeram até aqui não iriam fazer muito sentido para ele mesmo, então era melhor não falar nada.
Mas outro grito estressado de um senhor de idade, dessa vez mais perto, tirou sua atenção de mim.
— Vamos... — Ele caminha até a porta do motorista do carro preto que agora sei que é dele. Vejo ele entrar e manobrar o veículo, ainda me olhando sem piscar para o retrovisor. Ainda estou parada, tentando entender o que estava acontecendo. Sua voz me desperta. — Vamos? 
— O que?
— Entra no carro! — Sua voz é urgente.
— Ah... porque eu faria isso? Não!
— Porra... aquele é o diretor! Você não quer se meter em confusão, não é?
Eu realmente não queria. Quero ser despercebida durante o ano letivo inteiro, e ficar no alvo do diretor da escola não era uma boa forma disso acontecer. Humanos eram obsessivos e sempre esperam um erro semelhante; gostam de ficar de olho para não serem enganados novamente. E foi por isso, que eu entrei no carro desse estranho que tinha um cheiro peculiar, que mal esperou eu me alojar no carro para cantar pneu. 
Com certeza, saímos já em mais de quarenta por hora, o carro parecia que não iria aguentar e já estava dando pequenos solavancos; olhei para trás, já estávamos longe do perímetro da escola, mas mesmo assim, ele não parava e nem diminuía a velocidade.
— Pode me deixar aqui... — Disse, e só depois de falar, parece que o humano notou que eu realmente estava aqui ao seu lado.
— Ahn... é... — Só agora ele parece notar a estranheza que é eu estar no seu banco de passageiro. — Acho que ele pode nos seguir com o carro... podemos nos afastar mais um pouco? Depois eu pego outro caminho e te deixo em sua casa.
— Ah, ok. — Digo, e olho para a vista em movimento ao redor. Está começando a ficar desconfortável aqui; só o olho quando vejo seus suspiros de dor. Não há nenhum ferimento aberto, somente machucados que já estão começando a ficar roxo pelo seu rosto e pelos braços. 
— Bom... você é a aluna novata?
— Sim... Renesmee. — Digo.
— Sou Jamal. 
— Nome árabe... legal. 
— Sim. — Diz surpreso. — E o seu é?
— Uma invenção louca da minha mãe. — Falo, e meu tom saiu um pouco hostil, que parece que o assustou, mesmo não sendo a minha intenção.
— Bem... O que você estava fazendo lá?
— Eu tava no estacionamento... ouvi a briga e fui lá ver o que estava realmente acontecendo. 
— Você pegou a pior parte... devia ter visto os três socos seguidos que eu dei neles. — Gaba-se, com um sorriso orgulhoso no final. 
— Certo...
— Você poderia ter se machucado se tivesse chegado muito perto... eles não sabem bater; então só estavam distribuindo socos pelo ar. Poderiam ter te acertado.
— Eu ficaria tão ruim quanto você está? — Pergunto ironicamente. Ainda não o encaro.
Quero dizer eu acabaria com os três em menos de meio segundo. Mas por ele não saber minha condição, seria apenas uma sandice falada por uma garota de estatura frágil, e assim resolvi permanecer calada.
— Eu posso estar meio quebrado... Mas eles tiveram o que mereceram.
— É? E o que eles fizeram? — Canso de olhar a vista turva, estou começando a ficar interessada na conversa, ele parecia bem motivado a estar ali.
— Ainda nada... Mas iriam fazer.
— O que?
— Eles são aqueles típicos valentões que amedrontam os mais frágeis; é questão de tempo até eles atormentarem a primeira pessoa... resolvi agir antes que isso aconteça. 
— Você... bateu neles, porque, provavelmente, eles iriam mexer com outros alunos? — Perguntei, um pouco surpresa.
— Sim...
— Você é meio...
— Louco?
— Burro. — Corrijo-o.
Ouço uma risada quase animalesca vinda dele.
— Pode ser isso também... — Concorda comigo. — Eu só quero mudar as coisas antes que elas estejam tão modificadas que seja impossível... — Ele não parecia estar falando somente desse caso específico de bullying. 
— Não acho que adiante; eles vão fazer o que quiserem fazer... 
— Estou tentando pelo menos... 
Interessante. 
— E você quer mudar o mundo? 
— O mundo não... mas o que for possível sim; eles são babacas, só dei um surra neles antes deles agirem de fato, coisa que eu acho que não vai demorar.
Vejo ele sinalizar para voltar. Não sei o que falar, é um pensamento bastante diferente. Fora do comum, apesar de ser meio idiota.
— Só tô meio cansado das coisas continuarem iguais...
— Você e todo mundo... — Sussurro, mas sei que ele é capaz de me escutar. 
— Mas sei lá... tô cansado da gente esperar as coisas seguirem seu rumo natural, que dizem ser né, eu não acredito nisso... Quero seguir outros caminhos. 
Oh.
— Não estou falando desse caso em específico... Mas em tudo na minha vida; não vou esperar ser guiado por um lugar onde sei que vou parar, inevitavelmente, sem explorar todas as opções antes.
Não sei exatamente do que ele está falando, parece ter outras palavras por trás, no entanto, me assusto por ele pensar tão parecido comigo?
— Enfim... acho que pegamos um engarrafamento... — Ele me diz depois de ficar totalmente desconfortável com o meu silêncio. — Tudo bem com você?
— Uhum... 
— Sei que isso foi estranho... mas, ok... deixa para lá. Porque você veio para cá?
— Minha família sempre foi daqui. Só voltamos.
— Hm... Você gosta daqui?
— É legal. Gosto do tempo.
— Eu odeio a chuva... 
Nosso silêncio começa e ficamos assim por longos quinze minutos. Vejo seu dedo bater impacientemente no volante, sua expressão às vezes é de dor por conta dos machucados. Desvio meu olhar... estou pensando em quão aleatório é esse ser humano.
Sei que ele tem muitas perguntas para me fazer, porém, mantenho a minha cara fechada, indisponível, ele percebe, para iniciar qualquer tipo de conversa.
— Estamos parados há muito tempo... — Comenta.
— Faz o que? Meia hora que saímos da escola?
— Acho que mais...
Lembro rapidamente de Edward. 
— Preciso voltar para casa. — Minha voz alarmada o assusta, me sobressaio do banco, olho os carros a frente que parecem não se mover nem um pouco.
— Calma... eu vou te deixar...
— Não. Não é uma boa ideia. Preciso ir agora. 
Destranco a porta do carro, e saio, mesmo que sua voz esteja alterada sobre protestos me chamando de louca, ando pelos carros e logo estou em uma floresta, pois Forks é rodeada por árvores, quando percebo que estou longe o suficiente, começo a correr em direção à casa. 
Todos devem estar me esperando. Por isso corro ainda mais rápido.
Pensando em como esconder esse pensamento do meu pai: que um humano tinha despertado algum interesse em mim.

Inevitável  Where stories live. Discover now