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Any Gabrielly - Los Angeles
05/10/2019 - 10:50 p.m.
Domingo

"Any... é a sua mãe..."

Essa frase ecoava pela minha mente desde o momento em que Joalin as disse. Como assim a minha mãe?

— Minha mãe? - Ela balançou a cabeça. — O que tem a minha mãe, Joalin?!

— Seu pai acabou de me ligar. Disse que não conseguiria te contar, e nem ela queria que você soubesse.

— Soubesse o que?! - Nesse momento eu já quase gritava de nervoso.

— Any, eu preciso que você se acalme. Só assim eu consigo te contar. - Me levantei, parando a sua frente.

— Eu estou calma, agora fala.

— Sua mãe fez uns exames essa semana. E o resultado saiu hoje pela manhã. - Ela respirou fundo e me olhou. — Ela está com câncer, Any.

E foi assim que tudo a minha volta simplesmente parou. Parecia que tudo havia sido congelado, menos por mim. Lágrimas encheram meus olhos e não demoraram muito para passarem a descer pelo meu rosto, deixando minha visão embaçada.

— O que? - Ela somente assentiu com a cabeça novamente. — Qual? Aonde?

— Câncer de mama.

E, de novo, o choque veio, mas, dessa vez, a fraqueza em minhas pernas veio junto, me fazendo ter que apoiar na mesa da televisão para que não caísse.

Minha mãe sempre foi uma mulher muito vaidosa, então eu sei como ela deve estar agora. E eu só queria estar junto dela.

— Vem aqui, senta um pouco, eu vou pegar água.

Joalin veio até mim e me puxou pelo braço, delicadamente, até minha cama, indo atrás de uma garrafinha d'água no frigobar, logo a colocando ao meu lado.

Acontece que eu não queria água, eu queria a minha mãe, bem, e saudável, coisa que ela, aparentemente, não estava.

— Meu pai... ele te contou como descobriram? - Perguntei entre suspiros.

— Eles já tinham descoberto um nódulo, há duas semanas, no seio direito, mas não sabiam se era benigno ou maligno. Ela fez outro exame, na quarta, e descobriram que era maligno.

— Eles já sabiam há duas semanas e não me falaram? - Me levantei.

— Eles não sabiam como te contar, ainda mais por telefone. E não tinham um resultado correto, só conseguiram um hoje.

— Eu... eu preciso pensar. - Peguei meu celular e saí do quarto, enquanto Joalin me chamava.

Eu não conseguiria ficar ali parada por mais um minuto que fosse, mesmo que aqui fora não pudesse fazer nada, era melhor do que ficar naquele quarto.

Chequei as horas assim que passei pela porta da recepção, 11:10 p.m., e eu não tinha ideia de para onde eu iria. Estava sozinha em Los Angeles, no meio da noite, e chorando. Não podia piorar.

Após alguns minutos parada na frente do hotel, lembrei de uma pracinha que havia perto da lanchonete onde eu e Josh fomos. Lembro-me de ficarmos olhando algumas criancinhas brincando por ali, e fui em direção à ela.

Só queria um tempo meu.

Josh Beauchamp - Los Angeles
11:30 p.m.

— Como assim ela sumiu?! - Falei alto pelo telefone e logo recebi uma resposta de Joalin pelo outro lado da linha.

Ela saiu correndo e não atende mais o celular. Eu não sei o que fazer. - Sua voz saía cortada pelo choro.

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