13. O QUE ESTÁ TRAMANDO?

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Logo então andei por todo o salão na procurar Polly, uma procura em vão pois a mulher havia sumido da festa junto, aparentemente, com Aberama

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Logo então andei por todo o salão na procurar Polly, uma procura em vão pois a mulher havia sumido da festa junto, aparentemente, com Aberama. Mosley foi até mim me pegando pela cintura, ele me puxou por trás para mais perto fazendo nossos corpos colarem, em seguida aproximou seus lábios de meu lóbulo esquerdo com a respiração ofegante.

- Venha, vamos dançar. - Ele sussurrou me fazendo arrepiar.

- Acho que agora não é um momento adequado. - Afirmei virando meu corpo, ficando frente a frente com ele.

- Amanhã vai ser um grande dia para mim, quero você ao meu lado Anastácia.

Senti um enorme peso em minha consciência, não sabia o que responder. Me sentia mal por toda aquela situação mas eu não podia abrir mão de Thomas ou quebrar a confiança que a família Shelby depositou em mim, então apenas sorri sem muita vontade e percebi os olhares penetrantes de Gina e Michael para mim, como se estivessem me vigiando. Rapidamente peguei a taça de champagne da mão de Mosley e caminhei para longe do homem, por fim me encontrando com John, Esme, Arthur e Linda.

- Onde está o Billy? Queria tanto vê-lo. - Perguntei a Linda.

- Ele ficou com a governanta, não quis que ele viesse por conta do tumulto. - Respondeu ela um pouco sem graça.

- Está acontecendo algo, Linda? - A questionei após notar seu comportamento estranho.

- Só estamos preocupadas com você, não é Esme? - Disse Linda entre os dentes.

- Está tudo bem Linda, não precisam se preocupar comigo. - Estendi minha mão um pouco para cima com a taça na mão e logo a abaixei.

As horas avançaram bem depressa, faltava segundos para a meia-noite, todos nós nos reunimos fora da casa com nossos olhares voltados para o céu, esperando ansiosos pela chegada do novo ano. Assim que o relógio bateu a meia-noite, nos confraternizamos sob um céu lindo e colorido, cheio de fogos estourando. Segurei Charlie em meus braços e o abracei com força, ele aproximou sua pequena boca em meu ouvido e sussurrou baixinho.

- Feliz ano novo, mamãe Ana. - Ele puxou meu pescoço e me abraçou pelo mesmo.

Naquele momento um sorriso transpareceu em meus lábios e meus olhos certamente estavam brilhando, senti minhas bochechas corarem, eu estava emocionada ao ouvir aquelas palavras do pequeno, sabia que talvez não era o certo mas era uma sensação inigualável que eu sentia, pude sentir pela primeira vez como é ser mãe. Soltei Charlie no chão e o menino correu para os braços de Thomas, que vinha vindo ao lado de Lizzie até mim.

- Feliz ano novo, Anastácia. - Disse Lizzie forçada.

- Obrigada Lizzie, pra você também. - Respondi sem vontade.

- Papai, a mamãe Ana vai morar com a gente pra sempre? - Charlie perguntou, me deixando sem graça.

- Charlie, a Ana não é sua mamãe, não a chame assim. - Lizzie interrompeu fazendo Thomas olhar para ela um pouco desapontado com sua respostam

- Ele sabe que a Grace é a mãe dele, não sabe Charlie? Mas não me incomodo que ele chame Ana assim também. - Disse Thomas e o menino apenas assentiu.

- Bom, eu vou me recolher, tenham uma boa noite. - Entreguei um beijo na bochecha de Charlie e em seguida subi para o meu quarto.

Sabia que a festa rolaria por mais um pouco de tempo, porém eu não estava no clima. Seria um dia difícil para mim, talvez minha escolha só provasse a mim mesma o que tentei negar a minha vida toda, eu sou uma Peaky Blinder, mesmo que eu não admita, eu era uma pessoa ruim, capaz de esconder de alguém o dia de seu assassinato.

Comecei a me despir, tirei cada peça de minha roupa juntamente com meus acessórios e sapatos. Peguei uma lingerie aconchegante e passei gotas de perfume para me deitar. Quando ia caminhando em direção a cama, ouvi o ruído da porta se abrindo e para a minha surpresa, era Gina, estranhei pois não tinha muito assunto com a loira.

- Ah, olá Gina, o que faz aqui a essa hora? - Retornei a minha penteadeira e deixei cair um pouco de creme entre minhas mãos.

- Você sabe o que vai acontecer amanhã, não sabe? - Ela fechou a porta devagar e girou a chave me fazendo desconfiar de suas intenções.

- O que você tem a ver com isso Gina? Por que trancou a porta? - Caminhei em passos rápido até a moça e coloquei minha mão destra em minha cintura.

- Eu? Eu realmente não tenho nada com isso, mas acho muito suspeito você saber de tudo que irão fazer contra o senhor Mosley amanhã e ainda continuar de cochichos com ele pelos cantos. - Ela sorriu maliciosa. - A não ser que esteja tramando uma traição contra a família Shelly, o que seria ridículo, não é mesmo?

- Garota diga logo onde quer chegar com isso? Afinal, como sabe disso tudo? É um assunto da família, e você não faz parte dela. - Me aproximei ainda mais fazendo a moça dar alguns passos para trás.

- A lugar nenhum, é só um alerta. Não se esqueça que não é a única que bispa atrás das portas ou paredes. - Ela piscou com seu olho direito e em seguida deixou meu quarto.

Eu não conseguia tirar da cabeça o episódio que acabara de acontecer, me pendurei na sacada sob a luz do luar e comecei a refletir, o que aquela garota queria dizer com tudo aquilo, não fazia sentido algum ela ter vindo até min por nada, certamente estava tramando alguma maldade.

Algumas horas depois do acontecimento ter tomado posse de meus pensamentos, finalmente deitei-me em minha cama e acabei por dormir.

✓ ESPELHOS QUEBRADOS | Thomas ShelbyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora