19. FANTASMA DO PASSADO

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Enquanto os homens jogavam cartas, eu e as esposas deles ficamos conversando em uma mesinha ao lado, elas eram tão lindas e por um momento, no meio de toda minha conformidade com a situação, me senti deslocada, desconfortável, então achei melhor i...

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Enquanto os homens jogavam cartas, eu e as esposas deles ficamos conversando em uma mesinha ao lado, elas eram tão lindas e por um momento, no meio de toda minha conformidade com a situação, me senti deslocada, desconfortável, então achei melhor ir embora do local.

- Nick, não estou me sentindo bem, podemos ir? - Questionei.

- Tudo bem querida, vai indo, me espere lá fora, tenho alguns negócios pendentes ainda, já vou. - Disse ele entregando um beijo em minha testa.

Apenas assenti e caminhei lentamente até a porta do PUB, por fim, saindo para a rua. Estava uma neblina perturbadora no local e fazia um frio de gelar os ossos, coloquei minhas luvas e encolhi meu corpo. Percebi uma movimentação estranha acontecendo perto do local, dois carros com faróis altos se aproximaram de mim e homens trajados desceram do carro me enquadrando, por conta da noite não havia conseguido ver seus rostos, eles colocaram uma espécie de pano sobre minha cabeça e em seguida me jogaram dentro de um dos carros.

Naquele momento me vi perdida e pude sentir a morte tão perto de mim. Poucos minutos depois de me jogar no carro, os homens prenderam minhas pernas por meu calcanhar e minhas mãos pelo meu pulso. O ar estava difícil de ser tragado para meus pulmões, aquele frio congelante havia se tornado um calor insuportável dentro daquele pano que cobria meu rosto, minha pulsação se perdeu nos ventos e logo apaguei.

Quando voltei a abrir meus olhos estava em um porão, era sujo e fedia bastante, ainda um pouco zonza senti minhas mãos amarradas em um fio que ligava ao teto do local, havia uma cadeira vazia em minha frente. De repente ouvi passos firmes descendo pela escada, um homem com mais ou menos 1,80 de altura descia pelas mesmas arrastando uma submetralhadora.

- Por favor, me deixe ir embora, eu não fiz nada. - Falei um pouco lenta.

O silêncio ainda dominava o local e assim que consegui ver o rosto do homem meus batimentos cardíacos aceleraram, era o desgraçado do Mosley.

- Olá, querida. - Disse ele esfregando a ponta da arma em meus lábios.

- Mosley, por favor não me machuque, eu imploro. - As lágrimas de desespero percorreram meu rosto. - Eu não fiz nada, eu juro que não sei de nada, por favor.

- Xiiiii... Silêncio. Não quero te machucar, a não ser que você mereça. Me diga Anastácia, você merece ser machucada?

- Mosley eu não fiz nada. - O empurrei com meus joelhos.

- Eu sei que não fez, você não conseguiria alcançar um nível tão baixo Anastácia, você não seria capaz mas, uma pessoa que carrega um sentimento por você dentro do coração, essa pessoa sim, foi essa pessoa que me traiu.

- Eu não tenho nada a ver com essa briga psicótica sua e de Thomas, só me solta.

- Por que eu soltaria você? Você é tudo que eu preciso Ana. - Ele passou seus dedos em minhas bochechas. - Tudo que eu preciso pra acabar com Thomas.

- Não, não, não. - Gritei. - Deixe-me ir, eu tenho minha vida aqui, longe dos peaky blinders, se existe alguma compaixão por favor, me deixe ir, me deixe voltar para o Nick e viver uma vida tranquila.

- Nick? Ah, fala de Nicolas certo? Esse ai eu já dei um jeito Ana, garanto que nunca mais o verá. - Ele sorriu maliciosamente e automaticamente um de meus pés foi até as partes baixas do homem que se contorceu de dor.

- Droga Anastácia. - Disse ele entre seus gemidos de dor. - Vai pagar por isso, vadia.

Ele puxou a arma contra o corpo e subiu novamente para a parte de cima do local. Só conseguia pensar no possível bebê que eu poderia estar carregando, em Nicolas que provavelmente já estava morto ou a beira da morte. Depois de tantos dias, tanto tempo longe do malditos Shelbys, minha vida estava nas mãos de Thomas, nas decisões que Thomas tomaria a partir daquela noite.

✓ ESPELHOS QUEBRADOS | Thomas ShelbyOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz