23. SANGUE INOCENTE

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Eu estava dentro daquele carro, John com sua cabeça apoiada em meu ombro esquerdo, sonolento, enquanto minhas mãos acariciavam as dele

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Eu estava dentro daquele carro, John com sua cabeça apoiada em meu ombro esquerdo, sonolento, enquanto minhas mãos acariciavam as dele. Finalmente aquele pesadelo tinha acabado mas eu sabia que ainda precisava de um médico, por muitas vezes me contorcia de dor no abdômen e também por toda minha articulação. Eu estava esgotada fisicamente e psicologicamente.

Arthur dirigia enquanto Thomas o guiava pela estrada, não fazia a mínima ideia de onde os irmãos estavam me levando, mas tinha a certeza de que estaria segura. Dois carros nos seguia, carros estes que levava uma parte dos Peaky Blinders. A saudade de casa aumentava, não da mansão Shelby mas sim do meu canto, talvez ter voltado tivesse sido um erro, deixei minhas coisas para trás a fim de fazer feliz aqueles que eu amava.

Estava observando a estrada quando de repente Arthur freiou o carro com grande pressão, fazendo meu rosto ir contra o banco da frente, John rapidamente despertou, sem entender o que estava acontecendo. Assim que olhei através do parabrisa, um farol, bem luminoso por sinal, se acendeu contra nossos rostos e sete homens desceram dos carros, com submetralhadoras em suas mãos.

- Merda! - Exclamou Thomas. - Peguem as armas e Anastácia fique aqui. - Ordenou.

- Por favor, não quero que se machuquem, tentem resolver conversando. - Implorei.

- Eles vão conversar sim. - Arthur iniciou com um sorriso sedento em seu rosto. - Com nossas balas.

Os irmãos Shelby saíram do carro logo depois dos outros blinders, eles caminharam em direção ao inimigo. Naquele momento, desesperada, sem ter o que fazer, fiquei apenas observando o que haveria de acontecer. Eu estava debilitada, não poderia ajudá-los.

Logo percebo que Thomas inicia um diálogo com os rapazes, senti meu coração gelar, um frio intenso subir por meu estômago. Fechei meus olhos e os apertei com força contra minhas pálpebras inferiores, e só os voltei a abrir quando ouvi um barulho de tiro. Foi o primeiro tiro da noite e o mais fatal de todos.

Quando voltei a abrir meus olhos avistei John caindo. Naquele momento, tudo que estava em minha volta parecia estar em uma longa câmera lenta, respirei ofegante e sai correndo de dentro daquele carro, indo em direção a John que estava estirado no chão empoeirado e gélido. Apressadamente, me ajoelhei perante o corpo do mais novo e coloquei uma de minhas mãos sobre seu peito e ao retirá-la estava repleta de sangue. Meu mundo desabou, eu não podia ouvir mais nada, estava um espaço oco dentro de minha mente.

- John, John! - Gritava Thomas no meio dos barulhos de tiro. - John!

- Ele foi atingido. - Respondeu Aberama. - Nós vamos atrás deles.

Os peaky blinders rapidamente seguiram os homens provavelmente enviados por Mosley, deixando somente eu, Thomas e Arthur no local.

- Ana. - Suspirou John. - Ele estava apontando pra você.

- Quem? Apontando o que? John , por favor, calma, vai ficar tudo bem. - Respondi.

- Eu não podia deixar ele matar você, eu não... - Exclamou o Shelby e logo começou a cuspir sangue por sua boca. - Eu amo você, tá? Eu te amo. - Ao finalizar, ele apagou.

- John, não. - Meus olhos encheram-se de lágrimas. - Não faz isso comigo, por favor.

- Ele não está respirando, Tommy, ele não está respirando. - Arthur gritou. - Faz alguma coisa. - Arthur balançava a cabeça de John a espera de uma resposta.

- Sai daqui, Arthur. Saia já daqui. - Resmunguei enquanto minhas lágrimas cobriam meu rosto.

Apoiei minha cabeça no peito de John, me deitando junto a ele naquele asfalto frio, eu não podia acreditar nem por um instante no que havia acontecido bem diante de meus olhos. A culpa de tudo aquilo era minha, foi por minha causa de John estava com uma bala encravada em seu peito.

Thomas tentava me puxar, me tirar dali mas eu estava relutante, eu não queria acreditar, eu precisava de John. Ele era meu melhor amigo, ele era tudo pra mim, meu porto seguro e eu perdi tudo isso em um milésimo de segundo.


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Oi mores, o que estão achando dessa história? Essa morte de John em :(, isso poderá mudar tudo que Ana sente e acredita, vamos ver o que vai rolar nos próximos capítulos.

Já foram ler Blank Space? Deêm uma olhada no meu perfil

✓ ESPELHOS QUEBRADOS | Thomas ShelbyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora