16. É HORA DE DIZER ADEUS

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Já havia se passado 12 horas desde que Thomas tinha me ameaçado no hospital, eu não conseguia pregar os olhos por nenhum minuto sequer durante a noite, Ada havia preparado um chá com biscoitos para mim, aquilo me acalmou um pouco

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Já havia se passado 12 horas desde que Thomas tinha me ameaçado no hospital, eu não conseguia pregar os olhos por nenhum minuto sequer durante a noite, Ada havia preparado um chá com biscoitos para mim, aquilo me acalmou um pouco. A notícia de que Aberama ficaria bem terminou de reconfortar o meu dia, era tudo que eu precisava ouvir para erguer minha cabeça e fazer de tudo para provar que não havia sido eu, a traidora. Me lembro tão bem dos olhares de Gina e de Michael para mim e da visita da loira em meu quarto, eu tenho quase certeza que existem algo por trás, que ela tinha intenções diabólicas ao meu respeito.

Os minutos foram passando, Ada me emprestou uma de suas roupas para que eu pudesse me trocar, me vesti e logo em seguida fui à casa de Thomas. Nessas 12 horas todos haviam sumido, principalmente Mosley, o fascista não dava as caras desde o discurso. Eu realmente não estava me importando com isso, naquele discursos eu consegui enxergar quem verdadeiramente era esse homem, asqueroso e frio.

Ao chegar na casa de Thomas, bati na porta por três vezes seguidas como sempre fazíamos quando crianças, para ele saber que era eu quem aguardava ele do outro lado da porta. Não esperei muito e logo Francis veio me atender, a mulher me entregou um abraço forte e eu o retribuí, ela me acompanhou até a sala e eu me acomodei, aguardando Thomas vir até mim.

- Anastácia? - Ouvi a voz que vinha por detrás de mim, quando me virei, vi que era Thomas.

- Thomas, escuta. Você precisa acreditar em mim, minha vida toda eu passei ao lado de vocês, você sabe quem eu sou Tommy, você sabe que eu... - Ele me interrompeu colocando a mão sobre minha boca.

- Anastácia eu quero que saia daqui. Quero que suma de Birmingham, se não eu irei enlouquecer. - Ele respirou profundamente.

- Não, Thomas. Eu não irei partir enquanto não provar a minha inocência.

- Eu preciso que vá porque eu te amo, porr*! Quero que fique longe de mim. Eu lutei tanto pra não sentir nada por você, tentei me manter forte o suficiente, mas não da mais.

- Eu não vou! Eu também te amo Thomas, como nunca amei ninguém, você sabe que eu nunca te trairia, você sabe. - Entrelacei minhas mãos envolvendo o pescoço do homem. - Quero que confie em mim.

- Esse é o problema, eu não confio em ninguém, Ana. - Thomas sentou-se no sofá enquanto ainda falava. - Eu estou lhe dando uma chance de sair daqui sem ter que me provar coisa alguma, só vá embora, por favor.

Fixei meu olhar em seu rosto, sem saber o que dizer. Se era isso que ele queria, não havia mais motivos para que eu ficasse ali, chegou a hora de partir, a hora de dizer adeus a Charlie. Apenas assenti e então subi para o meu quarto.

Peguei a minha mala e em seguida organizei todas as minhas peças de roupas e todos meus itens pessoais, que não eram muitos, dentro da mesma. Senti as lágrimas escorrerem por meu rosto, eu ainda queria descobrir quem havia traído Thomas, quem seria capaz de me culpar, eu tinha que investigar, foi ai então que escutei um barulho vindo do quarto ao lado, eram vozes, pareciam que estavam discutindo.

Me aproximei então da parede para que eu pudesse escutar um pouco melhor, tentativa falha. Logo sai de meu quarto e andei em passos lentos ao cômodo ao lado, e antes mesmo que eu chegasse no local, saiu pela porta tia Polly juntamente com Lizzie. Ao perceber minha presença, senti que assustaram-se, aquele momento me deixou com dúvidas sobre inúmeras coisas, o que elas estavam escondendo?

- Olá, filha. Você está bem? - Polly perguntou.

- Eu estou. - Respondi um pouco introvertida.

Sem prolongar o assunto, segui em direção ao quarto de Charlie para que eu pudesse encontar o menino que estava brincando com seus primos Karl e Billy, ao lado de Linda.

- Bom dia, meninos. - Soltei um sorriso enquanto eles correram para meu abraço. - Bom dia, Linda.

- Bom dia. - Respondeu ela.

- Charlie, precisamos conversar, vem comigo.

Segurei o menino pelo pulso e o puxei, assim então, caminhando com ele por todo o corredor. Desci as escadas e fui em direção ao jardim, onde me agachei e as lágrimas mais uma vez rolaram em meu rosto.

- Charlie, você foi a coisa mais especial que aconteceu comigo. Eu me sinto uma mulher tão realizada por ter tido o prazer de cuidar de você e ter sido, por mais que um pequeno tempo, sua mamãe.

- Ana, não sei o que isso significa, mas eu também te amo. - Ele me agarrou pelo pescoço, me entrelaçando dentro de seu abraço.

- Também te amo, Charlie. Mas escuta. - Afastei o menino por um momento e segurei em suas bochechas. - Agora a mamãe Ana vai precisar ir embora, por um tempinho mas, eu prometo que irei voltar para te ver, ok?

O menino não disse nenhuma palavra e não expressou nenhuma reação em seu rosto, aquilo realmente era sufocante, não saber o que ele estava sentindo. Charlie apenas soltou minhas mãos de seu rosto e correu para dentro da mansão, me fazendo cair sobre o chão e me derrubar em lágrimas.

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Oi amores, quero pedir desculpa pela demora do capítulo novo, estava com um baita bloqueio criativo!

✓ ESPELHOS QUEBRADOS | Thomas ShelbyWhere stories live. Discover now