⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀Em meio a uma viagem para Cannes, Delilah Danvers e seu grupo de amigos são convidados para um baile de máscaras por meio de cartas assinadas por um indivíduo anônimo.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀A festa parece correr muito bem, até que, quando um assassinato a...
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CAPÍTULO 05 – Boulevard de la Croisete
Eram sete da noite quando Delilah e todos estavam prestes a sair do hotel até o Boulevard de la Croisete. Por um acaso ou não, o vestido caiu perfeitamente em Danvers, as clavículas à mostra e o azul celeste reluzindo em seu corpo estreito. As estrelas pareciam ter emprestado seu brilho para bordar aquela peça de arte que a envolvia, tornando Delilah uma musa em um conto de beleza etérea. Qualquer um cogitaria ter sido feito sob medida.
— Devon, feche o zíper para mim. — Virou de costas e pediu a Radke, que vestia dourado até os pés. — As máscaras já estão na bolsa?
— Não me lembro se coloquei. — Ela empurrou o zíper para cima, abafada. — Pronto.
— Obrigada.
Delilah suspendeu o vestido e acomodou-se em sua cama. Ela suspirou alto.
— Eu não estou com um bom pressentimento.
Devon sentou ao seu lado, puxando com os dedos os fios áureos de seu penteado, desmanchando as ondas das pontas do cabelo.
— Eu também não, Delilah. Mas agora já é tarde demais para desistir.
— Não é. Não quero mais ir. Eu poderia fingir que nenhuma dessas coisas chegou até mim e ficar no hotel esperando vocês chegarem. — Delilah apontou para as cartas e a caixa dourada, enquanto caminhava de um lado para o outro, exasperada, as costas de seu vestido já rastejando pelo chão. — A sensação é horrível.
— Mas não tem muito que fazer, certo? — Devon tentou acalmá-la, por mais inútil que fosse. — Todo mundo só concordou em ir por sua causa. Você insistiu.
Delilah pigarreou.
De repente, voltou a sentar-se no pé da cama e amarrou os cachos em um coque, alguns soltos pelo rosto. Não falou mais nada e abriu a porta, esperando Devon sair.
— O quê?
— Se eu morrer hoje, Dev, não quero que fique com peso na consciência. O meu pai vem te buscar antes que isso aconteça e te mata por me deixar ir à esse lugar.
Devon franziu as sobrancelhas.
— Que exagero — ela achou graça. — Você não morreria fácil assim, isso é impossível.
Memórias com Delilah passaram diante de Devon. Uma, de Danvers tentando subir de bicicleta em um morro em Strand State e quase quebrando as duas pernas. A outra, quando Delilah parou no principal hospital de Malibu por engolir água demais em uma disputa imaginária com uma peixe de quem passava mais tempo por baixo d'água.