Capítulo 01: Uma Noite Até Cannes

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CAPÍTULO UM – Uma Noite Até CannesDELILAH DANVERS

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CAPÍTULO UM – Uma Noite Até Cannes
DELILAH DANVERS.

Era final de setembro, outono em Cannes, França. Eu havia trancado o curso técnico e estava para completar vinte anos. Essa é, finalmente, a primeira fase da vida em que ninguém mais lhe dá ordens. Você deveria estar feliz, porque é livre e enfim pode escolher fazer o que quiser. Mas tudo que eu desejava, com dezenove anos, era sumir.

Lisa Castillo faleceu pouco antes do meu grau de ansiedade ter alcançado o ápice. Lisa Castillo, minha amiga de infância. Lisa, uma das únicas pessoas que realmente se importou comigo até o seu último segundo viva. Um nome nunca me doeu tanto.

Depois de Lisa, percebi o quanto a minha vida já não fazia mais sentido há muito tempo. Não foi só mais uma morte, só mais uma investigação para um detetive. Talvez ela nem fosse tão íntima para mim quanto Devon ou Miles. Foi um homicídio que presenciei. Foram noites sem dormir por temor. Foram as amizades que pensei ter, nos apunhalando aos poucos por trás. Apunhalando Lisa. Foi um mês e três dias buscando por respostas.

Eu não julgo, erros de uma vida atrás me mantém questionando.

Devon Radke estava sentada ao meu lado em um avião com destino para Cannes, França, em 15 de Setembro, há cinco anos. Desembarcamos de Malibu, Califórnia, enquanto o voo de Miles e o resto do nosso antigo grupo partia de Bervely Hills. Havia atrasado algumas horas, eles chegariam um pouco mais tarde que nós.

— Senhoras e senhores, solicitamos que todos permaneçam sentados e com os cintos de segurança afivelados — a voz da aeromoça no microfone ecoou por todo a aeronave, me obrigando a despertar de devaneios. — Estamos atravessando uma área de turbulência. Esse aviso se extende à toda tripulação. Obrigada.

Já era final de tarde, só mais uma noite até Cannes.

O zumbido constante dos motores proporcionava uma trilha sonora suave para meus pensamentos, enquanto eu me perdia nas possibilidades que a França guardava. Ao meu lado, Devon murmurava suavemente, suas expressões alternando entre o sono e a monotonia.

— Devon — sacudi seu braço. Dev era como um vampiro. Não conseguia dormir bem à noite, só sentia-se sonolenta durante o dia. — Acorda.

Apertou os olhos, os limpou com as pontas dos dedos e buliu os quadris na poltrona.

— O quê?

— Turbulência. — Ela me olhou como quem ainda não entendesse o porquê de seu sono ter sido incomodado. Ignorei. — Camille e Ryan mandaram mensagem no grupo enquanto você dormia. O voo atrasou. Acho que todos eles ainda estão no aeroporto.

Dev estreitou seu olhar para um ponto fixo, as olheiras mais profundas e a maquiagem preta dos olhos borrada.

— Miles está falando com você? — ela apontou para o meu celular.

Mexer em qualquer aparelho eletrônico por mais de cinco minutos no avião iria contra os meus valores. Sempre gostei de viajar. Lembro de ainda ser criança e comprar gibis para ler durante os longos voos. Era o meu momento de desconexão. Dormir, ler, escrever. Ouvir músicas no fone, assistir um filme baixado. Ou só parar e refletir. Desconexão.

— Não — afirmo. — Ele deve ter mandado mensagem, mas não vi.

Miles era o meu namorado. Ainda é. A pessoa que mais amei depois de mim mesma.

— Quanto tempo falta até chegarmos?

— Uma noite.

Devon ficou em espanto. Talvez em desespero. Abriu bem os olhos, desafivelou o cinto do assento e se inclinou para abrir a janelinha ao meu lado.

— Uma noite? Inteira? Pensei que já estivéssemos chegando — sussurrou Dev, em mais espanto ao avistar um pôr do sol em sua frente. O céu dividia-se em laranja e tons fortes de vermelho, possivelmente já fosse seis e vinte e pouca da tarde.

— Não pode desprender o cinto. — A empurrei de volta para o banco, antes que a turbulência o fizesse por mim. — Melhor você voltar a dormir.

— Tarde demais.

Devon afivelou o cinto de segurança de volta e sacou um livro de capa branca e detalhes dourados de dentro da sua sacola. Por questões de segurança, não é permitido manter malas, bolsas e mochilas no chão do avião durante a viagem, então Devon a posicionou em seu colo desde o início.

— Não sabia que você gostava de ler — comentei.

— Não desgosto. É só que a Camille passou horas em ligação comigo no outro dia só falando de como esse livro era bom, de como mudou a vida dela. Então resolvi comprar.

— Mudou a vida dela? Sobre o que fala? — puxei o livro de suas mãos, procurando a sinopse.

Li a contracapa. "Proteja seu coração". E alguma coisa, Reino das Fadas, alguma coisa, feéricos.

O escrito permaneceu em minhas mãos e meus olhos firmando-se em Devon, vestida da cabeça aos pés de preto, correntes nos pescoço e nas mãos, coturno e tatuagens em ambos os braços, enquanto eu imaginava de onde surgiu o seu desejo em ler livros de fantasia infantojuvenil.

— Isso é sério?

— Preciso sair da minha bolha.

E puxou o livro de volta.

Ela então tornou a estar envolta em uma névoa de sonolência e tédio. Seus olhos lutavam contra o peso do sono, enquanto eu observava as nuvens dançando lá fora, antecipando a chegada a uma terra repleta de promessas.

Mantive-me desperta até aterrissarmos na França. A ansiedade foi a culpada. Tentei cochilar algumas vezes, mas não consegui.

Mas mantive-me desperta não só naquele voo. Acredito que congelei os meus olhos abertos durante todas as noites da viagem depois da madrugada de vinte e três de Setembro.

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