⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀Em meio a uma viagem para Cannes, Delilah Danvers e seu grupo de amigos são convidados para um baile de máscaras por meio de cartas assinadas por um indivíduo anônimo.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀A festa parece correr muito bem, até que, quando um assassinato a...
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CAPÍTULO 18 — Narrativa de Lauren Cannon
Registrei aqui toda a minha ligação com Lisa Castillo e o que presenciei no dia de sua morte.
Afirmo que é importante destacar o meu nível de intimidade com a vítima, pois creio que esse tipo de informação torna-se válida quando a resposta para um crime em aberto ainda é confusa. Lisa e eu não éramos íntimas. Nunca fomos. Ela era minha colega e nós nos dávamos bem na medida do possível. Lisa, na verdade, nunca foi verdadeiramente amiga de nenhum de nós, é o que notei dos últimos tempos para cá. Ela não se deixava ter amigos. É claro que ela tinha mais afinidade com uns do que com outros... sendo nesse caso, por exemplo, mais próxima do próprio namorado e a Camille, e menos da Devon e os meninos. Mas ela nunca contava para ninguém os seus problemas, não mostrava para ninguém as suas pinturas e raramente comentava sobre sua vida fora da faculdade. E Lisa era assim porque queria. Ela era tranquila, realmente tranquila. Muito quieta, muito artística, muito sozinha por opção. Mas todos nós tínhamos muito carinho por Lisa.
Como o senhor já deve saber, Lisa levava muito jeito para a arte. Talvez lhe seja uma informação inútil, mas para mim é uma observação muitíssimo interessante. Algumas pessoas nascem com o dom da arte e somente poucas sabem usufruir dele. Lisa era uma dessas poucas pessoas. Ela pintava muito bem e todos sabem disso.
No dia da tão esperada viagem, o voo atrasou. Viajei com quase todos juntos, com a exceção de Devon e Delilah. Alguns dias antes de embarcarmos para Cannes, eu havia as convidado para visitarem o meu apartamento em Bervely Hills e, naturalmente, Delilah recusou. Ela precisava organizar as coisas para a viagem, foi o que me explicou, e eu entendi plenamente a situação. Devon, que mora com Delilah, também preferiu ficar. Hoje, visualizando essa situação com uma nova perspectiva, talvez tudo se encaixe de uma forma diferente... Mas não gostaria de entrar em detalhes. São somente teorias bobas que criei.
O hotel é um paraíso. É magnífico. Devo parabenizar a escolha certeira de Delilah em escolhê-lo. Estou hospedada em um quarto com Camille, o 1032. A divisão de como nos espalhamos por aqui é bem simples de ser lembrada. No quarto 1020, há Devon sozinha e no 1021, há Ryan. No 1030, no andar superior, há Miles e Delilah em um dormitório a sós e no 1031, Joshua e Lisa (atualmente, somente Joshua).
O menu oferecido aos hóspedes também não é nada limitado. Gosto dos pratos europeus. A culinária francesa é boa, mas não supera a italiana. E Lisa era mesmo italiana, caso alguém ainda não tenha comentado com o senhor. Toda a família Castillo era.
Estive evitando pensar sobre a morte de Lisa desde o primeiro interrogatório, mas acho que não tem mais como escapar. Ainda sinto a culpa sobre mim. Foi uma noite bastante traumática para todos, imagino. Já contei a ordem dos acontecimentos ao senhor, mas desta vez pretendo detalhar todos eles.
