C a p í t u l o 7

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Bati três vezes na porta, e dei um pequeno passo para trás ficando ao lado de Bailey.

Me senti um tanto nervosa, fazia muito tempo desde que nos vimos pela ultima vez.

Bailey parecia sentir minha tensão quando me olhou de relance e colocou as mãos no bolso, nossa viajem estava se tornado algo insano.

Meu coração gelou ao vê-la abrir a porta, um sorriso se formou em seus lábios.

— Você está aqui!

Ela desceu os pequenos degraus me apertando em um abraço, era como se eu estivesse lhe vendo pela primeira vez. Ela continuava igual, mudando o fato dos dreads no cabelo.

— Você está tão linda. — Ela segurou meus ombros. — A cara da sua mãe. — Abri um sorriso contente para ela, me sentindo em casa.

Vi quando seus olhos se arregalaram, ao encontrar o garoto parado.

— E quem é esse? — Ela me soltou seguindo em direção ao Bailey, ele arregalou os olhos quando a mulher baixa pegou em seus braços musculosos e lhe olhou profundamente.

Minha tia era louca.

— Você é tão lindo! Sorria. — Bailey sorriu, um sorriso nervoso, enquanto me olhava em desespero. — Os dentes são branquinhos, e esses olhos, com certeza tem parentes asiáticos. — Ela indagava animadamente. — Sua aura é tão linda.

Dessa vez ela estava passando dos limites.

— Obrigada? — Falou pela primeira vez.

— Vocês precisam se casar! — Arregalei os olhos.

— Tia!

— Ele é perfeito. — Sussurrou como se ele não fosse ouvir, eu ri de sua loucura, assim como o garoto próximo. Arrumei minha franja e indiquei a entrada com a cabeça.

— Podemos entrar? Estamos cansados.

— Claro. — Ela estava eufórica. 

Ao entrar na sala, senti como se estivesse sem vir aqui à uma eternidade.As paredes bem pintadas agora eram brancas, e haviam vasos de plantas por todos os lados, algumas fotografias, e o abençoado sofá no qual me joguei assim que pus os olhos.

Faziam horas que eu não descansava, eu sentia o peso do mundo nas minhas costas, não que isso fosse culpa apenas da viagem até aqui.

Todas as chamadas que ignorei pelo caminho, do meu irmão e de Dr. Will eram exageradas. Eu sabia que eles queriam que eu voltasse, mais ainda tinha tanto pra ver.

Fechei os olhos, convencida de que por alguns segundos eu descansaria minhas pálpebras, lembro de ouvir vozes antes de apagar.

Bailey se apresentando a minha tia, e em seguida apenas um breu enorme.

*

Encarei o teto, ao abrir os olhos, eu não estava exatamente na sala no momento, esperei minha cabeça retornar ao lugar, sabendo que eu estava em alguns dos quartos de hospedes.

Eu via minha tia como uma rainha, uma inspiração, a mãe que eu não tive em boa parte da vida, no entanto, as vezes era estranha, e uma sensação dela não ser tão boa me vinha em mente.

Como agora.

Encarei a mulher sozinha na mesa, ela bebia um chá, vi seu sorriso se abrir mas não fiz o mesmo. Abracei meu corpo, ela me avaliou, já sabendo o que estava acontecendo, suspirou ignorando.

—  Como estão as coisas? Com seu irmão, e tudo mais?

— Complicadas. — Respondi curta. — O Bailey me colocou na cama?

Number 10_ Shivley MaliwalOnde histórias criam vida. Descubra agora