C a p í t u l o 11

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Eu batia meus pés compulsivamente no restaurante, já fazia meia hora que eu estava sentada esperando algo funcionar pra tempestade que estava na minha cabeça.

Bailey havia saído com a garota loira, sei que deveria ficar calma e levar em uma boa, ficar com as minhas amigas, a noite anterior era bobagem e eu não me apegaria ao garoto da maneira errada. Mas antes que me desse conta um avalanche de pensamentos e paranoias me atingiu.

Eu estava no restaurante, me forçando a me concentrar em qualquer coisa, menos naqueles pensamentos. Era impossível.

De repente Bailey se tornou muito importante, tão importante que me fazia sentir, um pânico interno e conhecido me atingiu, de uma hora para a outra pensamentos ainda mais sem fundamento me atingiu, um aperto no peito e um desespero interno em pensar nele abandonado a viagem ou me deixando sozinha.

Medo de ser abandonada de certa forma, essa ideia me fez querer chorar, e não era drama. 

Eu conhecia bem essa sensação, era a a pior possível.

Encarei meu prato ainda lotado.

— Isso está com uma ótima cara. — Uma conhecida voz soou, Bailey.

Ergui o olhar, notando que o mesmo tinha colocado a jaqueta e os óculos que eu havia indicado, estranhei sua presença, desviei os olhos lacrimejados.

Isso não poderia estar acontecendo outra vez.

— O que está fazendo aqui? O encontro não deu certo? — Ele riu sentando na minha frente, e se apoiou na mesa. 

— Ela não faz meu tipo.

— Como me achou? — Ele deu de ombros, mexendo na decoração do centro da mesa, um pequeno vazo muito bem cuidado.

— Estava de passagem e te vi, é meu difícil não te notar pensativa a frente da janela. 

— Não era nada demais. — Indaguei sentindo o controle retornar para as minhas mãos.

Depois disso, apenas voz de Bailey foi escutada, ao pedir uma bebida ao garçom, analisei sua feição relaxada, e de repente um flash da noite anterior veio com tudo, encarei seus lábios me perguntando se algum dia eu o sentiria outra vez.

Eu não deveria, mas uma parte de mim queria mesmo saber.

Vi seus olhos escuros encontrarem os meus, fazendo com que uma inexplicável corrente elétrica atravessasse meu corpo, em um gritante e desesperado desejo de beijá-lo novamente.

Respirei fundo, hoje de manhã eu havia conseguido agir com a mais perfeita naturalidade possível, embora tivesse me xingado em frente ao espelho pela péssima ideia.

— Por que veio aqui?

— Tem uma boa comida, caras gatos... — Brinquei, fazendo com que ele rolasse os olhos, em uma expressão quase indiferente.

Eu não havia mentido exatamente, o local era grande, bonito e aconchegante, além de pessoa bonitas, como garçom que apareceu colocando uma espécie de suco na frente de Bailey.

Instantaneamente assim, sozinhos sem nada realmente emocionante no momento, uma pergunta de muito tempo me veio a cabeça, arrumei minha postura, e lhe encarei da melhor forma que eu conseguia: Intimidadora.

— Eu quero que me conte uma coisa.

— Depende do que seja. — Ergueu o suco em direção a boca, mas parou no meio do caminho com a minha pergunta:

— Por que fez a lista? — Ele pôs o suco na mesa, e suspirou, abriu a boca algumas vezes para falar, porém, não o fez. — Não acha que ela é um tanto...

Number 10_ Shivley MaliwalOù les histoires vivent. Découvrez maintenant