capitulo 23🍃

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" Não sei se ligo, se digo, se espero, se fujo, se corro, se fico"

— Desconhecido

Boston/ 26 de março/ 14:46 PM

— Desculpe não poder ficar mais tempo com vocês. A residência é um porre. Você fica mais no hospital do que na sua casa.

Após achar a responsável da criança, e receberem inúmeros abraços por uma atitude tão nobre, Noah cumpriu sua promessa em comprar um brinquedo para Erick, e só depois de almoçarem, ele os deixou em casa.

Shivani assentiu, escorando um pouco a porta para que Erick não escutassem suas conversas, no meio do corredor.

— Hoje foi incrível. — Ela iniciou, se escorando no batente da porta. — Obrigada.

— Disponha. Poderíamos sair mais vezes, se quiser. — Noah ofereceu, com suas mãos enfiadas nos bolsos da calça, como de costume. — A gente marca.

— É...poderíamos... — E mais uma vez, ali estavam suas palavras vagas, de alguém que não saberia dizer se estaria viva ou não amanhã. Aliás, quem saberia, não é mesmo? — Eu...

Talvez ela devesse se afastar dele.
Talvez devesse encerrar aquilo que estava começando ali mesmo, para que depois, Sabina não viesse dizer que a tinha avisado, e que na hora de se vestir como noiva, ela não manchasse o vestido com suas lágrimas de desespero e arrependimento, por estar fazendo algo no qual não queria.

Talvez ela devesse lhe contar a verdade.
Contar porque ainda não tinha desistido de tudo e somente agarra-ló ali mesmo naquele corredor, pouco se importando com o resto de sua vida que se seguiria após aquela escolha.
Porque sem dúvida alguma, ela escolheria ele.

Ou talvez ela devesse apenas engolir aquele bolo que de formava em sua garganta, e parar de criar falsas esperanças em algo que nunca aconteceria.

Ela não era covarde.
Ela não era de desistir.
Ela era fiel à sua família. E, mesmo que estivesse sangrando por dentro, ela iria até o fim naquele casamento sem pé e sem cabimento, apenas para não ver os pais indo para a cadeia.

— Me desculpa por isso...e por isso... — Ela avisou, antes de puxa-lo de uma só vez para mais perto do seu corpo, e grudar seus lábios nos dele.

Sim. Ela não era covarde.
Precisava experimentar aqueles lábios, mesmo que isso significasse a sua própria destruição.

O seu pedido de desculpas antecipado, logo fôra compreendido por ele, quando ela enfiou sua língua dentro de sua boca, sem qualquer timidez.

Noah não estava esperando por aquilo, e pra ser sincera, nem ela, mas os dois pareciam se conhecerem melhor do que pensavam, quando suas línguas se entrelaçaram de uma forma meio mágica.

Shivani  não se arrependia por estar o beijando. De forma alguma.
Mas se arrependeu quando se afastou.
Se arrependeu pelo ar que parecia lhe faltar.
Se arrependeu por encara-lo.

Tudo aquilo...tornava muito mais difícil a sua partida.

— Por que? — Noah  perguntou, ainda um pouco ofegante, não desviando nem por um segundo, o seu olhar do dela. Se era verdade o que diziam, as pessoas saberiam de uma mentira assim que olhassem dentro da batata do olho da outra pessoa. — Por que insiste em me manter apenas como seu amigo? Se sou eu quem você quer, por que então insiste em me manter afastado de você?

— E-eu.....eu não sei. — E ela não mentiu. Ela o queria, mas não podia tê-lo. Ele parecia ser alguém proibido demais para ser explorado, sem um colete à prova de quedas. — Eu não sei...

O tão esperado beijo de noavani🤩

A sua mentira em abril  (Noavani)Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz