capitulo 41🍃

119 32 1
                                    

" Que o tempo nos permita alguns reencontros sem culpas porque é bom sentir sempre mais uma vez."

— Tati Bernardi

Orlando/ 02 de abril/ 22:00 PM

A garoa que caira mais cedo, finalmente cedera, porém, para os amantes do frio, uma brisa gelada e ao mesmo tempo reconfortante ficara para trás, e aquilo para a mulher que resolvera finalmente voltar para casa, era uma companhia e tanto.

Apesar de mais cedo estar sorrindo, ter gargalhado ou pouco se importando com uma parte de seus problemas das quais se livrou, ainda existia sua mãe.
Não tinha como ela se livrar de sua família, e era por isso que teria que encarar o tornado que talvez estaria a esperando em casa.

Na sua verdadeira casa...

Ela impediu o casamento..impediu de se casar, mas não poderia impedir das possíveis palavras que sua mãe usaria para insulta-la, de feri-la.
Impediu uma vida inteira de arrependimentos, mas não impediu toda aquela mágoa e ressentimento de ser descontado em Noah, que claramente não tinha nada haver com seus problemas.

Ela se impediu de tomar uma decisão que influenciaria o resto de sua vida, mas não conseguiu fazer aquilo sem prejudicar as pessoas em volta. Isso, para alguém que já se culpava por não ter voz para suas próprias vontades, era uma verdadeira tentação.

Enquanto andava, ignorando o vestido que ficara pesado devido a umidade e seus pés que já nem mesmo sentia mais, algumas lembranças a tiraram da realidade, sobre a vida incrível que talvez teria em Boston.

Lembrou-se de todos os seus momentos incríveis das quais a fizeram mudar de ideia, das pessoas especiais que tinham por lá, e de como era bom sentir ao menos uma vez, a sensação de tomar suas próprias decisões.

Lembrou-se de Sabina, que como previra um dia antes, realmente não dera as caras em seu casamento. Sua mãe, como sempre controladora, devia a tê-la impedido de vir.
Mas, mesmo que conhecendo Renata como Sabina conhecia, ela ainda sim não desistira daquela amizade e muito menos da própria shivani, que sabendo de tudo aquilo, via a amiga como um ser corajoso e que não desistia facilmente, porque, jugando a forma em que sua vida era vivida, que suas escolhas eram feitas, e que o seu jeito era controlado, aquela amizade, por parte de shivani, não duraria tanto quanto durou.

e por último, ela se lembrou dele..
Como ele estaria, naquele momento?

A medida em que se aproximava de sua casa, ela se obrigou a perguntar, colocando as mãos atrás do corpo e elevando a cabeça para cima, notando o céu escuro ainda nublado.

Mesmo que tenha se passado apenas um dia, Noah Urrea ainda estaria pensando nela?
Ou talvez ela tenha sido apenas uma ilusão, que assombrara sua vida?

Se tudo aquilo fosse diferente, se ela tivesse a mesma oportunidade de conhecê-lo, do mesmo jeitinho, sem mudar absolutamente nada, ou pelo menos, o seu status de noiva para uma mulher solteira...será que se tudo aquilo acontecesse novamente, com ele, os dois talvez dariam certo?

A vida talvez não riria da sua cara, ou brincasse com seus sentimentos?

Ela entretanto, não teve tempo de pensar numa resposta.

Shivani  piscou, tão surpresa consigo mesma por talvez estar imaginando coisas. Qual seria as probabilidades de estar vendo ele ali, escorado no carro de frente ao condomínio que morava, do mesmo jeitinho que costumava ficar quando a olhava, com o mesmo olhar sereno e com uma pitada de curiosidade ao fundo, bem como se lembrava?

E por que, afinal, ele estava ali?

Não era justo...shivani  Sussurrou para si mesma, fazendo uma expressão de alguém que estava prestes a chorar. Não era justo ele estar ali, depois de tudo...

Não era justo ele sair de Boston, para ir atrás de uma mulher indecisa e complicada.

Não era justo Noah  fazer aquilo com ela, porque, por mais que doesse, as atitudes dele somente provavam o quanto se tornava difícil viver sem ele.

Ele apareceu em sua vida sem pedir absolutamente nada em troca, e agora, ele a tinha..

— O que está fazendo aqui? — Sua voz saiu como a de alguém que não acreditava no que via. Um sussurro em voz alta, capaz de fazê-lo mesmo em certa distância, ouvir.

Mas ele nada disse.
Dizer não resolveria em nada, tudo o que sentia.

O que fez, foi caminhar até ela, sobre o olhar de urgência que ela lhe dirigia, e agarrar sua cintura antes mesmo que tivesse a oportunidade de pensar.

Ele pressionou o seu corpo no dela, para que assim soltasse uma de suas mãos e colasse em seu pescoço, a puxando para um beijo inesperado e ao mesmo tempo, desesperado.

Shivani realmente não parecia estar acreditando que ele estava em sua frente, ou melhor, dentro de sua boca, fazendo os espasmos de seu coração saltarem.
Não acreditava que ele pudesse ter largado tudo em Boston, por ela, justamente por ela, que não merecia aquilo.

Ela era uma filha da mãe!
Ele não sabia quase nada sobre ela!
Ela não merecia que ele se sacrificasse para estar ali...

— Por que....?

Murmurou, deixando sua mão cair para próxima ao corpo, ainda sentindo os lábios dele sobre o seu.

Não fazia sentido...
não tinha porquê ele estar ali...

Noah se afastou, apenas um pouco para que pudesse limpar o rosto molhado dela, que não demostrava sequer uma expressão, à não ser aquelas lágrimas silenciosas.

— Não dá para desfazer o estrago que você já fez na minha vida, Paliwal — Ele finalmente se pronunciou, fazendo seu coração pular descompassado em seu peito. — Assim como também não dá para pedir para te esquecer, quando é a culpada de ter me feito gostar de você!

(...)

Vocês não sabe a vontade que eu estou de postar o book trailer na nova fanfic de noavani. 🌸 Aaaaahh, está muito perfeito.

A sua mentira em abril  (Noavani)Where stories live. Discover now