Capítulo 03

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- Como foram suas aulas? - minha mãe perguntou, enquanto meu pai e minha irmã conversavam na mesa da cozinha, a poucos metros de distância. Estávamos cortando as verduras para o jantar. Era o nosso momento, o qual ninguém poderia atrapalhar ou se envolver e nem poderíamos sair dele por nada.

- Tudo tranquilo - falei, escondendo o fato de um professor de Literatura gato. Eu naturalmente gostava de todos os professores que ensinavam a matéria de Literatura, mas um professor novo é bonito de Literatura já era um pacote completo demais e provavelmente a preocuparia - todas as aulas se passaram depressa, acho que vou gostar bastante.

- Fico feliz, filha. Está vendo? No fim, nem precisava tanto rebuliço por conta da faculdade, vai dar tudo certo - ela falou, passando as mãos no meu rabo de cavalo desleixado e louro - hm, o Thomas ligou novamente para mim.

- Manda ele ir se foder - falei, cortando a última tomate e colocando dentro do prato arrumado de vidro novo.

- Primeiro: olha a língua. Segundo: o que o Thomas fez tão de errado? - ela perguntou, colocando uma mão na cintura.

- Apenas destruiu minha autoestima e fez eu reprovar no meu curso.

- Está sendo exigente demais, você quem escolheu namorar com ele.

- Quer saber, mãe? Não me interessa o que eu fale, você sempre vai defender esse idiota que até já zombou da senhora por trás. Já que gosta tanto dele, pode se divorciar do papai e namorar com o Thomas, o que acha? Porque eu não quero mais absolutamente nada com aquele filhinho de papai de merda.

Thomas era a pessoa mais insuportável do mundo inteiro. O tratamento que me aplicava dependia do seu humor: se estava feliz, eu era uma deusa, mas, caso estivesse bêbado ou de mau humor, eu era um lixo e me magoava de todas as maneiras possíveis. Ele zombava dos meus gostos por livros, séries e filmes e criticava cada comentário meu. Por isso que, na frente de todos, não consegui falar o que queria. A visão que havia formado sobre mim foi atualizada com sucesso pelo Thomas. Agora era insegura com o que falava e não tem arrumava mais, além de ter ficado com meu coração partido quando acabei com ele, há 1 mês.

- Você está muito explosiva, Charlie - ela respondeu, me chamando pelo o meu apelido - ele zombou de mim?

Depois que eu e minha mãe terminamos de preparar a janta e todos nós nos alimentamos, fui para o meu quarto para organizar o meu material. Nossa casa não era exatamente muito grande, por isso mesmo com a porta fechada ainda dava para ouvir as risadas do meu pai em razão da série que gostava de assistir dia e noite.

- Oii - Martina, minha irmã mais velha, abriu minha porta. Ela era muito branca e tinha os cabelos pretos, o que combinava com seus olhos pretos e grandes e cílios compridos - quase não nos falamos hoje. Conta as novidades.

- Quais novidades? - perguntei, arqueando as sobrancelhas.

- Não sei, quando vocês duas ficam discutindo nem dando intervalo é porque tem algo interessante - ela concluiu, fechando a porta e se jogando na minha cama. Tirei rapidamente meu fichário de cima, para que ela não quebrasse e realmente houvesse uma enorme discussão para a cidade por inteiroo passar dias comentando - algum colega de matéria gato?

- Hm, todos feios. Mas o meu professor de Literatura é um gatinho completo - respondi, me lembrando daquele rosto.  Martina deu um sorriso, daqueles que sempre dava quando o tema era homens , o qual que tinha muita experiência em comentar. Mas, após 5 namorados seguidos, qualquer uma ficaria.

- Qual é o nome dele?

- Adam.

- Adam? Uma amiga minha já falou dele. Disse que ele deu um baita fora nela quando tentou flertar com ele. Parece ser bem sério e antipático - ela comentou, racionando um pouco.

- Eu achei ele normal. Estava falando de Literatura, todas as palavras foram doces - brinquei, tentando não me mostrar tão interessada. No fundo, fiquei me perguntando se muitas garotas flertavam com ele.

- Sabe que a nossa mãe diria para não se iludir com ele. Ele pode querer se aproveitar - Martina falou, séria.

- Não sou mais criança. E sabe que eu já transei com o Thomas. Infelizmente- falei essa última parte baixo, porque meus pais não precisavam ter conhecimento da minha vida sexual.

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