Capítulo 05

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- Você não comeu nada - ele estava com as palmas das mãos encostadas uma na outra, balançando os dedos nervosamente . Ele estava de frente para mim naquela mesa circular, sem apoiar as costas na cadeira.

- Eu vou comer - minhas mão ainda estavam tremendo de nervosismo, mas, naquele momento, um outro sentimento surgia e tomava o lugar de todos os outros: vergonha - Meu Deus, foi muito ridículo aquela cena, não foi? A do meu ex-namorado?

- Foi. Para ele. - Adam garantiu, satisfeito por eu finalmente falar alguma coisa por conta própria. Nos primeiros 10 minutos em que chegaremos na lanchonete e nos sentamos, ele apenas ficou fazendo perguntas aleatórias de Literatura para ver se eu me distraía.

- Acho que vou passar uns dias sem ir para a faculdade- falei, percebendo que não deveria ter falado isso em voz alta, porque fez com que ele encostasse as costas na cadeira e arqueasse a sobrancelha.

- Vai atrapalhar seu futuro por causa de um cara qualquer que todo mundo já percebeu que é louco? - ele perguntou - você é uma mulher muito inteligente, Charlotte, não deve atrapalhar seus objetivos por causa de um maníaco.

- Você já passou por isso? - perguntei, lembrando da fala dele no banheiro. Ele fez um "sim" com a cabeça e pareceu ficar sem graça, dando um sorriso envergonhado e triste.

- Uma esposa... bem, não somos mais casados agora - ele falou, balançando os pés com nervosismo. Se ele não queria falar sobre o assunto, não iria forçar de modo algum.

- Não queria me intrometer nos seus assuntos pessoais, sinto muito - falei, arrependida.

- Você não perguntou nada de errado, até porque eu presenciei a sua situação. Mas não estou pronto para falar sobre esse assunto aqui e agora.

Adam me olhou e sorriu. Ele estava muito bonito. Usava uma camisa cinza por baixo da jaqueta preta de couro, com calças da mesma cor. Estava completamente diferente do primeiro dia que eu o vi, muito formal.

- Gostou da minha jaqueta? - ele falou, tentando mudar de assunto, percebendo que estava olhando sua vestimenta. Levantei o olhar até o seu rosto.

- Amo jaquetas prestas de couro - contei, retribuindo o sorriso. Olhei para o suco de maracujá que Adam havia comprado para mim, juntamente com um sanduíche. Trouxe o copo até mim, sugando o suco pelo canudo - mas acho que ficaria estranho em mim.

- Por que? - ele perguntou, franzindo o cenho.

- Você me acha intrigante, não é? - dei uma risada, que ele retribuiu - porque fico parecendo ser traficante.

- Você me acha intrigante, não é? - dei uma risada, que ele retribuiu - porque fico parecendo ser traficante

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- Depois dessa acho que nem eu uso mais jaqueta - ele continuou rindo.

- Mas você fica bonito nela - falei, corando depois - er...

- Não tem problema - ele falou - você fica sem graça muito fácil. Bom...pelo menos não mentiu - fez uma cara engraçada, olhando para o teto.

- Muito convencido - fiz uma cara séria, cedendo um sorriso depois. Sei lá, depois que passei uma vergonha enorme na frente dele, me senti mas à vontade.

- Mas, se quer uma resposta, eu acho sim você intrigante - disse - bem misteriosa, na pura verdade.

- É que não me conhece muito bem ainda...eu em casa sou um livro aberto - falei, confusa. Não me considerava misteriosa- todos meus amigos sabem da minha vida.

- Entendi. Então, senhorita misteriosa, do que gosta além de ler? - ele se inclinou para frente, chegando mais perto de mim.

- Cozinhar - falei, lembrando que gostaria de preparar um prato especial - desde que eu era pequena. Acho que sou boa.

- Bem, eu teria que experimentar para saber - ele sorriu.

Impressão minha ou estava se convidando para comer o que eu preparo?

- Bem, eu vou preparar um jantar especial hoje à noite. Se quiser, pode ir - o convidei, de forma tímida.

- Eu...eu não sei - ele pareceu ficar um pouco assustado, mas depois se controlou um pouco  - é que não me sinto confortável de jantar na casa de uma aluna, entende? Quero dizer, eu gosto de você, mas continua sendo minha aluna.

- Eu entendo, tudo bem - me senti um pouco constrangida e triste, porque a companhia dele era daquelas leves, que você sente vontade de voar - se resolver ir, é só me dizer.

- Talvez eu precise do seu número de celular para dizer isso - ele pegou o celular dele devagar, abrindo e esperando eu dizer.

- Olha, eu não tou dando em cima de você, tá? Não é um encontro nem nada assim - falei, sentindo que falei besteira outra vez - acho que deve estar acostumado com alunas flertando com você.

- Eu sei que não está me paquerando - ele falou, sorrindo gentilmente - mas, se estivesse, não reclamaria.

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