Capítulo 17

1.2K 88 11
                                    

Estava ficando nervosa com Thomas oculto, sem dar nenhum sinal de vida. Meus pais, minha irmã e o Adam faziam parte da minha vida também e temia que ele pudesse prejudicar ou perseguir qualquer um deles. Por isso, eu mesma chamei o Alex para minha casa para tratar dos assunto do processo, mesmo porque o Adam estava na casa da irmã dele ajudando com o sobrinho.

- Boa tarde, tudo bem? - cumprimentei, assim que fui atendida pelo advogado - acho que o Adam dele ter comentado sobre isso, mas preciso falar sobre o processo que fiz para meu ex-namorado. Quando podemos marcar?

- Boa tarde - ele tinha o tom de voz gentil, mas não percebi muito na noite do jantar, já que estava muito mal-humorada para notar - ele falou sim. Posso ir agora mesmo se quiser, estou voltando de uma reunião com os clientes.

- Seria bom - agradeci, satisfeita.
___

No mesmo instante em que ele chegou, chamei os meu pais e a minha irmã, então começaram a discutir e falar sobre as provas que tínhamos contra e o que deveríamos fazer.

- Cada atitude dele piora ainda mais a situação. A atitude dele de perseguir e ameaçar a liberdade individual da Charlotte já é contra o Código Penal e já dá prisão. Mas o ato de ter ameaçado adiciona ainda mais.

Meu celular começou a tocar, e, por um momento, achei que fosse a anta do Thomas, mas era o Adam.

- É o Adam - comuniquei, percebendo o olhar fixo de todos sobre mim, dava para sentir o peso ali.

- Caramba, o Adam tinha pedido para buscá-lo na casa da Evie e.. - Alex falou, notando que falara coisa que não deveria e pausando de repente.

Olhei Alex com perplexidade, que depois se formou um ódio extremo. Me levantei do sofá da sala, disposta a atender aquele telefonema.

- Sim, Adam? - atendi, subindo as escadas .

- Oi.. e como está indo a conversa sobre o processo? - ouvi sua voz ser abafada e ficar um pouco aguda.

- Bem. Como está aí na casa da Evie? Clima agradável? - Sarcasticamente era o modo perfeito de se referir a ele no momento.

Pausa.

- Charlie, ela é a minha amiga.

- Por que mentiu? - meus olhos ficaram cheios de lágrimas - disse que iria na sua irmã!

- Eu fui!

Pausa novamente. Não queria vê-lo.

- Pode continuar aí se quiser, não precisa mais me ver, ok? - cortei o clima friamente, desligando o celular logo em seguida. Mais um mentiroso. Manipulador. Canalha. Cafajeste. Idiota.

Eu queria chorar. Muito. Mas Alex estava me esperando no andar de baixo.

- oi - falei, com a voz baixa e triste.

- O quê ele necessitava, meu bem?

- Nada, mãe. Só precisava perguntar se estava tudo bem.

- É muito atencioso - minha irmã sorriu para Alex - digo, o Adam.

- Ah, e como - comentei baixo demais.

___

Minha mãe passou o resto do dia me olhando, sabendo que não estava bem com meu namorado que, na verdade, nem era mais. Mas eu permaneci muda, imóvel, olhando fixamente para a televisão. Não dava a mínima mais para nada nem ninguém. No nosso momento preparando comida, falei sobre coisas aleatória, sobre o tempo ou o feijão, que comprara apenas porque o Adam disse que gostava.

- Filha, me conta - minha mãe comentou, assim que me deitei na cama, estando bem acomodada e quentinha e ela veio abrir minha porta. Droga de porta que não tranquei - quem é Evie?

- Uma amiga que deve ser da idade dele - falei, séria. Por mim, ele e Evie poderiam ser levados por marcianos - conheci ela naquele jantar. Mas, mãe, não quero falar sobre esse assunto.

- Talvez devesse conversar - ela falou, se apoiando na parede e com a porta aberta - eu sei que o jantar você preparou pensando nele.

- Estou melhor agora que não tenho mais ninguém para pensar. E me preocupar. Thomas vai me manter ocupada nos próximos meses em que ele vai ficar solto, porque essa ação judicial não tem nada de efetiva - mergulhei minha cabeça no travesseiro e me cobri dos pés da cabeça. Não iria mais chorar - pode me deixar dormir?

- Se insiste..

Prof DaddyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora