Capítulo 16 - Sentimos sua falta, Hogwarts

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30 de junho de 1978


— Vou sentir falta de Hogwarts.

Embora o Expresso de Hogwarts chocalhasse para começar a se locomover nos trilhos, a voz de James saiu-lhe clara, e o rapaz tinha os olhos pregados na janela, encarando Hogwarts por trás do vidro.

— Tivemos bons momentos lá. — disse Remus, acariciando os pelos de Almofadinhas, que estava em seu colo. — Valeu a pena enquanto durou, agora temos uma nova e longa vida para frente.

— Uma longa vida. — repetiu James. — Mas meu passado ainda estará marcado aqui. — e ele botou a mão sobre o vidro, na janela. — Aliás, eu fiz o que você disse, Sirius, deixei nosso Mapa do Maroto lá; estamos deixando Hogwarts, mas Hogwarts não nos deixou.

— Você está muito poético hoje, James. — comentou Lily, que acabara de arrastar uma das folhas duplas da porta, de modo que pudesse passar. A jovem se sentou ao lado de James, e os dois entrelaçaram os pés enquanto davam as mãos.

— Fui poético contigo, lírio — começou James, sorrindo galanteador. —, quando eu disse aquelas lindas palavras a você depois que ganhamos a Taça de Quadribol.

— Você estava bêbado. — disse Lily; Remus riu ao se lembrar do dia.

— Mas foi o suficiente para darmos o nosso primeiro beijo... Você caiu nos meus encantos finalmente.

— Vale lembrar que foi eu quem te beijou. — repreendeu Lily que, embora parecesse aborrecida, estava corada e sorria.

Com a mão que não segurava a de Lily, James segurou no rosto da garota, e eles se beijaram novamente. Sirius, na forma animaga, entretanto, voltou a se transformar em um homem, mas aquilo não surtiu na separação de James e Lily.

Sirius fingiu uma ânsia de vômito.

— O jogo virou agora, Six. — disse Remus a Sirius, enquanto James e Lily ainda se beijavam. — Se lembra de quando James e Peter...

Remus se calou imediatamente; Peter era um assunto sensível para os marotos.

Era claro que Peter parecia mais distante, tanto que ele não estava na mesma cabine que os outros; afinal, eles não sabiam o que é que estava acontecendo com o quarto maroto. Antes, pensavam que era os N.I.E.M.s que o deixou estranho, mas mesmo com os exames já realizados ele estava esquisito.

— Desculpe. — lamentou-se Remus, quando Sirius engoliu em seco, e James e Lily se separaram com a menção ao nome de Peter.

— Está tudo bem. — disse Sirius, segurando em sua mão.

— Não é fácil ficar sem um amigo — murmurou Remus, abaixando a cabeça. —, ainda mais um amigo como o Peter. Eu sempre gostei dele, mas eu sempre percebi algo estranho nele também.

— Lembra do que você nos disse agora a pouco, Remus? — perguntou James, tornando a olhar para a janela; entretanto, dessa vez, Hogwarts já estava minúscula no horizonte. — Peter não está mais conosco, nós ainda amamos ele, mesmo distante, então vamos deixar para lá. Hogwarts é o nosso passado, Peter é o nosso passado; mas eu, Lily e Sirius vamos estar aqui no presente e futuro. E é por isso que eu digo: A distinção entre passado, presente e futuro é apenas uma ilusão teimosamente persistente.

— Você, realmente, está muito poético hoje, James. — caçoou Sirius. Lily riu, e Remus sorriu. — Agora me diz, que é que esse negócio aí que você disse quer dizer? Sobre ser uma ilusão teimosamente persistente?

O álbum de fotos - WolfstarTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang