Capítulo 19 - Para sempre

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  — Senti sua falta, Sirius.

Remus sorriu, erguendo a mão que não segurava o rato se contorcendo para que pudesse afagar a região atrás das orelhas do cão; ele sabia que Sirius gostava quando acariciavam-no ali. Mas Remus não se aguentou, ele circundou o pescoço peludo de Almofadinhas e o abraçou apertado; foi aí que não conseguiu segurar suas lágrimas mais uma vez, secando-as nos densos pêlos do cão, que uivou baixinho.

O sentimento era mútuo, ele também sentia saudades.

Os dedos de Remus se prenderam mais firme no rato em sua mão enquanto eram assistidos por um Harry, um Ron, e uma Hermione completamente confusos com a situação, mas resolveram não se manifestar; afinal, o professor estava muito sensível naquela situação.

— Eu tenho Pettigrew. — soluçou Remus, quando sentiu a cabeça de Almofadinhas roçar carinhosamente em seu ombro no meio do abraço, numa forma de acalmá-lo. — Descobri a verdade, posso inocentar você, podemos ficar juntos. Não temos o James, e nem a Lily, mas eu tenho você...

O cão lambeu a orelha de Remus, que soltou o abraço, sorrindo e fungando ao mesmo tempo.

— Tenho uma casa, um pouco distante das outras em Hogsmeade, tem um canteiro cheio de lírios brancos, você irá achar. Me encontre lá amanhã de manhã, por favor. Lá tem água, roupas e comida, eu preciso de você, vou levar Pettigrew; por favor, precisamos conversar direito. Tome uma cópia da chave. — Remus tirou uma chave do bolso, e Almofadinhas segurou-a com o focinho.

O homem suspirou, secando os olhos com a mão livre, e encarou Almofadinhas, que assentiu com a cabeça, cheirou o pescoço de Remus, latiu baixinho, com a chave ainda na boca, e saiu saltitando em direção ao contorno do castelo, de modo que pudesse descer para o vilarejo de Hogsmeade. Remus, entretanto, se levantou do chão, ignorando os guinchos de pânico do rato em sua mão, e girou nos calcanhares, caminhando em direção a Harry, Ron, e Hermione, que pareciam perplexos demais para pronunciar palavra alguma. O horror era plausível.

— Vamos voltar ao castelo — disse o professor aos três, como se nada tivesse ocorrido. —, está ficando frio, e já está escuro.

— Professor, o que...

— Eu explico quando voltarmos à minha sala, vamos.










— Eu tinha confiado em você, eu não consigo acreditar, não consigo acreditar que você nos traiu, então, pelas barbas de Merlin, Pettigrew, fique quieto!

Embora Remus pedisse para que o rato se calasse, pois ele estava fazendo muito barulho, Peter Pettigrew em sua forma animaga continuou com o que estava fazendo; afinal, mais cedo, Remus o prendera numa gaiola para que ele não fugisse, e nem conseguisse se transformar em homem.

A manhã amanheceu fria, mas a chama de esperança no peito de Remus não se apagou. O homem caminhava pelo exterior de Hogwarts, e acordara mais cedo que os outros alunos para que pudesse sair do castelo sem ser incomodado ou interrogado com perguntas que, provavelmente, se tratariam sobre ele estar carregando um rato barulhento numa mão, e um álbum de fotos na outra.

O álbum de fotos - WolfstarWhere stories live. Discover now