Maratona

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Banho, remédio e cama, essas são as únicas coisas que eu preciso no momento.

Eu só quero esquecer que esse dia existiu.

Não só esse, mais talvez o fim de semana todo.

Tiro toda a minha roupa e entro debaixo do chuveiro, quando a água morna entra em contato com o meu corpo eu sinto aquela sensação maravilhosa de alívio.

Enquanto lavo meu cabelo eu não consigo evitar de lembrar dele fazendo isso e reviro os olhos.

Nada disso estaria acontecendo se eu tivesse tacado aquele maldito perfume, bem forte no meio da testa dele.

Eu até confesso que me apeguei nele, mais não estou disposta a sofrer por ele.

Guilherme fez a escolha dele ao sair de lá com aquela garota, o mínimo que ele poderia ter feito era ter ficado do meu lado e ele não fez isso.

Se a situação fosse ao contrário, essas horas eu estaria na delegacia sendo testemunha de um assassinato.

Ai eu só dei meia dúzia de tapinha naquela safada, eu sou a errada.

Saio do banho e me seco, visto uma calça de moletom e uma blusinha, ligo o ar para ir gelando o quarto e vou secar o meu cabelo. 

Desço até a cozinha para tomar um remédio de dor de cabeça e ouço a porta se abrir. 

– Filha?! - ouço a voz do meu pai e vou até a sala. – O que aconteceu? Você sumiu e o Carlos me ligou, falou que você estava bem e com o filho dele. Eu fiquei sem entender e não gostei nem um pouco disso.

Fala me abraçando.

– Tô bem pai e... Eu quero conversar com o senhor, mas eu preciso descansar primeiro. - falo e ele concorda.

– Eu vim pegar um negócio que sua mãe pediu, quando a eu voltar mais tarde a gente conversa. 

– Tá bom. - falo e subo para o meu quarto. 

Me jogo em cima da cama e me enrolo nas corbertas. 

Agora, eu só preciso dormir e quando eu acordar vou resolver todos os meus problemas.

Sinto algo mexer no meu cabelo e dou um suspiro.

É tão bom! 

– Tá na hora de acordar! - ouço a voz do Guilherme e sento na cama rapidamente, minha cabeça começa a rodar e eu fecho os olhos, tentando entender o que tá acontecendo.

– Olha pra mim Amanda. - diz segurando no meu queixo. – A gente tem que conversar! 

Nego com a cabeça, dando um tapa na sua mão e me levantando rapidamente.

– Eu não tenho nada o que falar com você. - falo olhando pra ele e o vejo com os olhos vermelhos.

Tá chorando agora gatinho?

Faz as merdas e se arrepende, tinha que ser homem.

— Você vai fugir toda vez que a gente brigar? - pergunta me fazendo revirar os olhos.

– Claro, vou ir correndo para os braços de um moreno, tatuado, com dois metros e meio de altura. - Cruzo os braços vendo ele fechar a cara e dou um sorriso convencido.

– Filha da puta... - resmunga me fazendo cruzar os braços. – Você é minha Amanda, o que você quer que eu faça? Você nem me esperou para...

– SUA? - pergunto cortando ele. – Eu nunca fui sua Guilherme, então faça um favor e some da minha VIDA.  Acabou Guilherme, eu posso ter exagerado com aquela lambisgóia, mais você. - aponto pra ele com raiva. – Você foi atrás dela, ajudou ela e ainda veio querer brigar comigo. NA FRENTE DELA GUILHERME. -  Sinto outra pontada na minha cabeça me fazendo suspirar.

– Sai Daqui. - aponto para a porta do quarto e ele sai batendo à porta sem falar nada.

– Imbecil, idiota, babaca. - resmungo
me jogando na cama e fico olhando o teto, fecho os olhos quando ouço a porta ser aberta.

– Eu tô indo agora, mais a gente ainda tem que conversar. O que aconteceu entre a gente foi de verdade, eu senti e você também. - diz me fazendo bufar. – As coisas não vão terminar assim Amanda. 

Ouço a porta bater e me levanto para tranca lá.

Ele tá errado. As coisas terminaram desse jeito e nada pode mudar isso.

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