Chapter 4

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Louis P.O.V




              Lembrei-me dos eventos da noite passada. Eu tenho mais sangue em minhas mãos agora. Eu me lembro de um tiro. Eu tinha uma bala na minha pata e Harry a puxou para fora.


                Eu olhei para minha mão. Estava perfeitamente bem, como eu esperava.


"Ei! Vocês dois!" Uma voz profunda gritou. Eu me virei. Havia um policial.

"O que vocês estão fazendo aqui? Onde estão suas roupas?" Nem e nem Harry sabia como responder a ele.

"Esqueça. Apenas fique fora desta floresta. Houve um ataque de lobo na noite passada. Não é seguro por aqui."


Eu apenas balancei a cabeça e Harry seguiu minha liderança. "Um ataque de lobo?"

"Sim. Alguns deles estavam supostamente correndo por aqui."

"Você vão matá-los?"

"Isso é confidencial."

"Tudo bem. Nós iremos embora."

"É melhor mesmo. Duas pessoas foram mortas. Vocês não querem ser os próximos."

              Pedaços de tecido estavam espalhados por todo o lugar. Não me preocupei em pegá-los. Harry e eu voltamos para minha casa e eu sentei na minha cama.
             

"Ei, Louis. Fomos nós?" Harry perguntou.

"O que?"

"Fomos nós que matamos as duas pessoas?"

"Eu acho que sim."

Harry começou a chorar. "Eu não queria."

              Eu o envolvi em meus braços e ele soluçou em meu ombro. Eu dei tapinhas suaves nas costas dele. "Está tudo bem, Harry." Tentei confortá-lo mas também estava dominado pela culpa. Eu apenas sou melhor em me controlar.

"Não está tudo bem! Eu sou um assassino. Nós dois somos assassinos!" Harry gritou.

            Harry continuou a gritar mas entrou por um ouvido e saiu pelo outro. Assassino. Essa palavra tocou na minha cabeça. Ela se repetiu uma e outra vez.

"Louis! Você está me ouvindo?" Harry me tirou dos meus pensamentos. "E se eles nos encontrarem aqui?"

"Eles não vão nos encontrar aqui e se o fizerem, o que eles vão fazer? Acusar-nos da culpa de dois animais selvagens? Ninguém acreditaria."

"Mas isso não significa que podemos simplesmente matar pessoas."

"Claro, mas fizemos o que podíamos. Não vamos voltar. Ninguém mais vai se machucar."

"Você promete?" Harry perguntou. Sua voz soava inocente como a de uma criança.

"Sim."

              Não queria fazer promessas que não posso cumprir mas realmente não sei o que mais poderia dizer a Harry. Ele precisava de algum tipo de apoio emocional agora e provavelmente sou o mais próximo que ele pode conseguir. Quero dizer, quão difícil pode ser ficar longe de outros humanos? Tenho feito isso há quase meia década. Eu acho que eu posso lidar com isso.

               Deitei na minha cama e puxei o cobertor sobre meu corpo. Eu deslizei para uma das extremidades da cama, mais perto da parede.

"Você pode se juntar a mim se quiser. Há mais cobertores na segunda gaveta." Eu disse e apontei para a cômoda.

Harry abriu a primeira gaveta. "A segunda gaveta" Repeti mas ele já estava distraído com o que encontrou. Ele tirou uma caixa de lá. "Harry, não toque nisso." Eu disse mas ele a abriu. Eu levantei da cama, marchei até ele e peguei a caixa de sua mão. Eu a coloquei de volta na gaveta. "Os cobertores estão na segunda gaveta." Eu disse com raiva e abri a segunda gaveta. Harry enfiou a mão.

"O que está na caixa?" Harry perguntou enquanto pegava um cobertor.

"Não é da sua conta" Eu sibilei.

                 Harry encolheu os ombros e rastejou até o final da cama onde eu estava deitado antes. Eu queria deitar mais perto da parede, mas acho que, dessa forma, poderia ter certeza de que ele e seus dedos não sairiam da cama e tocariam nas minhas coisas.

Beast | L.S | Tradução ✔Where stories live. Discover now