Capítulo 51

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Boa leitura!

Jorge Blanco

Cinco meses depois

- Tudo pronto para a reunião das dezessete, senhor Blanco?- Sofia pergunta ironicamente.

- Não tem ninguém aqui bobona.- resmungo e ela sorri, se aproximando da minha mesa.

- Eu sei, apenas quis te chamar de senhor Blanco. Eu sei como você fica irritado.

- Sua sorte é que eu te amo o suficiente para não me irritar tanto.- resmungo e ela sorri, beijando minha bochecha.

- Mi mi mi..- imita minha voz num tom bem diferente.- Nosso almoço é às 14:00.

- Por que tão tarde?- pergunto confuso.

- Porque como eu já previa, você não se lembraria da reunião com a sua mãe que começa em.- olha para o seu pulso, fingindo ter um relógio.- Cinco minutos. Como eu sei que a senhora Blanco odeia atrasos, te busquei mais cedo.

- Caramba! Obrigada Soso. Te amo.- beijo sua testa e saio correndo.

- Ama nada. Vai pagar o meu almoço, amor.

- Feito! Tchau.

- Cuidado.- ouço a sua voz, mas já estou chegando no elevador.

Martina Stoessel

Cinco meses longe do Jorge. Cinco meses que a Flávia se foi. Cinco meses que eu comecei a minha terapia e fiz a melhor coisa da minha vida: perdoar.

Após começar a terapia, comecei a me descobrir e entender tantos detalhes que passavam batidos, mas que construíram todos os meus medos, traumas e inseguranças.

Consegui perdoar a minha mãe, que me pareceu arrependida e está até trabalhando. Está juntando dinheiro para abrir uma boutique de grife, a cara dela. Não somos melhores amigas, mas estamos caminhando.

Me liberei de todas as mágoas que prejudicavam apenas a mim. Cada lembrança ruim me prendia, sufocava e matava aos poucos.

Também perdoei o Jonathan, que está bem mais próximo de mim. Até a Tati está se dando bem com ele, algo que eu nunca pensei ser real.

Depois de uma conversa nossa, eu comecei a trabalhar o perdão nele. A Flávia, dias antes de falecer, conversou seriamente com ele e tentou abrir os seus olhos para ele entender o mal que me fez.

A perda da mãe abalou muito ele e o fez refletir muitas atitudes. Inclusive, indiquei a clínica onde sou atendida para ele e o mesmo está indo. Conseguimos discutir nossos problemas e seguir em frente.

A única coisa que ainda me incomoda é a distância do Jorge. No primeiro mês nós conversamos todos os dias, brincamos e estava tudo bem.

Só que foram passando os meses e ele foi se ocupando mais, ficando até 21:00 na empresa e ainda por cima com a companhia de uma tal de Sofia.

Eu descobri por acaso que ela é secretária ele. No começo eu criava perfil fake para ver ela se exibindo com ele, mas hoje não.

O que tiver que ser, será. Não vou parar a minha vida pelo Jorge. Se ele quer falar comigo, estou aqui, se não quer, está tudo bem. Vida que segue.

Mas também não estou brava, me corroendo por isso, apenas fiquei chateada.

Jorge Blanco

A reunião com a minha mãe foi muito bem sucedida. Se tudo caminhar como o esperado, logo logo eu posso voltar para o Brasil e ver a minha garota.

Infelizmente nossos horários não estão batendo e nos afastamos muitos. Não que eu deixei de amá-la, isso jamais. Porém, essa distância me afetou. Eu quero tanto falar com ela, mas sempre surge um imprevisto.

- O que vai querer?- Sofia pergunta, tirando-me dos meus pensamentos.

- Hum, não sei.- digo, olhando as diversas opções.

Deixo ela falando ali e volto os meus pensamentos para uma garota loira, meiga e engraçada que me conquistou aos quinze anos e nunca mais me deixou esquecê-la.

Me dou conta do que estou fazendo quando ouço o toque do telefone, estou ligando para ela.

Continua
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