Capítulo 54

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Boa leitura!

Martina Stoessel

- Que saudade da senhora, dona Vivian.- sorrio, abraçando-a mais.

- Eu que o diga né meu amor? O Jorge tava tão tristinho sem você aqui. Já pude perceber o brilho nos olhinhos dele após te ver aqui.- Vivian abraça o filho e ele resmunga, envergonhado.

- Mãe, menos tá?- briga com ela e eu sorrio.

- Eu entendo ele, Vivian. Me sinto exatamente assim.- sorrio, indo até ele que me puxa para os seus braços.

- Quais são os planos?- pergunta animada e a Sofia se intromete.

- Jorge, a reunião de hoje é importante. Tem certeza que vai remarcar?

- Tenho. Não tem cabimento eu deixar a Tini me esperando aqui, sendo que eu posso adiar essa reunião.- calmamente ele diz. Bom, essa mulher já está me irritando.

- Tudo bem.

- Exatamente filho. Não entendi como você ainda disse isso, Sofia. É óbvio que o meu filho vai sair com a mulher dele. Eu não permitiria ele aqui.- diz brava e eu já me apaixono ainda mais pela minha sogra. Pelo menos ela já entendeu as intenções da Sofia.

Depois disso ela se desculpa e sai do andar. Jorge suspira e encara a sua mãe. Eu decido não falar nada por agora, mas não gostei da forma como ele reagiu após a sua mãe corrigir uma funcionária.

- Nem me olhe assim, Jorge Blanco. Eu sou a sua mãe e sei o que é melhor para você. Eu sei muito bem quais são as intenções dessa moça.- resmunga e ele suspira, virando-se para mim.

- Tini, isso não é verdade. Eu não quero que você pense ou crie coisas onde não existe.- é claro que ele diria isso, afinal eu era a insegura, neurotica.

- Eu não estou pensando ou criando nada, Jorge. Eu sei o que eu acredito e sei que ela não tem as mesma intenções que você, assim espero. Não vou dar "chilique" por amigas suas.- digo e vejo um sorriso por parte da minha sogra.- Você pode acreditar ou não, é direito seu. Assim como eu não acredito que ela queira ser apenas sua amiga, mas a vida e sua e a amizade também.

Jorge não diz nada, apenas me encara confuso e assente.

- Agora vão embora daqui. Andem!- Vivian manda, nos empurrando e nos despedimos dela e da Talita.

Durante a saída da empresa ninguém diz nada. Está um silêncio constrangedor e então o meu celular toca, me livrando dessa situação.

Atendo sem nem ver o nome de tão desesperada que eu estava.

- Alô?

- Não acredito que o meu número não está salvo no seu celular.- resmunga e eu sorrio.

- Oi Jonathan, eu não vi o seu nome, desculpa.- sorrio negando.

- Só dessa vez e porque eu quero contar uns detalhes da minha sessão de hoje e de um possível encontro. Aliás, como foi de viagem?

- Bem, eu já cheguei aqui. Está tudo bem. Bom, me conta os detalhes então. E encontro? Como assim?

As portas se abrem e nos saímos da empresa. Jorge questiona com o olhar e eu sussurro um desculpa. Ele revira os olhos e me leva até o carro.

Jonathan passa o caminho inteiro me contando sobre a sessão e tudo que descobriu de novo. Nem deu tempo de falar sobre a nova pessoa. Jorge estacionou em uma cafeteria e eu tive que me despedir dele.

- Vai sair comigo ou vai querer conversar com o seu amiguinho ou sabe-se lá o que ele é?- resmunga, desligando o carro.

Respiro fundo. Não vou discutir com ele no primeiro dia aqui. Não mesmo!

- Vamos logo, vai.- suspiro, abrindo a minha porta.

Nos sentamos na mesa e fazemos o nosso pedido. Jorge está me encarando em todo o percusso e eu estou sem graça.

- Por que está me olhando assim?- pergunto.

- Você está diferente Martina. Diferente mesmo.

- Espero que para melhor.- brinco. É claro que foi para melhor.

- Eu não sei.- suspira. Como assim?- Você está satisfeita com tudo, não questiona, não fica com ciúmes, não demonstra sentir mais o amor que tinha.

- Jorge, não é assim.

- É sim. Você ouviu o que a minha mãe disse e até concordou, mas não falou mais nada. Vai concordar com a minha relação com a Sofia. Você passou todo o caminho conversando com o seu ex-namorado que causou o nosso término e ainda teve a audácia de gargalhar, estando ao meu lado. Sinceramente, eu não sei o que mudou em você.

- Tudo mudou Jorge. A diferença é que agora eu me coloco em primeiro lugar. Eu não sou mais aquela mulher insegura que não acreditava em nada, não se valorizava ou muito menos se amava. Eu não vou dar surtos de ciúmes com você porque não adianta em nada. Eu confio em você e sei que se diz que me ama, é porque me ama. Eu simplesmente não posso te obrigar a se afastar da Sofia porque primeiro: você é o chefe dela e ela sua funcionária; segundo: vocês são amigos; e terceiro: eu não posso fazer isso. É da sua vida que estamos falando, não da minha.

- Eu não sei mais o que pensar.- nega.

Continua
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