Capítulo 60

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Boa leitura!

Jorge Blanco

Termino de me arrumar e dirijo até o bar escolhido. É um lugar bem aconchegante, refinado, mas não parece ser tão caro. Sinto um leve frio na barriga por saber que irei vê-la novamente.

Sabe aquela sensação de barriga gelada, mãos trêmulas e o coração disparado? É assim que eu me sinto.

Mando uma mensagem rápida para a Tati dizendo que já cheguei e ela me ajuda a encontrar a mesa.

Ao mesmo tempo em que eu chego, ela aparece. Linda, com um vestido preto, justo em seu corpo moldado por anjos, e um salto, o que eu dei a ela de aniversário há uns anos. Era o seu sonho de consumo e eu fui lá e comprei.

Jonathan faltou me matar, mas eu nem ligava para aquele babaca. Não sei o que me deu, eu apenas não tive reação. Permaneci ali, parado, encarando seus olhos lindos. Ela teve a mesma reação e ficou me encarando em choque. Que saudade eu senti da minha garota!

Saio do transe com uma tosse bem falsa do Jonathan e caminho até ela.

- Oi lindinha.- forço um sorriso e a abraço apertado. Como eu precisava sentir esse cheiro adocicado que me traz paz. Ela faz o mesmo e se aninha no meu abraço, sentindo o meu cheiro: seu perfume favorito.

- Oi Jorge. Tudo bem?- ela pergunta tímida, se afastando.

- Melhor por voltar. E você?- pergunto e direciono o meu olhar para a sua aliança nova. Um solitário. É, ela está mesmo noiva.

Ela percebe o meu olhar e fica sem graça, tentando esconder a sua mão.

- E aí pessoal.- mudo a minha direção e então noto o tal cara que deve ser o noivo dela.

Cumprimento a todos, inclusive o Jonathan, que realmente parece estar mudando. Voltamos a nos falar, não como antes de tudo, obviamente, mas estávamos caminhando para uma amizade consolidada.

- Tudo bem cara? Prazer, Jorge Blanco.- forço um sorriso e aperto a mão do cara que descubro se chamar Júnior.

Me sento ao lado da Tati e ela aperta a minha mão embaixo da mesa. Olho para ela e a mesma sorri de lado, me contornando. Retribuo o sorriso e noto que a Martina nos olha intrigada, arrisco dizer que até estava enciumada.

Mal sabe ela que o meu coração sempre foi seu e de mas ninguém. Não há um mundo onde eu não ame a Martina. Não existe qualquer outra mulher na minha vida, apenas ela.

Jonathan engata um assunto sobre Seattle e o clima parece mudar. A Tati sempre fazia questão de me ajudar e segurar a "barra" que era ver outra cara ao lado da minha garota, tocando em sua mão, beijando seu rosto a cada cinco minutos, falando em conjunto, como um casal, planejando essas coisas. Foi muito mais dolorido do que eu imaginei.

A noite vai findando e com ela o meu cansaço chega. Daqui uns dias eu voltarei ao meu trabalho na editora, tenho que me organizar direito aqui.

- O papo está ótimo, mas eu preciso ir.- sorrio, pegando minhas coisas da mesa e me levantando.

- Você pode me deixar em casa?- Tati pergunta e eu assinto.

- Eu te levo amiga.- imediatamente Martina diz.- Ou o Jonathan.- sugere. O quê?- O Jorge deve estar cansado né? Ele não é tão noturno.- dá uma desculpa bem esfarrapada. Eu sei que ela está se corroendo de ciúmes da melhor amiga.

Em partes acho isso bom, mas não aprovo. Ela não pode me impedir de conhecer pessoas novas enquanto ela está prestes a se casar com outra pessoa. Não mesmo!

- Na verdade eu não me incomodo em te levar, Tati.- sorrio, segurando em sua mão e aceno para todos, puxando-a comigo.

- Isso foi sujo.- ela resmunga risonha.

- Sujo foi ela querer sentir ciúmes de mim. Eu pago a sua conta.- digo antes que a mesma tire a sua carteira e ela sorri.

- Você é mesmo uma gracinha, Blanco.

- Sempre fui.- pisco para ela que gargalha.

- Amiga.- Tini grita, chamando a nossa atenção e vem até nós.

- Oi amiga.

- Eu acho que você..- gagueja, pensando em algo.- Esqueceu da despedida lembra?

As duas se abraçam e a Tati vai saindo, nos deixando a sós.

- Isso não é justo.- digo, após minutos de silêncio.

- Eu sei.- suspira.- Me perdoa, por favor. Eu não queria que as coisas fossem assim.

- O que foi feito já passou, Martina. Não tenho nada contra você, mas não vou fingir que estou ótimo com o seu noivado repentino.

- Eu só..- interrompo-a.

- Seu noivo te espera.- sorrio forçadamente e toco em seu ombro, como despedida.

Continua
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