- Uma Amizade;
- Um reencontro;
- Uma proposta;
Talita e Josh não se viam um sem o outro, eram como carne e unha não se desgrudavam por nada. Mas depois que Josh descobriu o segredo de sua família, ele foi embora da cidade em busca de verdades deixa...
Passei anos da minha vida com a cara nos livros para conseguir uma vaga na faculdade dos sonhos. Columbia University, sempre foi minha meta de vida e quando finalmente eu pensei que chegaria minha hora se brilhar, alguém resolveu cortar a conta de luz.
Já deixei de sair com os amigos, já deixei de comprar meus livros, eu já deixei tantas coisas para no final eu não ser aceita.
E para piorar eu só me inscrevi nela, ou seja : sou uma garota que acabou o ensino médio e não está indo para a faculdade.
E esse nem é meu maior problema, meu maior problema é o fantasma do meu passado que está a alguns centímetros de distância de mim.
1 hora atrás.
O ônibus para na pequena rodoviária, foram horas de viagem de avião e ainda tive que pegar ônibus pois aqui não tem aeroporto.
Me levanto do assento e me estico para pegar a pequena mala que trouxe já que meu plano não é ficar por muito tempo aqui.
New Paltz, minha cidade provisória até conseguir uma vaga em outra faculdade. Meus pais acharam melhor eu vir morar com minha avó por algum tempo para esquecer os problemas mas já vi que vai dar tudo errado pois nem minha mala quer sair de onde está.
Puxo ela mais uma vez com mais força e nada.
Um moço que estava querendo passar segura a mala com apenas uma mão e a puxa fazendo ela sair com facilidade. Dou um sorriso nervoso pegando a mala e saindo do ônibus.
De longe já posso ver minha vó, vestindo um vestido floral azul com os cabelos em um coque e com com um sorriso gigante no rosto. Ela abre os braços me chamando para um abraço e claro, não recuso.
- Minha neta - ela me aperta em seus braços.
Posso sentir seu cheiro que não vinha de nenhuma marca de grife, era uma fragrância simples e doce que só ela tinha e eu amava.
- Está tão grande, nem acredito que está aqui - suas mãos alisam meu rosto.
- Estava com saudades - admito dando outro abraço.
- Venha. Acredito que esteja com fome, preparei seu prato preferido - anuncia e eu quase pulo de felicidade.
Um táxi já nos esperava na saída da rodoviária para nos levar a casa de minha vó que seria a minha por algum tempo. A cidade não era grande, na verdade ela me lembrava cidades antigas por causa de suas casas de com uma arquitetura detalhistas e a presença de tijolinhos e janelas de ferro.
Em uma parte mais afastada do centro que era um pouco mais agitado, ficava o prédio em que dona Julieta morava.
Era um edifício simples mas muito aconchegante, as paredes em tons cinzas e branco trazia elegância ao local. Passando pela recepção fomos ao elevador.
A caixa de metal para no oitavo andar nos dando passagem para um corredor que havia apenas duas portas, uma de frente para outra.
Julieta abre a porta de seu pequeno apertamento. A primeira coisa que percebo ao entrar é o cheiro delicioso de lasanha. Minha comida favorita.
- Seu quarto é o primeiro, querida - ela informa - Tome um banho enquanto esquento a lasanha.
- Não precisa de ajuda, vó? - pergunto.
- Não se preocupe, agora vá - concordo e vou a caminho da primeira porta.
Uma cama de solteiro e um enorme guarda-roupa se madeira que me lembro ser de meu avô, era o que tinha em meu quarto mas era o suficiente.
Entro no banheiro que já tinha tudo o que precisava, sabonetes, escova, shampoo e cremes.
A viagem tinha sido longa, estava morta de cansaço que quando a água quente bateu em minhas costas eu praticamente senti um peso sair de mim.
Ainda no banho pensava em como voltaria para casa. Ficarei alguns dias apenas, no máximo dois meses. Não quero prolongar minha estadia em New Paltz, claro que ficar com minha avó era maravilhoso mas não quero ficar parada só vendo o tempo passar. Quero ter uma rotina, uma vida. Talvez eu convence minha vó de ir para casa comigo.
Desligo o chuveiro e me enrolo na toalha e vou para o quarto vestindo uma roupa fresca. Penso que a lasanha não deve estar pronta ainda por isso decido arrumar minhas coisas.
Jogo minhas roupas na cama e abro o maleiro do guarda-roupa velho para colocar a mala. Não me considerava baixa, nem um pouco. Tinha quase a altura de meu pai de um e oitenta e quatro. Mas, o armário ia até o teto. Pulei dando um empurrão na mala para que ela entrasse no lugar.
Pensei que havia conseguido, mas ela voltou caindo em cima de mim.
- Aí - resmungo.
Desisto da mala e das roupas e saio do quarto indo para a cozinha encontrando minha vó de costas para mim.
Julieta se vira para mim assim que nota minha presença.
- Está tudo bem? Ouvi um barulho vindo do quarto - pergunta preocupada.
- Foi só a mala que caiu, não dei conta de guardar - respondo dando se ombros.
Pego dois pratos e coloco na mesa mas minha vó adiciona mais um. Sem tempo de perguntar ouço toques na porta.
- Pode atender para mim? - ela pergunta.
- Quem é?
- É o vizinho da frente, acho que ele é da sua idade seria bom ter um amigo não é? - dou de ombros e caminho até a sala.
Destranco a porta e a abro em seguida e a primeira coisa que faço é arregalar os olhos ao ver a pessoa que me encarava da mesma forma.
- Não é possível.
°°° Continua...
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