capítulo 37

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Antes mesmo de abrir os olhos eu sentia a luz que invadia o local machucar meus olhos. Minha cabeça doía e sentia meu corpo parecendo flutuar.

Aos poucos tomei coragem e abri os olhos acostumando com a dor. Meu corpo estava dolorido pelo mal jeito.

Olhei ao redor percebendo estar em um quarto, as paredes não tinham tinta, a cama era de ferro e o colchão tão fino que eu sentia as barras que sustentavam a cama. No canto aposto de onde eu estava havia uma cadeira com uma bandeja com pães e água.

Me sentei na cama desesperada e com a boca seca.

Fui até a janela manchada e suja, mesmo sabendo que estava trancada por um cadeado eu tentei abrir e com a força que eu fiz senti minhas pernas falharem. Estava fraca demais.

A porta de madeira se abriu e por impulso me encolhi na parede segurando minhas pernas.

- Vejo que a bela adormecida acordou - reconheci a voz, Marcel.

- Onde eu estou? - encontrei voz para perguntar.

- Bem longe de casa - sua risada me fez estremecer - Bom, cadê meus bons modos não é? Você sabe apenas meu nome.

Fiquei em silêncio torcendo para que aquilo fosse apenas um pesadelo.

- Prazer, sou o pai do seu namorado Josh - balancei a cabeça negativamente.

- Mentira, não é possível. Você está preso - Meus olhos de encheram de lágrimas mas não as deixei cair.

- Não é difícil fugir da cadeia de New Paltz - falou como se aquilo fosse uma boa ação.

- O que você quer de mim? - em um ato brusco ele puxou a cadeira colocando a comida no chão antes e se sentando na minha frente.

- Sabe? Eu nunca quis um filho - fez uma careta - Apesar de saber que eu tenho no mínimo uns cinco pelo mundo, o mais velho é Josh, seu amorzinho.

- Isso não respondeu minha pergunta - ele estalou a língua.

- Calma aí princesa - engoli seco - Continuando... Confesso que quando ele foi me procurar eu não fiz muito causo, na verdade eu pouco me importo com ele mas tem uma coisinha que ele tem que eu quero muito.

Senti meu estômago revirar, pensei em todas as possibilidades e um medo surgiu em mim: se ele pegasse Josh e o machucasse, eu tinha que o avisar de alguma forma.

- Família Butler, uau! Quem diria que aquela megera com quem eu dormi fosse um dia ser mulher de um dos sócios de Simmons Company. E olha que interessante: eu sou o pai de Josh e a mãe dele é uma rica e melhor ela é sogra de de Nathaniel Simmons.

- Onde você quer chegar com isso?

Ele esfregou o indicador no polegar com um sorriso no rosto.

- Eu preciso de uma grana aí, e quando eu descobri que meu precioso filho tem uma família que tem uma conta bancária generosa... - sorriu mais uma vez - Só que eu não sabia como conseguir esse dinheiro até... Ouvir um boato que eu tinha uma nora, uma nora com um sobrenome bem conhecido: Laumonier. Filha de um dos maiores advogados de Nova York e de uma lojista conhecida.

- Você não vai conseguir o dinheiro deles - me levantei do chão.

- Não? Ok, vamos fingir que eu não sequestrei a única filha viva da família Laumonier, a melhor amiga do bastardo da família Butler e a queridinha da família Simmons - senti meu sangue ferver.

- Filho da p..- Marcel ergueu o dedo.

- Olha aqui garota mimada - recuei alguns passos quando ele caminhou até mim - Acho bom você me obedecer ou se não, a única coisa que seus queridos papais vão achar vai ser só o seu cadáver, assim como de sua irmãzinha. Não foi?

Ele me pressionou na parede apertando meu pescoço.

- Se você tentar fazer qualquer coisa, se tentar fugir, ligar para alguém ou até me matar - apertou mais - Eu vou infernizar sua vida e pode ter certeza que vou te fazer assistir de camarote a morte de todos: Pai, mãe, Connan, sua sogra que tanto gosta, Nathaniel, Dianna e por último seu amado Josh... Estamos entendidos?

Balancei a cabeça positivamente sentindo as lágrimas descerem e molharem minhas bochechas.

- Ótimo - me soltou com brutalidade - Agora coma esse pão, e depois vá até a cozinha arrumar aquela bagunça.

Sem deixar que eu respondesse ele saiu do quarto batendo a porta, queria gritar mas agora até respirar me dava medo.

Eu tinha que o obedecer se não todos que eu amo morreriam, mas e se ele estivesse blefando?

Respirei fundo e limpei as lágrimas caminhando até a cadeira com a comida.

Comi o pão e bebi a água, não foi o suficiente para me encher mas dava pro gasto, eu acho.

°°°
Continua...

Sempre foi você |concluída|Where stories live. Discover now