capitulo 09

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Me despedi de Josh e assim que pisei dentro do apartamento meu celular começou a tocar, era Maia. Sorri, estava morrendo de saudades.

Eu já havia trocado algumas mensagens com ela desde que cheguei e contado os fatos principais : tinha um emprego e que Josh estava de volta. Como esperado, ela tinha surtado e mandou eu chutar os seus países de baixos - o que eu ainda considero uma opção.

Levei meu celular até a orelha depois de atender caminhando até o quarto e me jogando na cama.

- Finalmente lembrou que tem amiga! - faz drama do outro lado da linha.

- Não exagere imundície - ela riu e começou a tagarelar sobre como estava sua preparação para a faculdade.

Ao contrário do que muitas fariam, eu estou super feliz pela conquista dela. Sei que ela merece ser feliz e se esforçou e deu seu máximo para aquela vaga e agora que conseguiu o máximo que posso fazer é comemorar junto a ela.

- Mas então...- ela trocou de assunto - Já pensou no motivo que faria seus pais a te trazerem de volta?

Foi só aí que percebi que eu ainda não havia pensado em nada, é mais difícil do que eu pensava criar um motivo para meus pais me aceitarem em casa de novo e agora que eu arrumei um emprego eles devem estar pensando que estou de fato gostando de ficar aqui. Do jeito que eles são, é mais provável que eles se mudem para cá do que eu voltar.

E isso não pode acontecer.

- Estou tão ocupada que me esqueci - abracei minha almofada frustada.

- Imaginei - Maia riu - Por isso, eu pensei por você e cara... me surpreendi.

- Pois então me conte - mesmo sabendo que teria uma resposta maluca, eu pedi.

- Seus pais não suportam ver você triste certo? - apenas resmunguei em concordância - Arrume um motivo para seus pais terem pena de você e terá sua passagem de volta para casa.

Eu falei que seria uma ideia maluca.

- O que poderia acontecer que me machucaria tanto ao ponto de voltar para casa? - perguntei.

A linha ficou em silêncio, provalmente ela estava alinhando seus pensamentos de ideias que tirou de filmes da Disney, séries da Netflix ou de algum livro adolescente.

- Que pais não receberiam a filha que acabou de terminar um relacionamento e está com um coração partido? - balancei a cabeça mesmo que ela não pudesse me ver.

- Sem chance - neguei de imediato, era uma ideia sem pé nem cabeça.

- Pense bem, Talita. Se você arrumar um namorado e terminar, pode fingir estar com o coração partido e então voltar para casa alegando querer ficar longe do garoto.- de fato ela está vendo muitos filmes.

- Maia, não vou namorar alguém só por isso. É falta de senso - sei que ela revirou os olhos nesse exato momento.

- Não precisa namorar de verdade cabeçuda, você já fez aulas de teatro sabe atuar... - disse como se fosse algo simples, até me questionei se ela já havia feito algo parecido.

- Está insinuando...

- Um namoro falso - completou.

Não segurei a gargalhada, ri tanto que senti a falta de ar em meus pulmões, minhas bochechas doerem e lágrimas de acumularem no canto de meus olhos.

- Você é maluca, Maia - ela bufou - Ok, se eu aceitasse quem você indicaria para o cargo de namorado falso?

Eu podia visualizar a imagem dela segurando o queixo enquanto pensava em alguma opção.

- Duas opções: ou você suborna alguém - fez uma pausa dramática - Ou, seu melhor amigo barra novo vizinho.

Parei para pensar um pouco, aquilo era a maior loucura mas a ideia de me fazer a filha com o coração quebrado para meus pais me fazeria ter a passagem de volta em um piscar de olhos. Eu voltaria para Albany mais rápido que saí.

Arrumar alguém não deveria ser fácil, talvez eu achasse algum ator ou até alguém que aceitasse um trocado por esse trabalho mas, mentir para os meus pais era o que estava pesando. Eu nunca menti para eles - não nesse nível. E tenho medo do que eles pensariam de mim se descobrisse.

Eu queria tanto voltar para Albany que seria capaz de tal proeza? Acho que não.

- Prometo que vou pensar Maia, mas acho melhor pensar em outra ideia - ouvi seu suspiro de indignação.

- Talvez se você cair da escada e fingir que quebrou... - a interrompo.

- Algo menos dramático possível - a avisei e ouvi o som de sua risada tão familiar.

- Estou prestes a fazer cinema! Eu vivo de drama - ela forçou uma voz mais grave dando ênfase em "drama".

- Deixe esse drama para suas futuras novelas, lembre-se que trata da minha vida - ela riu porém concordou.

- Prometo que vou dar o meu melhor - disse por fim - Dê um beijo em tia Ju por mim.

Desligamos e eu fiquei sozinha com meus pensamentos a mil.

A ideia de um namoro falso não era ruim mas imediatamente me lembrei dos filmes que via e o final era sempre o mesmo: tão doloroso e cheio de paixão e definitivamente eu não estou disposta a sofrer e por meu coração em risco, ele já está quebrado o suficiente.

°°°
Continua...

Sempre foi você |concluída|Where stories live. Discover now