capítulo 35

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Idiota.

Eu era uma tremenda idiota. Eu me entreguei de corpo e alma para ele, eu estava disposta a tudo por ele e o máximo que Josh pôde fazer foi transformar meu coração em mil pedaços.

Eu já tinha sentindo muitas  dores mas, a da traição era com certeza uma das piores. É como me levar uma facada pelas costas, arde, queima, quebra e é cruel de tantas maneiras que eu seria incapaz de descrever tamanha dor.

Por sorte eu não havia trancado a porta do apartamento e entrei sem me preocupar em fechar. Corri o mais rápido para o meu quarto e o tranquei a porta atrás de mim e enfim me deixei ser consumida pela dor.

Minhas pernas perderam a força e eu fui obrigava a me escorrer até cair no chão. As lágrimas vieram juntos junto com uma nova dor.

- Talita! - a voz dele me chamou por detrás da porta enquanto ele batia na mesma.

- Vai embora daqui! - juntei todas minhas forças para dizer o mais confiante que podia.

- Vamos conversar, por favor amor - meu estômago revirou de raiva.- Não é o que parece - sempre dizem isso.

- Conseguiu o queria, Josh - bati a cabeça na porta - Tem Brenda de volta, pode me deixar agora.

E eu vou voltar para casa mas ao contrário de como era o plano, eu iria voltar com o coração partido de verdade. Tudo tinha saído como planejado - nem tudo - ele reconquistou a ex e eu vou voltar para minha terra natal de onde eu não devia ter ousado sair.

- Não faz isso - suplicou - Me deixa entrar.

- Eu não quero te ver - falei, baixinho.

- Eu sei... Sei que está com raiva mas.. - ele parou de falar quando a porta da frente fez barulho.

- O que está acontecendo aqui? - ouvi a voz de Julieta.

- Posso entrar minha neta? - pensei em dizer "não" mas eu precisava de seu abraço, precisava ouvi seus conselhos e precisava de um celular já que o meu estava na sala.

Me levantei e destranquei a porta, abri uma frecha pequena. Josh tentou alcançar mas minha vó o impediu, seu olhos negros me encararam pela última vez, e eu não os queria ver da forma como eles estavam: vazios, sem brilho e vermelhos.

Julieta entrou e me apressei em fechar as portas e correr para seus braços. Era um calmante como chá de camomila, só ela sabia me acalmar daquela maneira. Ficamos abraçadas até meus soluços passarem.

- Minha Flor - suas mãos ergueram meu rosto - O que aconteceu?

Contei, contei tudo até sobre as mentiras, namoro falso e como eu me apaixonei pelo meu melhor amigo,  vi seus olhos se encherem de água assim como os meus. Ela amava Josh e eu não estava pedindo para ela parar de ama-lo, mas de certa forma eu sabia, que ela iria respeitar a opinião que eu estava preste a contar.

- Eu sinto tanto - mais um abraço - Mas você precisa conversar com ele, entender o outro lado da moeda.

Balancei a cabeça em concordância, eu sabia que aquilo era o certo.

- Eu sei, mas não agora - seu olhar abaixou - Preciso de um tempo, preciso absorver toda a informação.

Ela concordou mesmo não querendo.

- Pode me emprestar seu celular? Vou ligar pro meu pai e avisar que estou voltando - pedi e logo estava com o celular na mão.

- Talita, não vai embora - Josh falou do outro lado da porta indicando que ouviu toda a conversa.

Dona Julieta caminhou até a porta e a abriu tanto que Josh poderia passar mas, ele não fez isso. Ele se jogou no chão me encarando com os olhos cheios de lágrimas.

Disquei o número do meu pai assim que a porta se fechou.

- Pai - falei, baixo.

- Oi minha filha, o que aconteceu? - eu sabia que ele já tinha reconhecido meu tom de tristeza.

- Estou indo embora.

Meu pai tinha dinheiro e eu sabia que se eu precisasse ele alugaria até um carro particular para vir me buscar.

[...]

Já se passava das duas da manhã, era o único horário de ônibus disponível, de fato meu pai ofereceu o carro particular mas neguei. Minha vó estava no meu quarto me ajudando com as malas.

Abri a porta com medo de o encontrar ainda acordado e de fato isso aconteceu. Josh estava sentado no chão a frente do meu quarto com a cabeça escorada na parede.

Assim que percebeu minha presença se levantou quase em pulo e não esperou ao se aproximar e segurar meu rosto com as duas mãos.

Desviei meu olhar sentindo a raiva me consumir mas eu estava tão desgastada emocionalmente que não tive forças para o afasta-lo. Julieta passou por nós indo para cozinha.

- Talita - susurrou encostando a testa na minha - Por favor..

- Por que? Por que fez isso comigo? - ele suspirou.

- Eu te amo - enfim, ele disse aquelas três palavras que tiveram o efeito de soco no meu estômago.

- Meio tarde pra dizer isso - engoli seco sentindo ele me obrigar a olhar para ele.

- Está duvidando - afirmou - Talita, eu te amo mais que tudo. Acha que se eu não te amasse eu teria tido a melhor noite da minha vida ao seu lado?

- Era isso? Você queria me levar pra cama? Eu em entreguei, Josh - balançou a cabeça negativamente.

- Não, não pensa assim - segurou minha nuca - Sabe que isso não é verdade, sabe que eu te amo e nunca faria isso com você e... - foi interrompido.

- Talita, o táxi chegou - minha avó avisou.

- Não - Josh interviu - Você não pode ir embora.

- Preciso - falei - Tenho que esfriar a cabeça e aqui não é o melhor lugar para isso.

Me afastei sentindo meu coração se despedaçar, passei a mão no rosto limpando qualquer resquício de lágrimas.

- Se cuida, Josh.

Achava que com minha ida tudo iria se resolver, eu só não sabia o que estava a me esperar.

°°°
contínua... (Mais tarde venho com mais um)

Já vou anunciar o próximo livro 😗✌️

Charlie tem tudo o que todos querem: popularidade e um namorado gato mas o problema é que ela não queria isso para sua vida

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Charlie tem tudo o que todos querem: popularidade e um namorado gato mas o problema é que ela não queria isso para sua vida.
No último ano do ensino médio ela conhece a pessoa que poderia mudar sua vida.
Será que vale apenas largar tudo para ser apenas a garota comum que passa despercebida nos corredores?



Sempre foi você |concluída|Where stories live. Discover now