capítulo 38

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Josh narrando.

Minha culpa. Meu subconsciente gritava na minha cabeça, era minha culpa. Eu não devia ter aberto a porta para Brenda, não devia ter deixado partir, eu devia ter ido atrás dela.

E agora, ela está com Marcel. E eu não faço ideia do que ele quer com ela, tenho medo pois sei que ele é capaz de tudo, toca-la, agredir e até mata-la. Se ele a machucar, eu sou capaz de mata-lo. Eu vou até o inferno se for preciso.

Todos nós, até Tyler, pegamos o primeiro ônibus que tinha para Albany. Dona Julieta não parava de chorar e ver a cena só me fazia manter o foco que era achar Talita. Não importa o que custasse.

Foram horas no ônibus, até chegar em Albany e quando chegamos fomos recebidos pelas sete pessoas mais importantes para mim: Meu pai - o que me criou, e o que considero o verdadeiro -, minha mãe, os pais de Talita, minha irmã com meu cunhado e a melhor amiga, Maia.

Todos estavam igualmente desesperados, mas em nenhum momento colocamos a culpa em ninguém. Apesar de saber que todos estavam se culpando.

Minha mãe, por ter se envolvido com Marcel, o que resultou em meu nascimento.

Meu pai, por não me proibir de sair de Albany.

Os pais de Talita, por ter a obrigado a ir para New Paltz.

Dianna e Nathaniel por não terem me contado a verdade enquanto eu era criança e terem me convencido a ficar em casa.

Dona Julieta, por ter a deixado ir de madrugada para a rodoviária.

Maia por ter dado a ideia do namoro falso.

Sai dos meus pensamentos sentindo braços me rodearem e me fazerem perceber que estava parado olhando para o nada com lágrimas rolando em meu rosto.
Todo mundo estava ali, em um abraço cada um com sua própria dor.

- Vai ficar tudo bem - minha mãe assegurou enquanto suas mãos limpavam meu rosto.

- Me desculpa - sussurrei.

- Ei rapaz - Jonas me chamou - Você não tem culpa de nada, vamos encontrá-la.

Maia sorriu para mim, já havia conversado com ela por vídeo chamada uma vez e fico feliz por Talita ter tido ela como amigo no tempo em que "fugi".

Todos dirigimos até os carros que nos esperava. Um deles estava um dos amigos de Nathaniel.

- Elliot - cumprimentei com um aceno de cabeça.

Ele deu duas batidinhas no meu ombro antes de ir até o banco de motorista e começar a dirigir rumo a casa que eu conhecia bem.

Me joguei no sofá junto com os outros e fiz a primeira coisa que Marcel me pediu para quando todos nós estivéssemos juntos.

Demorou cinco segundos para ele atender.

- Uau, foram até rápido - foi a primeira coisa que ele disse - Coloque no viva-voz e espero que não esteja com nenhum policial ai.

- Não tem - Olhei para Elliot que concordou com a cabeça.

Coloquei no viva-voz e pus o celular sobre a mesa de centro.

- Pode falar - disse.

- Seguinte família Butler, Laumonier e Simmons - deu uma pausa - Vou direto ao ponto: Estou com a preciosa Talita e para vocês tê-la novamente eu quero trezentos mil dólares - escutei um resmungo do outro lado da linha que reconheci ser de Talita.

A garota que estava do meu lado colocou a mão na boca para conter o soluço e as lágrimas que começaram a descer, Tyler a chamou para a cozinha a fim de acalma-la.

A imagem dela provalmente amarrada e amordaçada veio na minha mente e precisei fechar os olhos para não fazer besteira.

- Isso é muito - Nathaniel falou, frio.

- É, mas eu sei que se juntarem vocês todos conseguirão numa boa - Marcel respondeu - Cinco semanas, para conseguirem retirar o dinheiro sem causar alarde e o banco não desconfiar já que quero o dinheiro em espécie.

- Quê? - Jonas protestou.

- Cinco semanas para fazermos a troca - meu pai fez menção de pegar o celular mas minha mãe o segurou - Sem polícia, trapaça ou sabotagem. Senão a última vez que vão ver a garota vai ser dentro de uma caixa de madeira... Isso se eu deixar o corpo.

Senti um frio na barriga, um aperto no coração e meu sangue ferver.

Elliot balançou a cabeça positivamente para o pai de Talita.

- Fechado - suspirou - Mas eu escolho o local de troca.

Um riso sarcástico soou pela sala.

- Não, não mesmo - protestou - Quero o dinheiro em uma maleta perto do posto na rodovia 87 á algumas milhas de Albany. E a garota vai estar esperando por vocês.

- Queremos a troca na hora!

- E quem vai garantir que vocês não estejam tramando contra mim? O dinheiro e quinze minutos depois dentro de um carro prata a garota vai está esperando por vocês. Ela me disse que sabe dirigir então, Talita vai encontra-los.

Era o único jeito, não tínhamos outra saída a não ser aceitar.

- O que me diz Josh? - olhei para todos e ambos concordaram.

- Aceitamos - um riso convencido foi ouvido.

- Mais uma coisa, só aceito a maleta se o Senhor Connan Butler for me entregar - meu pai engoliu seco - Quero conhecer o homem que foi traído pela esposa.

E desligou.

- Filho da puta - meu pai xingou se levantando

- Relaxem, tenho alguns contatos que vão nos ajudar - Elliot olhou para Nate como se conversassem através do olhar - Acho que já até sei onde eles estão.

Se levantou pegando o celular.

- Vamos chegar uma semana antes e pegá-lo de surpresa.

°°°
Continua...

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