23 - Tratamentos

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Sirius já havia se acostumado um pouco com a rotina do hospital que estava, St Mungus era muito renomado e competente, e claro com o valor que era retirado para tratamento médico ele era tratado muito bem.

Primeiro cuidaram de seu corpo, remédio para repor nutrientes perdidos, os machucados foram tratados, poções de vitaminas foram adicionadas a dieta rica em carboidratos, proteínas e vitaminas. Ele ganhara peso e sem as roupas puídas de Azkaban voltava a se parecer com seu antigo eu.

Os cabelos ainda cumpridos estavam limpos e macios, as unhas bem cuidadas a barba feita. Depois que trataram isso, começaram a tratar sua mente. Era um trabalho bem mais lento, mas bem satisfatório. Ele podia ir ao Jardim do hospital, podia ler e escrever, também podia tocar violão, o instrumento trouxa que seus pais abominavam, mas que ele achava bonito. Ele estava gostando.

Sirius também conversava diariamente com um psicobruxo. O homem era gentil, mas não demais. Ele fazia perguntas tranquilas e passava exercícios para sua memória. Os pesadelos ainda estavam ali, era realmente ruim sonhar que voltava aquele lugar horrível, cercado por monstros que lhe sugavam tudo... mas as vezes... raramente, sonhava com seus amigos, sonhava e lembrava de James e Lily, sonhava que Remmy chegava com o pequeno Harry no colo e por algum motivo sempre que via Harry, via Snape ali também... era incomodo... mas era melhor que os dementadores.

O Black estava muito animado aquele dia, receberia visitas, a primeira autorizada e por isso ele estava muito agitado. Sabia que Harry só viria na próxima semana, mas hoje receberia Remmy, seu Remmy.

Ele arrumava os cabelos periodicamente enquanto esperava, parecia bobagem, mas queria parecer bem para o amigo. Suas mãos inquietas ate puxavam um ou dois fios, incapaz de perder essa mania, mas agora bem mais controlada. Levou as mãos ao colo, depois aos lados e quase pulou de susto quando a porta abriu.

Remus era uma criatura bonita aos olhos de Sirius, uma das mais lindas do mundo. Os cabelos castanhos claros que sempre gostou de acariciar, os olhos de um castanho esverdeado que sempre carregavam gentileza e carinho, a pele branca que quando mais jovem gostava de ver avermelhada de vergonha e até mesmo as cicatrizes, cada uma delas... ele achava lindo qualquer coisa que fosse de Remus. Ele não aguentou um único minuto inteiro e se jogou no amigo em um abraço apertado e cheio de saudade.

– Me diz que não é mais um sonho... me diz que você está aqui... que me perdoa... que está aqui mesmo – ele chorava em uma mistura de medo e alegria, apertava o Lupin com força e desespero.

– Eu estou aqui... não é um sonho... e eu te perdoo. – O castanho fazia um carinho nas costas dele trazendo-o para o mais perto possível.

Demorou um tempo até Sirius ter coragem de soltá-lo, o trouxe para a cama para sentar e sorriu amplamente para o amigo. Remus gostava do sorriso do Black, achava tão bonito... tudo naquele homem era bonito.

– Trouxe uma coisa pra você – o lobisomem estendeu uma sacola cheia de doces trouxas de uma padaria. A muito tempo atrás foi levado lá por Sirius para um dia apenas dos dois, tinha ótimas memorias do lugar e esperava poder ir com Sirius de novo.

– Você... lembra... nosso primeiro encontro oficial.

– Não foi um encontro.

– Foi sim, você que não se tocou – Sirius tinha o mesmo sorriso brincalhão de quando mais jovem e Remus se limitou a sorrir a balançar a cabeça em negativa.

– Se você diz... então como tem estado? – perguntou vendo ele abrir a embalagem de um bolo de baunilha e pistache, começando a comer despreocupadamente.

– Estou indo bem, Dr. Simons diz que tenho feito um bom progresso e em pouco tempo vou poder ir pra casa, mas que vou ter consultas semanais com ele. – contou com a boca cheia da massa doce. – E você Remmy? Como tem estado?

Seja um bom garoto HarryWhere stories live. Discover now