Azul Turqueza - Cores da Máfia Livro 2

Capítulo 15

Estações, elas vão mudar

A vida vai fazer você crescer

Os sonhos vão fazer você chorar, chorar, chorar

Tudo é temporário

Tudo vai passar

O amor nunca morrerá, morrerá, morrerá

Eu sei que

Pássaros voam em direções diferentes...

Crepúsculos, alvoradas

Vivendo o sonho, observando as folhas

Mudando as estações

Algumas noites eu penso em você

Revivendo o passado, desejando que tivesse durado

Desejando e sonhando"

Bird - Imagine Dragons

Dominik Petrovisk

Durante muitos anos, contemplei a vida como mero telespectador. Como soldado e parte da linhagem dominante do Império Vermelho, aprendi cedo demais que a minha vida não me pertencia.

Estranho, não?

Porém, tão real quanto a existência do mar que, livremente toca as areias em um comprimento sucinto, palpável e íntegro.

Pena que não pude sequer vislumbrar da liberdade que os mares possuem.

Nascido na Máfia, pertencente a Máfia.

Por incontáveis dias seguir essa lei, contudo, como todo rapaz que migra da adolescência e ansioso, observa a inebriante chegada do amadurecimento trazido pela vida adulta, deslumbrado, quis um destino diferente.

Algo que me fora negado:

Escolha.

Optei por uma vida longe da família, deixar tudo e todos para dá uma existência digna a Svletana e o bebê que ela carregava. Entretanto, seu desaparecimento foi a gota d'água para que, enfim, a fúria guardada fosse exposta.

Uma fúria que nem ao menos soube que existia, mas que variadas vezes esteve presente. Seja por um sorriso ou por um mero curvar de cabeça. A raiva estava ali, enraizada em minh'alma.

Não me orgulho disso.

Não me orgulho do ódio que alimentei, mas, estaria sendo hipócrita se não reconhecesse que foi esse viciante sentimento destruidor que manteve a sanidade que tanto prezei, intacta, mesmo que de forma distorcida.

Há momentos em que o ato de sonhar pode se tornar a ruína de um homem. E, comigo não foi diferente.

Almejei aquilo que sabia no fundo da minha alma que não poderia ter.

Desejei conquistar algo que não é real no mundo que faço parte.

Frequentar a universidade, passear, conversar com pessoas fora do meio, possibilitou que o anseio pela conquista do que para muitos que estavam ao meu redor era "comum", crescesse. Isso deu a George a oportunidade de foder com os resquícios da dita "humanidade" que habitava em mim.