Azul Turqueza - Cores da Máfia Livro 2

Capítulo 18

"A beleza machuca

Evidenciamos o que há de pior

A perfeição é a doença de uma nação

A beleza machuca

Evidenciamos o que há de pior

Você tenta consertar algo

Mas você não pode consertar o que não pode ver

É a alma que precisa de uma cirurgia

Quando você está sozinho

E você está deitado em sua cama

O reflexo encara você

Você está feliz consigo mesmo?

Você retirou a máscara

A ilusão foi embora

Você está feliz consigo mesmo?"

Pretty Hurts - Beyoncé

Valentina Ramirez

A palma quente toca minha face com tamanho cuidado e apreciação que me sinto o mais precioso dos cristais. E, Díos, isso é tão estranho.

Porém, o toque não abando meu rosto e acabo por apreciar tal gesto.

- Meus dedos estão mais enrugados que a batata refogada do Yerik. - Dá uma gargalhada e nego com a cabeça. - Você rir mas, não foi quem teve que provar. - Me afasto do aconchego dos braços fortes e sou puxada pata junto deles novamente.

Os lábios tocam o peitoral firme e, tudo o que queria era foder até sentir as pernas dormentes novamente. No entanto, nem sei se a palavra "foder" contempla tudo o que Dominik me proporcionou nesse finalzinho de tarde.

- Como se sente? - A voz grave faz os pelos da nuca arrepiar. - Talvez, seja melhor ir ao ginecologista para que possa fazer uma bateria de exames para observar como você está. - Arregalo os olhos e ele ergue a sobrancelha. - O que foi? - Indaga, como se tivesse dito a coisa mais natural do mundo.

- Você não pode dizer essas coisas. - Coço a garganta. - É constrangedor. - Esclareço e ele dá um sorriso de lado.

- Não deveria ficar com vergonha, Valentina. Isso é algo normal em um relacionamento. - Dá de ombros.

- Constrangimento? - Segura meu queixo e encaro as íris claras.

- Preocupação. - Pisca o olho e me segura no colo.

Saímos do rio e, enfim, a ficha cai.

- Dom! - Enfio o rosto no pescoço esguio. - Nós não podíamos ter feito aqui e... - Engulo em seco. - E se alguém viu? - Olho de um lado ao outro.

- Não há essa possibilidade. - Declara, convicto.

Essa confiança toda não me engana. Se há algo que não pode ser controlado é a curiosidade alheia, ainda mais quando possamos ter proporcionado um ótimo show para alguns soldados que nem sequer conheceram o corpo de uma mulher.