Azul Turqueza - Cores da Máfia Livro 2

Capítulo 17

"Vou cuidar de você

Vou cuidar de você, você, você, você

Você faz parecer que é mágica

Porque eu não vejo mais ninguém, ninguém além de você, você, você...

Então eu amo quando você liga de surpresa

Porque eu odeio quando o momento é previsível

Então vou cuidar de você, você, você

Vou cuidar de você, você, você, você, sim

Porque, garota, você é perfeita

Você sempre vale a pena

E você merece

A maneira como você lida com isso"

Earned It - The Weeknd

Dominik Petrovisk

- Está quente, não é? - Valentina abre a janela e noto como as pálpebras se fecham lentamente. - Yo gosto. - Os lábios se curvam em um sorriso repleto de gentileza e uma paz invejável.

A cada dia Valentina me apresenta uma nuance diferente. É como se fosse um arco-íris mas, diferentemente das sete cores, nela há divergentes tons e, chega a ser engraçado me ver atraído por isso. É uma bela mulher e isso é fato, contudo, a mexicana não se restringe apenas a uma aparência única. A beleza compõe cada ato seu. Está em cada sorriso ao ver Yerik e chamá-lo para o café da manhã ou quando o loiro está atrasado para a consulta e ela, sabiamente, o ensina sobre a necessidade de ser responsável com os horários.

Apesar da pouca idade, Valentina educa sem ao menos se dá conta disso. E, presenciar tais mudanças e trejeitos é fascinante.

Me pego preso na imagem da jovem mulher que se acomoda no banco.

As íris verdes parecem se dá conta da atenção que atrai e se vira encarando minha face com surpresa.

Coloca uma mecha para trás da orelha e me fita discretamente, como se não pudesse se esconder atrás das madeixas escuras.

Nego com a cabeça.

Passo a mão entre os fios densos e volto a fitar a paisagem que agora impera prédios. A boa e velha faceta da civilização: industrialização desenfreada.

Não serei hipócrita ao afirmar que não aprecio tal poder. É ilógico chegar a tal pensamento, levando em consideração o cargo que ocupo e os trabalhos que ordeno.

Há uma certa graciosidade em se está a margem da lei, mesmo que a própria lei sequer saiba da nossa existência ou mova um dedo para impedir a perpetuação dos nossos exercícios ilegais.

A realidade é controvérsia ao dito "correto". Ambos conceitos de ilegal ou legal, está ligado especificamente a quem sairá beneficiado caso o ilegal torne-se legal. O ser humano é tão hipócrita quanto a ética que tanto aprecia. A enorme lista de clientes da família diz muito sobre é aceito ou não e, até onde o homem está disposto a ir, para beneficiar.