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Fifteen

Jungkook sabia até onde aquela discussão iria levar sua relação com o Kim, e ao acordar e não ter uma mensagem do mesmo em seu celular, não ficou surpreso. Também não achou estranho quando se encontraram no corredor e o loiro passou reto, sem fazer questão de lhe olhar mesmo que por breve segundos como costumavam fazer. Engoliu em seco e fingiu não se afetar, voltando a prestar atenção no que Jackson dizia.

— Caras, eu não sei o que fazer se meus pais voltarem mesmo para China. Já tentei convencer eles de que eu abandonar o colégio bem no meio do ano seria péssimo, mas eles não parecem se importar muito com a minha opinião.

Os outros começaram a procurar alternativas para que o jogador ficasse, mas Jungkook franziu o cenho. Até agora Wang não tinha falado sobre o porquê de partir, e ainda que não fosse de sua conta, decidiu questionar:

— Mas por que eles querem se mudar tão de repente?

O rapaz que estava encostado no armário pareceu ter sido pego de surpresa. Jungkook se arrependeu na mesma hora por ter feito a pergunta já que pela cara do outro devia ser um assunto delicado. Porém, ele logo deu de ombros e por fim lhe respondeu:

— Envolve o trabalho do meu pai.

Assentiu vagamente e logo o clima um tanto tenso foi embora já que Seungkwan começou a falar sobre a tal garota bonita do clube de ciências. Acabou se distraindo e fitando novamente a figura magra que conversava com o amigo próximo a entrada do prédio. Fazia apenas algumas horas que estavam sem se falar e ainda assim parecia um século para si. Por um lado queria ir até o garoto e pedir para conversarem, mas por outro, algo lhe dizia que não era uma boa ideia e devia esperar as coisas se acalmarem. Além do que, continuava se sentindo magoado com o ocorrido nos últimos dias, e mesmo achando que de certa forma tinha exagerado na discussão, não estava totalmente errado sobre as coisas que apontou.

Por fim o sinal tocou e todos ali se despediram, indo para a aula. Sua sorte era que a sua próxima aula ficava no andar de cima, e não no outro prédio. Por isso caminhou em passos lentos, mas se arrependeu ao acabar encontrando Park Jimin no corredor. Surpreendentemente o baixinho não disse nada para si; Apenas manteve o típico olhar frio em seu rosto ao passar ao seu lado. Suspirou aliviado já que não estava preparado para as provocações alheias, mas isso durou pouco já que ouviu um barulho no corredor ao lado e a voz de Park Jimin ecoou pelo local.

— Suas férias acabaram, esquisito. — ele riu de modo amargo. — Vê se olha por onde anda, ou da próxima vez faço algo pior.

Não precisava estar no local para saber com quem ele estava falando e muito menos que, na verdade, era ele quem tinha esbarrado propositalmente no Kim. Quis ir até lá ajudar o namorado, mas congelou ao ouvir a tão familiar voz retrucar:

— O que eu fiz para você, Jimin?

Silêncio.

Jungkook se manteve imóvel, aguardando a resposta, que veio alguns segundos depois.

— Sua existência em si me incomoda, Kim. — deu ênfase no sobrenome, como se não tivesse dado liberdade para que o loiro lhe chamasse daquele jeito tão informal anteriormente.

— E por que isso? — a voz tentava soar firme, mas o Jeon conhecia bem o namorado e sentiu o tom de mágoa que tinha nela. — O que eu fiz pra você me odiar tanto ao ponto de querer tornar minha vida um inferno? Algum motivo deve ter.

A risada irônica do Park ecoou pelo local.

— O que você fez? Ah, Taehyung... O certo seria o que você não fez. — a voz de Jimin já não tinha mais sarcasmo, e sim puro ódio. — Roubar o Hyungsik de mim, tirar a minha chance de conseguir a vaga no curso de Daegu e me colocar em segundo no lugar no ranking de notas dificultando a minha bolsa da faculdade... Preciso de mais do que isso para te odiar?