39 | Baby, I'm a witness

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Oiê, lembrando vocês de votarem nos capítulos. Obrigada 🧡

- júlia

poucas semanas depois

- Nervoso? - Passo pelo batente da porta do escritório de Gabriel.

- Nervoso é eufemismo. - Ele tenta ajeitar a gravata que está perfeita posicionada em volta de seu pescoço. Não tem nada a arrumar ali.

- Bom, Nathalie está linda, não que eu precisasse dizer. E a nossa linha de casamento foi um sucesso, as madrinhas também estão lindas.

Nossa linha. Eu desenhei metade dos vestidos e o dinheiro que eu vou ganhar com esse trabalho é suficiente para pagar qualquer faculdade ou dívida que eu venha a ter pelos próximos dez anos.

O crédito foi excepcional. Meu nome saiu em inúmeros artigos de moda, além das óbvias revistas de fofoca e nem foi lançado ainda.

Adrien deu um jeito de processar qualquer empresa que mencionasse o nome dele envolvendo o meu sucesso. Não levou nenhum em frente, foi apenas para assustar, de acordo com ele. E realmente deu certo, até porque sabem que não conheci Gabriel apenas por Adrien e que não trabalho para ele por algum nepotismo Gabriel-Adrien.

Falando sobre delegacia mais uma vez, meus pais deram entrada para que eu pudesse cortar uns meses do Ensino Médio para cursar o primeiro período da faculdade de moda. E, assim, daqui umas semanas lançaremos a coleção.

Claro que não estou no nível de pessoas que estão no mundo da moda há anos e com a faculdade completa, mesmo trabalhando com isso faz tempo, por isso meu trabalho foi revisado e supervisionado por outros nomes da Agreste, mas fico contente em dizer que poucos erros foram encontrados e que estive no controle da linha inteira junto de Gabriel.

A coleção inclusive também leva meu nome junto.

- Se você continuar mexendo na gravata vai abrir um buraco nela. - Entro mais no cômodo. - Está tudo perfeito, Gabriel. Exatamente como planejado.

- Era para você estar se casando hoje também.

Solto uma risada estrangulada.

- Bem, quem sabe daqui uns 10 anos?

Ele me corta com os olhos.

- Ou sete...?

- Espero estar vivo para isso. - Ele suspira.

- Você tem mais 50 anos de vida ao lado da sua quase esposa. Não seja dramático. - Entrego a gravata que trouxe para ele. - Prefere essa?

- Ah, sim. - Ele respira aliviado. - Muito melhor.

Minha boca se curva em um sorriso sem mostrar os dentes. Me direciono para a porta.

- Marinette?

- Sim, senhor? - Viro o rosto para ele.

- Obrigado.

Nós dois sabemos que não é pela gravata.

Nós dois sabemos que ele repetiu o que estava escrito no seu convite de casamento e nós dois sabemos que ele está me agradecendo por ter entrado na vida de seu filho. Por ter incentivado Gabriel a ser feliz ao lado de uma mulher que não sua ex-esposa e pela sua relação com Adrien ter mudado de novo.

- Você tem uma família linda. - Atravesso para o corredor, mas volto ao reparar algo. - Você colocou a gravata do avesso.

Levanto a barra do vestido ao descer os degraus na saída da mansão e os pelinhos das costas se arrepiam com a respiração de Adrien na minha coluna.

- Estava indo sem mim?

- Nunca.

Ele passa por trás de mim e para na minha frente, um degrau abaixo. Continua mais alto que eu.

- Adoro você de terno. - Arfo.

Meu namorado olha para o meu corpo todo como se estivesse em chamas.

- Você está deslumbrante com esse vestido. - Belisca meu lóbulo com os dentes. - Espero poder tirá-lo mais tarde.

Ele coloca a mão direita na minha cintura, me acompanhando para a limousine e anda como se não tivesse me feito repensar sobre ir a esse casamento ou não.

Se ele pedisse, eu não me importaria em me atrasar um pouquinho.

Entramos no carro e a viagem de meia hora começa, me mexo desconfortável no banco quando sua mão segura minha perna. Toda vez que ele fala essas coisas para mim são antes de sairmos e eu passo o dia inteiro frustrada de antecipação. Espero que o dia passe rápido. Merda. Espero que não passe rápido, é um dia muito importante para não durar.

O casamento vai ser em um campo gigantesco, com mais convidados do que eu poderia contar. Luxuoso. Com início às seis da tarde, o local já está lotado quando chegamos com antecedência.

- Não acredito que meu pai separou a gente e que você não vai entrar comigo. - Adrien bufa ao meu lado.

Estamos aguardando alguém aparecer e nos dar ordens, não prestamos tanta atenção assim nos ensaios. Adrien me distraiu. Muito.

- Você é o padrinho. - O lembro.

- E você a madrinha. - Ele rebate.

- Tem mais seis madrinhas. Você é o único padrinho. E vai entrar sozinho.

- Certeza que ele vai transformar isso em um desfile de moda. Por isso todo mundo vai entrar sozinho.

- Na verdade, eu vou entrar acompanhada. Sobrinho da Nathalie, acho - tento recordar o nome do rapaz simpático que conheci no ensaio de casamento. A gente realmente devia ter prestado atenção, mas a nossa conversa por mensagem estava mais interessante. - Só você vai entrar sozinho.

- Você vai entrar com outra pessoa? - Ele fecha a cara.

- É, decidiram no ensaio. Parece que minha altura é proporcional a dele.

- E não é proporcional a minha?

- Você é uns trinta centímetros mais alto. Com certeza não é proporcional. - Ergo a sobrancelha.

- Vou arrumar isso.

- Adrien, deixa isso para lá - rio. - Já está organizado.

- Não quero ver você entrando no altar com outro cara. Isso não é discutível. - Deus, quero beijar esse homem bravo. Fica ainda mais gostoso assim.

Então o beijo porque posso beijá-lo.

- Adem - lembro o nome do rapaz! - não é ruim, fica tranquilo. E não é como se eu que fosse entrar no altar.

- Adam? Que nem o bartender que deu em cima de você? - Adrien franze as sobrancelhas. - De jeito algum.

- Adem, não Adam. - E só porque ele fica extremamente bonito de terno e com ciúmes, eu provoco: - Preferia que fosse o Luka?

Uau, lembre-me de fazer isso mais vezes.

- Nem brinca com isso.

- Uhum - mordisco sua mandíbula e ele parece indiferente as minhas intenções.

- Você não vai entrar com Adem. O nome do pecador é igual, isso já diz muito sobre ele.

- Adão? - Beijo onde estava mordendo. - Ele só comeu uma maçã.

- Ele transou com a Eva.

- O nome da madrinha que vai na minha frente é Eva. - Pondero.

- Então que ele transe com ela.

Rio contra sua bochecha no lugar que teria uma covinha caso ele estivesse sorrindo e não com essa cara absurda de linda de bravo.

- Você vai ter que falar com a assistente da Nathalie e mudar toda a ordem de entrada das madrinhas, então.

- Aguento a fúria dela. - Ele segura meu cabelo na nunca com carinho. - E a das madrinhas.

- Que bom. - Migro para a boca dele. - Porque eu não queria entrar com o Adão mesmo.

Aligned | Adrien AgresteWhere stories live. Discover now