BÔNUS: Natal

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(os últimos capítulos foram apagados, explicação no meu perfil). Feliz Natal! ❤️

- júlia

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Logo depois do Adrien se afastar da Marinette.

24 de dezembro - Há dois anos

- Deixa eu te ajudar! - Exclamo vendo Alya abrir a porta da padaria com dificuldade, fazendo o sino da padaria e do natal balançarem.

Ela está com bastante coisa nas mãos, incluindo uma travessa de vidro com um pano em cima que quase cai. Pego das suas mãos e ela agradece em resposta.

- Cheguei cedo?

- Não muito, a Chloé e mais vários já está aqui. Os outros devem chegar logo logo também.

Ela deixa as coisas na bancada da padaria e se junta a Chloé na sala quando eu digo que arrumo a mesa com as comidas que ela trouxe. A toalha já estava estendida na mesa, coloco em ordem as comidas para a ceia e na bancada do lado os doces que haviam chegado até então, junto dos que meus pais fizeram.

Deixo um garfo cair no chão. O sino bate de novo e me levanto rapidamente vendo Adrien passar pela porta.

Não tenho reação. Faz semanas que ele parou de falar comigo. Quando fala, me magoa. Quando eu falo, rebato, para que ele se sinta tão mal quanto eu. O que resulta em choro pelo resto da noite para mim, para ele deve ser a mesma coisa que nada. Se ele esqueceu nossa amizade que eu acreditava ser tudo em pouco tempo, deve ser tão insignificante para ele perder seu tempo pensando nisso. Nada. Então, eu choro.

- Trouxe pernil. - Ele avisa, ainda na porta. - E legumes refogados.

Porque eu não gosto muito de carne.

Meus amigos trouxeram carne e sobremesa. Nenhum deles trouxe comida vegetariana, porque não prestaram atenção nisso sobre mim e eu não fazia questão. Mas o Adrien lembrou.

Mais um motivo para eu passar a noite chorando. Só que dessa vez no natal.

- Pode deixar aqui na mesa, eu arrumo. - Lavo o garfo e coloco de volta em seu lugar.

Ele não me escuta e arruma ao invés de deixar a tarefa para mim. Balanço a cabeça e saio de lá, em direção aos nossos amigos, antes que eu começasse a chorar na frente dele. Olho para cima, forçando a lágrima a ficar presa. Não quero estragar o natal de ninguém, mesmo sabendo que o meu não vai estar completo sem ele. Sem ele antes.

Escuto a porta abrir mais uma vez e Kagami e Alix chegam por fim.

- Gente, vem aqui na sala! Vamos ver um filme. - Nino grita para que eles possam escutar da padaria.

- Qual? - Kagami pergunta.

- Não gosto de filme de Natal, então para mim pode ser qualquer um. - Estico o controle remoto para quem quiser pegar.

- Também não gosto. - Ela franze as sobrancelhas.

- Vamos ver outra coisa então. - Nino pega o controle da minha mão.

Nos encaixamos no sofá e alguns ficaram no chão. Adrien chegou na sala por último e ficou em dúvida de onde sentar. Só havia dois lugares: do meu lado no sofá ou do lado da Alya, no final da sala. Nino ocupou aquele.

Não disse nada. Ele se sentou. Nossos corpos se encostando.

Adrien mexe a boca em desconforto. Bom saber que pelo menos um sentimento sobre mim ele guarda, mesmo se for um negativo. A indiferença é pior.

Tento me concentrar em outras coisas, como a risada dos meus amigos com o filme. Até dei risada nessas duas horas. Mas só porque reclamei da indiferença, ela voltou a ocupar o semblante dele.

- Me diz que na casa de vocês não esperam até meia-noite para comer. - Eu comentei.

- Nossa, não. - Juleka riu. - Meia-noite eu estou indo embora.

- Querem comer agora? - Alix deu sua opinião. - Porque por mim a gente já pode começar.

Deixei eles conversando mais uma vez enquanto fui até a cozinha para ver se estava tudo em ordem. Meus pais, felizes por ter mais gente em casa, estavam colocando umas decorações em cima da mesa.

Perguntei se estava tudo bem começar a ceia e eles terminaram de preparar, chamando todo mundo para o cômodo que agora tinha o triplo de cadeiras para acomodar todos eles.

Nos reunimos em pé primeiramente.

- Vamos dar um momento para quem reza antes da ceia. - Meu pai sorri para nós.

Demos as mãos uns aos outros, incluindo quem não reza. Abaixo a cabeça e rezo. Abro os olhos e não perco tempo vendo quais outros olhos estavam em cima de mim.

Cada um se serve na bancada de comidas na padaria e volta para a mesa, tomando seus lugares. Eu, como sempre, não peguei carne. Agradeci mentalmente por ele ter trazido os legumes.

O falatório está enorme, assim como a felicidade. Passar o natal em família é bom, mas com os amigos e a família é melhor ainda.

- Eu - Nino aponta para si - não pensaria nunca em ver um filme de terror no natal.

- Vocês estavam assistindo filme de terror? - Minha mãe questiona. - Mas vocês estavam rindo.

- É muito engraçado - Juleka ri de novo, lembrando do filme. - Muito falso.

- Acho que foi um dos piores que eu já vi. - Adrien comenta.

- Foi mesmo - concorda Kagami. - Mas nunca que a minha mãe me deixaria ver esse tipo de filme no Natal!

- Que rebelde você foi essa noite, Kagami. - Alix gargalha.

Rio junto, contente com a alegria deles. Então meus olhos param no Adrien. E meu sorriso murcha levemente.

Assim passamos a noite. Rindo, comendo, falando besteira e aproveitando a companhia um do outro até acabar. Aos poucos eles foram se despedindo e saindo, tarde da noite ou começo da madrugada.

- Tchau, Mari. Feliz Natal. - Luka, que passou o natal com os amigos dele, veio buscar a irmã e me beija na bochecha para dizer oi e tchau de uma vez.

Adrien está dentro de casa, ajudando minha família. Coloco a mão na testa, tentando concentrar o estresse ali e volto para a cozinha, ajudando também.

໑໑໑

- Tchau, Adrien. - Meu pai se despede dele. Pelo olhar em seu rosto, tenho certeza que ele se segurou para não o chamar de filho. - Boas festas.

Sigo para a porta, a abrindo e dando passagem para ele antes de ouvir sua resposta.

Adrien passa por mim e me olha. Ele sai. Então, eu fecho a porta.

E choro antes de dormir.

Aligned | Adrien AgresteWhere stories live. Discover now