18 | All in my veins

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Oiê, antes de vocês lerem o capítulo de hoje, verifiquem se leram o anterior, não chegou notificação da atualização para ninguém.

Não se esqueçam de votar e comentar :)

Boa leitura,
- júlia

- O quê? Como assim ela está no hospital?

- Ela estava nervosa com a apresentação então resolveu ir à esgrima para se acalmar. Não faz muito tempo que recebemos uma ligação dela falando que deu mau jeito na perna.

- Meu Deus! Ela está bem? Está com dor?

- A Kagami está ótima, vai ficar ótima, quer dizer. De muleta por um tempo. O problema nem é esse. Claro que me sinto mal por ela, mas a nota ainda está valendo! Com a Kagami fora, a gente perde a nota do bimestre.

- E eu entro onde nisso? Tipo, por que eu?

- Ué - ela balança a cabeça como se fosse óbvia a resposta. - Você foi em todos os ensaios, tem experiência com dança e eu já te peguei várias vezes fazendo a coreografia. Você sabe ela inteira que eu sei, Marinette.

- Sim, m-mas... você sabe que eu não posso. - Gaguejei levemente.

- E por que não?

- Eu não me apresento em público, Alya. Você sabe disso!

- Marin, você não tem muita escolha agora. Vive falando que gostaria de se apresentar um dia e agora é a sua chance. Além do mais, não passou nem por todo aquele estresse antes de ir pro palco porque você não sabia que ia.

- Mas agora eu sei! - respirei fundo. - Alya, não dá.

- Vem, se troca. Você tem quase o mesmo tamanho da Kagami, só é um pouco mais baixa - ela levanta os meus braços, tirando minha camiseta. - Se você chegar lá e não quiser, tudo bem, não vou te forçar, mas tenta pelo menos? Por favor?

Os olhos dela mostravam sinceridade e amizade. Amo muito essa menina.

- Ok... - já sinto o nervosismo correr pelas minhas veias junto da ânsia. Está vendo? É por isso que eu não quero.

As meninas correm de um lado para o outro com a mudança, comemorando baixo. Todo aquele trabalho durante dois meses para dar tudo errado no último minuto. Eles dois treinaram tanto, sabia que erros não iriam acontecer. Agora comigo no lugar? Desastre na certa. Detesto passar vergonha.

De sutiã na sala, pego a camisola enquanto as meninas desabotoam a minha calça jeans, descendo ela pelas minhas pernas. Visto a camisola. Temos quinze minutos para ajeitar tudo agora. Alguém me senta em uma cadeira enquanto a Alix tira minhas botas e meia, me deixando descalça.

Alya surge com uma paleta de maquiagem nas mãos.

- Ainda bem que você não veio arrumada para a festa - ela agradece ao ver que meu rosto estava limpo, dando menos trabalho para ela.

Ao acabar, Alya coloca um espelho na minha frente e vai para as minhas costas arrumar o meu cabelo. Ele sempre está solto e não tem muito o que fazer, já passou a época em que meu cabelo dava trabalho.

- O Agreste sabe da mudança? - pergunto.

Ninguém me responde. Franzo a sobrancelha.

- Achamos melhor não falar nada para ele além de que vai haver uma substituição porque a Kagami se machucou antes de vir - Rose explica.

- Ok, e por que não falaram que a "substituição" sou eu?

- A gente não entende a situação de vocês, tá legal? - Juleka solta as mãos no ar. - Às vezes parece que se odeiam e às vezes parece que se pegam escondido. Não sabíamos e não sabemos como ele iria reagir, se ainda iria querer apresentar.

- Vocês acham que ele me odeia a ponto de não querer se apresentar comigo? - eu não entendi bem essa parte.

- Não, não, não! - Alix fala apressada. - Só não entendemos mesmo o que acontece com vocês e não quisemos arriscar. Ele sabe que é outra pessoa e que é uma de nós por só a gente ter presenciado a coreografia.

Aceito essa resposta.

Olho para o relógio pendurado no fundo da sala. Não se passou muito tempo desde a última vez que chequei as horas. Vi a Alya saindo e falando com a Chloé que tinha acabado de sair do palco. Chloé assente, concordando com o que ela diz.

- Marinette - Alya chama depois de voltar. - Falei com a Chloé. O grupo dela vai enrolar mais cinco minutos depois que acabar o tempo deles. O que deixa a gente com cinco minutos de sobra, então você tem mais quinze para se preparar.

Isso ajudou a amenizar a ansiedade. Como a dança tem vários movimentos que exigem uma maior flexibilidade e controle do corpo, vou aproveitar pelo menos uns sete minutos para alongar.

Aproveito também para respirar fundo. Ficar nervosa não ia adiantar nada e eu repetir esses pensamentos positivos na minha cabeça também não vai, mas é melhor que nada. Conforme vou alongando, minha respiração volta ao normal. Uso isso como técnica para me acalmar antes de provas importantes ou quando tenho que apresentar seminários na frente da classe.

As meninas agora estão correndo ao fazer as últimas preparações. Kim, desocupado como sempre, está sentado em uma cadeira só olhando o movimento. Me pergunto onde está Adrien que deveria estar fazendo o que eu estou nesse momento: alongando.

- Ei - cochicho para a Alya, erguendo uma perna para cima ao mesmo tempo. - Cadê o Agreste?

- Ele está conversando com uns jornalistas - ela responde no mesmo tom de voz que eu. - Estão tentando entrevistar ele.

- Ele deveria estar em alguma dessas salas para esticar o corpo.

- Relaxa, ele já fez isso. E você? Está mais calma agora?

- Chegando lá - sorrio sem mostrar os dentes. Está mais que óbvio que eu não estou confortável. - Sabia que tem olheiros ali fora?

- Não, que legal. Agora as pessoas vão conhecer a Marinette Dupain-Cheng e um dos seus vááários talentos - ela sorri.

- Até parece, estão todos aqui por causa dele. Claro que algumas pessoas vão se dar bem, mas não eu.

- E por que não você?

- Porque eu vou estar lá com ele. O foco vai ser ele, não eu. Só vão prestar atenção no Adrien Agreste - falo como se seu nome fosse importante -, não em mim.

- E não é isso o que você quer? Você não está muito feliz em apresentar.

- Eu sei que não - relaxo a posição que estava fazendo. - Mas já que eu estou fazendo isso, pelo menos um pouco de reconhecimento seria legal. Ele mesmo se desmaiasse não teria uma noticia ruim.

- Até porque o pai dele mandaria matar quem fizesse uma manchete manchando o nome dos Agreste - ela me empurra com o ombro.

Dou risada.

- É bom a gente tirar nota máxima nessa trabalho.

- Marinette, vem - Juleka chega falando baixo e pedindo desculpas por interromper a conversa. - Chegou a hora.

Aligned | Adrien AgresteWhere stories live. Discover now