- Vingt -

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- Point de vue 》Kylian -
- Paris 》France -
- 27, Décembre 》2020 -


Assim que parei em frente a porta do quarto da Elle, dei quatro batidas na mesma, formando uma melodia e já sabendo que ela saberia que sou eu.

Por alguns instantes esperei, e apenas recebi o silêncio como resposta. Então, coloquei mão na maçaneta e girei a mesma, abrindo a porta branca com cautela.

A primeira coisa que chamou a minha atenção foi a escuridão, o quê fez-me ter a certeza de que ela não está bem.

Eu não sei o quê aconteceu, até porque Gray não mencionou nada durante a chamada repentina. Disse apenas que a Michelle não está bem e que precisa de apoio. Mas vê-la na escuridão, só faz-me ter a certeza disso.

Michelle odeia lugares escuros, e só pelo facto dela estar em um quarto parecendo uma caverna - ou o quarto da Sharon. - já faz-me ter uma noção de como ela está se sentindo.

Passei os olhos pelo quarto, e com a ajuda da luz que entra pela janela, vejo Elle sentada no chão - ao lado da sua cama. - ela está abraçando às suas pernas - que estão dobradas - e a sua cabeça está escondida entre elas.

O cômodo está silencioso, e isso é assustador.

Devagar, caminho para dentro do quarto, fechando a porta atrás de mim. A primeira coisa que fiz foi tirar os meus tênis - ficando só de meias - e por fim sentei-me no chão à sua frente.

Ergui a minha mão para tocá-la, e antes que eu o pudesse fazer, a loira ergueu a cabeça, deixando visível o seu rosto e seus lábios pálidos, seus olhos inchados e avermelhados, e suas véias da testa salientes.

O seu aspecto está péssimo. Seus olhos quase não ficam totalmente abertos pelo tanto inchaço.

Michelle olha para mim, e consigo ver em sua feição uma obscuridade, uma tristeza gigantesta, uma exaustão, e em seus olhos, um pedido de ajuda.

Sentindo meu peito aquecer e apertar, puxo-à para mais próximo à mim, e à abraço. Foi só isso acontecer, para ouvir o som do choro e do soluçar da mesma.

É decadente para mim, vê-la dessa forma. Michelle é tão cheia de vida e alegria, que quando a vejo nesse estado, me sinto sem forças.

Durante o período em que ela cessava o choro, tive uma ideia que possivelmente dê certo.

__ Hey... __ sussurrei erguendo sua cabeça com as duas mãos. __ Olhe para mim... __ agora ergui o seu queixo, e a mesma olhou para mim com o rosto molhado. Com os polegares, limpo suas lágrimas e desço o meu olhar até os seus lábios. Não pude conter a vontade de beijá-la.

Eu não sabia o quê falar, mas queria que ela sentisse que estou ao seu lado para o quê der e vier. Quero que ela saiba que farei de todo o possível para ajudá-la e vê-la melhor.

Ainda com nossos lábios grudados, enfio os meus dedos pela sua nuca até os seus fios agora loiros.

O beijo que era antes só uma demonstração de apoio e carinho, foi se transformando em algo maior, mais profundo e mais cheio de sentimentos/ sensações.

Quando senti a necessidade de tirar a sua blusa, travei no mesmo instante. Não era o momento. Eu não podia ser egoísta até esse ponto. Ela não está bem emocionalmente, e não seria justo com nenhum dos dois, transar sem entrega alguma.

Cessei o beijo calmamente e olhei para a moça que vidrou seus olhos em mim, por alguns instantes, e por fim deu um mínimo e pequeno sorriso. Isso fez-me sorrir abertamente e me levantar, estendendo a minha mão em sua direcção.

Détails - Kylian Mbappé ( Em Pausa )Onde as histórias ganham vida. Descobre agora