𝟑𝟒

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NOVAMENTE, a sala da casa de John B estava cheia

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NOVAMENTE, a sala da casa de John B estava cheia. Além da presença dos Pogues, algumas latinhas de cerveja e fumaça vindas de um narguilé faziam morada. Sem contar da pequena caixa de som de Kiara, que tocava Reggae sem parar no canto do cômodo. Naquele dia, eles só queriam relaxar, pois a diversão mesmo seria na noite seguinte.

O aniversário de Pope estava se aproximando. Com isso, todos ficaram tão eufóricos que resolveram fazer o que fazem de melhor; encher a cara e chamarem mais pessoas para encherem a cara junto. A ideia era não ser algo muito cheio, mas quando Kiara recebeu a notícia que JJ havia imprimido um anúncio e colado em todas as paredes de Outer Banks sobre uma farra na praia, o único assunto possível na ilha era isso. Não ligou muito, afinal, eles são os Pogues. Suas missões são só diversão, o tempo todo.

Zara se contentava apenas com a latinha de cerveja, enquanto o casal intercalava entre o álcool e a essência doce do narguilé. JJ, como o costume, estava sozinho na varanda, tragando do seu baseado e logo liberando a fumaça pro ar. Ficar sozinho era melhor que terapia para ele. Zara não o julga, até porque a solidão não a assusta.

— Devemos comprar quantos barris de cerveja? — Pope pergunta, balançando sua latinha e encarando a namorada.

— Três, talvez — Kiara chuta. — Terá muita gente.

— Três está ótimo. Pode ser que ainda sobre. — É a vez de Zara palpitar. Kiara concorda.

— Nem todo mundo é como a gente, que enche a cara como se não houvesse amanhã. — A morena faz uma careta, provocando risadas do seu namorado e de sua melhor amiga.

— Não enchemos a cara — Zara ergue sua latinha. — Só reabastecemos o tanque.

— Essa é a minha garota! — Os cachos de Kie balançam conforme se inclina pra frente e Zara lhe lança um colar de beijos, logo caindo na gargalhada com os outros dois presentes.

Continuou por um curto tempo batendo boca com seus amigos, mas não demorou muito para deixa-los sozinhos e  respirar ar puro. Zara se direciona até a varanda do local calmamente e interrompe os próprios passos ao ver a figura alta e forte de costas. JJ estava debruçado na estrutura de madeira, liberando a fumaça da maconha entre os lábios e com o olhar perdido no horizonte. Ela adentra a área sem fazer barulho, abraçando os cotovelos e fixando seus olhos nas costas do garoto. Ele só percebe que já não está mais sozinho depois de alguns minutos, tirando a atenção do ponto aleatório e pairando sobre Zara.

A expressão séria que ele carregava em seu rosto imediatamente suavizou. Os dois se encaram em silêncio por algum tempo, ainda com aquela mesma distância. Eles jamais admitiriam, mas na cabeça de ambos, as cenas daquela noite se repetiam milhões e milhões de vezes. Não sabiam se era pela timidez que não moviam um músculo ou pela simples tensão de estarem no mesmo lugar. Porque, de qualquer forma, esse era o forte efeito que causavam um sobre o outro. Surpreendentemente, quem tomou atitude de acabar com aquele momento tenso foi JJ.

— Vem cá.

Sua voz adentra os ouvidos de Zara como um rugido de tambor. O coração erra as batidas e sua barriga inicia a temporada de carnaval de uma escola de samba. Então, com apenas um suspiro, ela caminha até o garoto, se pondo ao seu lado e também se debruçando sobre a estrutura de madeira. Maybank estende seu baseado e Zara franze a testa, olhando para o garoto. Ele balança os ombros. Não via problema algum em relaxar. Zara também estava vivendo no automático, por isso, logo tomou o cigarro de seus dedos e deu um trago.

— Estará conosco amanhã? — Questiona, olhando pro horizonte. Escuta JJ rindo pelo nariz.

— Claro, Malibu. Como eu faltaria? — Pergunta como se fosse óbvio.

— Não sei — Prende seus olhos à JJ. — Você anda longe.

O loiro suspira. Sabia que ela estava se referindo à sua necessidade de estar isolado e suas últimas fugas de qualquer encontro possível com ela e com os amigos. Até mesmo de suas aventuras com diversas garotas. Mas, depois de tudo que aconteceu, ele não era capaz de ser ainda tão egoísta. Seu ego poderia ser grande, mas ainda assim, sua gratidão pelos Pogues e por ela eram bem, bem maiores.

JJ encara Zara em silêncio e leva sua mão até o rosto da menina, colocando uma mecha de cabelo solta atrás de sua orelha num gesto de reconforto e a fazendo respirar fundo, sem tirar o foco dos olhos azuis.

— Não mais. — Expressa sinceridade.

Zara não diz nada. Opta pela opção de se manter em silêncio e se afundar na imensidão azul que eram as íris dele. Enquanto isso, os dedos de JJ acariciam a pele macia do rosto da garota. Isso a causa um suspiro profundo. Não sabia o porquê caralhos o seu toque tinha tanta intensidade. Bastou a quebra de distância para que sua realidade começasse à funcionar em câmera lenta.

Ele era tão suave como um cappuccino pela manhã e tão sutil quanto uma caneta fazendo sua primeira escrita numa folha de papel.

Sua ação de se aproximar alguns passos e selar seus lábios causa surpresa em JJ, mas nem por isso ele quebra o contato. Guia os dedos até o pescoço da garota, segurando no mesmo e aprofundando ainda mais aquele beijo. A energia boa que carregam naquela tarde transbordam ainda mais naquele gesto que mistura carinho, apego e ternura. Finalizam com alguns selinhos e JJ não perde tempo em continuar uma trilha de beijos pelo rosto da garota. Zara acaba sorrindo, abraçando o pescoço do garoto enquanto ele descia os lábios pra abaixo do seu queixo. Ele conseguia ser um amor quando queria.

— Acordou de bom humor hoje, huh? — Pergunta, ainda rindo pelo fato dos lábios de Maybank em seu pescoço fazer cócegas.

— O meu humor tá sempre ótimo, Miss Malibu. — Diz perto de seu ouvido e Zara faz uma careta.

— Eu não teria tanta certeza. — Assim que termina, dá um gritinho fino pelo tapa forte que JJ despeja em sua bunda.

— Abusada. — Desencaixa o rosto da curva do seu pescoço e volta à olha-la nos olhos.

— Então admite que eu que melhoro seu humor, sempre. — Zara ergue as sobrancelhas e JJ franze o cenho.

— E por que eu diria isso?

— Porque é verdade.

Maybank pondera, apertando o próprio queixo e olhando pro teto. Ao perceber seu deboche, Zara dá um tapa em seu ombro e arranca uma gargalhada gostosa do loiro.

— É — Ele umedece os lábios, encarando seu rosto. — Você torna as coisas mais leves.

A maneira desajeitada que ele tem de demonstrar o que sente a faz sorrir, não esperando para beija-lo novamente.

Ele afrouxava mesmo qualquer tipo de defensiva.


☀️


capítulo clean né hmmmm

𝐂𝐇𝐀𝐍𝐆𝐄𝐒, 𝗺𝗮𝘆𝗯𝗮𝗻𝗸. ✓Where stories live. Discover now