𝟒𝟖

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AS GARGALHADAS vindas da garotinha e do maior contagiavam qualquer um em sua volta. Receberam até mesmo perguntas se eram pai e filha, o que lhes rendeu ainda mais risos e piadinhas. Zayleen se sentia realizada por ter aproveitado mais um dia de praia com direito à sorvete e banho de mae e JJ estava feliz. Feliz por ter um laço com sua cunhada, pela falta que sentiu de uma presença infantil perto dele e por ter tido um dia tão incrível. Sem contar do fato que a menina tinha se apaixonado pelos cabelos loiros do garoto. Incontáveis vezes, ele resmungava de dor por ela tentar arrancar os fios dourados. Seu argumento era que queria leva-los pra casa, pois no "filme da Rapunzel", se cantasse para os cabelos beijados pelo sol poderia curar os doentes. Pra ele, foi extremamente adorável, mas obviamente não permitiu que ela levasse seus cabelos nos bolsos.

— Nós vamos pra casa agora? — A pequena questionou, com o canto da boca sujo de sorvete. JJ concordou. — Eu não queria ir embora agora.

O semblante levemente triste da menina apertou o coração do loiro. Claro que ela sabia que dentro de alguns dias, não o veria mais e nem mesmo o resto dos tios que conquistaram sua simpatia. Que a praia acabaria, as férias também e o pior de tudo, voltariam pra Malibu sem sua mãe do lado. Ela era uma criança e toda essa história ainda não entrava em sua cabeça. Para Zara, a pior parte seria ter que explicar como foi da própria vontade da mulher que à fazia doces específicos no Natal de deixa-las na mão por conta de dinheiro. É uma frustração imensa para todo mundo, até mesmo para o namorado da garota, que havia chegado há pouco tempo.

— Bom... — Ele dá uma colherada no seu sorvete de creme. — Tem um lugar que podemos ir.

Os olhos de Ziza brilham e o sorriso de JJ aumenta. Assim como ele, também não queria retornar tão cedo pra casa e encarar a realidade deprimente. Então, vê a pequena concordando com a cabeça e voltando à devorar seu potinho de sorvete como nunca. Ele suspira feliz. Agora sim, conseguia entender como aquela garotinha era a luz da vida de Zara. Conseguia encantar qualquer um apenas com o sorriso dos dentinhos pequenos. Até mesmo ele, que nunca foi tão próximo de crianças.

Logo que terminaram de se deliciar com seus sorvetes, JJ sai do estabelecimento com a garotinha andando ao seu lado e enterra as mãos nos bolsos da bermuda surrada. Os dois se mantém em silêncio por um momento, mesmo que escutasse Zayleen cantarolar canções infantis vez ou outra. Então, ela fita o maior dos cabelos loiros bagunçados e analisa bem seu rosto.

— Você gosta mesmo da minha irmã?

Ao escutar sua pergunta, Maybank teve vontade de rir, mas não fez isso. Deu um sorriso ladino, direcionou seus olhos até a pequena e fitou os detalhes dos seus olhinhos puxados.

— Muito, Ziza. — A garotinha abriu um sorriso.

— Ela cuida muito bem de mim — Acariciou as próprias mãos. — Deve cuidar muito bem de você, também.

Ele fitou a menina por mais alguns segundos e liberou um suspiro. Sim, ela cuidava dele muito bem e ele seria eternamente grato à ela por tanto. Zara não tinha conseguido apenas ajuda-lo à sair de um buraco que ele mesmo não gostava de estar, mas mudou sua ideia de princípios, seu modo de ver a vida e até mesmo a maneira que ele se portava nas coisas normais do dia-a-dia. Ele nunca se importou tanto sobre um dia chuvoso, o mar cristalino ou as tartarugas que já viu incontáveis vezes na areia da praia. Tudo tinha ganhado mais cor. Ela era o seu maior motivo.

A pequena não diz nada, mas também havia percebido que ele realmente estava apaixonado pela irmã mais velha. O jeito que ele sorriu e a forma que suspirou apaixonadamente dizia muito sobre suas emoções. Pode ser uma criança, mas durante toda sua vida, ela aprendeu muito sobre o amor e podia dizer com cem por cento de certeza, que JJ e Zara transbordavam amor. Era lindo, de fato.

𝐂𝐇𝐀𝐍𝐆𝐄𝐒, 𝗺𝗮𝘆𝗯𝗮𝗻𝗸. ✓Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang