[🤠+🛐] i miss the touch | pt. dois

1.2K 97 24
                                    


S/N

o agente, que descobri se chamar louis, me puxou pelo braço para fora da redoma de vidro. ele usa traje é capacete tipo-astronauta e anda rápido. quase não consigo acompanhá-lo. tudo que entendi foi que ele me levará para conhecer o diretor. nunca o conheci, apenas ouvi falar.

há dois anos atrás meu pai me trouxe até aqui. ele me mandou entrar na redoma que eu chamo de casa e ficar lá até que ele viesse me buscar. um guarda fechou a porta antes que eu pudesse sair, naquele dia eu gritei e chorei, mas papai não veio. então descobri que ele me deixara para trás e me transformara em cobaia do diretor. odeio o diretor por me trancar naquela jaula, odeio ainda mais o meu pai por ter permitido que acontecesse.

o aperto de louis não machuca a minha pele, pelo contrário, conforta. ele me guia até um elevador, quando entramos nele, louis me solta e me dá um doce que estava em seu bolso. eu aceito, receosa. vão mesmo me matar envenenada depois de todo esse tempo ?

quando levo o doce marrom à boca, sinto uma explosão de sabores. como se eu precisasse daquilo a vida toda. nunca comi uma coisa tão saborosa quanto isso, pelo menos não me lembro de ter comido. é perfeito.

---- obrigada - digo. minha voz é roca e baixa. nem lembrava de como era falar sem gritar. da última vez que falei com outro ser humano, sem me debater ou socar o vidro, foi no abrigo ao lado da minha antiga casa.

louis apenas fica quieto e com as mãos ao lado do corpo. tem uma arma pendurada no cinto e algo longo e grosso perto da arma, parece um taco de beisebol.

quando as portas do elevador se abrem, louis me puxa para fora e caminhamos rápido pelos corredores, quase não consigo acompanha-lo. ele me leva para uma sala completamente branca, com uma longa mesa de vidro no centro e janelas do chão ao teto ao redor.

---- senhor... - louis fala pela primeira vez desde que saímos da minha "jaula". ---- s/n está aqui - é a primeira vez que escuto meu nome saindo da boca de alguém depois de tanto tempo.

o senhor gira em sua cadeira, e então posso ver seu rosto. ele é velho, uns 50 anos, talvez, mas está bem conservado. barba rala cobre seu buço e queixo, ele usa um traje parecido com o de louis, porém não há capacete.

---- é um prazer finalmente revê-la, querida - eu estranho sua fala. quem é esse cara ? ---- sou armando, diretor do centro de operações de extrema cordialidade, ou coec. estou aqui para estudar sua.... condição - ele tem cuidado ao pronunciar as palavras. bom.

---- quando sairei da redoma de vidro ? - pergunto pois não há nada que eu queira mais.

---- quando você aprender à controlar o... vírus - responde o diretor. olho para louis, ele não diz nada, nem se move. estranhamente sinto uma sensação de paz ao olhar ou ficar perto dele. aposto que ele não sente o mesmo, pois continua com a mão na arma. ---- ou... - armando continua. ---- se fizer algo para mim.

começo a pensar no que ele me pedirá. não tenho dinheiro ou família, nem mesmo a roupa de meu corpo ou a cama que durmo são minhas. não tenho muito a lhe oferecer. então concordo, porque faria qualquer coisa para sair da jaula.

---- qualquer coisa - eu respondo. sinto louis tocar de leve meu cotovelo, olho para ele rapidamente. com um olhar do diretor, louis se afasta três passos de mim. o senhor armando anda rápido até parar na minha frente. quando estamos à quatro ou cinco passos de distância, ele estica a mão, devagar, ele toca no meu rosto.

---- senhor... - louis tenta impedi-lo de fazer tal coisa, mas já é tarde demais. sua pele já está em contato com a minha, as sombras não fazem aparição, o diretor suspira de alívio.

---- tem alguém... uma amiga... ela está muito doente, quero que você use as sombras para cura-la - diz o diretor, ele não se afasta de mim. não tem medo de que eu o mate ? ---- me dê sua resposta amanhã, caso recuse : então nunca mais sairá daquele lugar - sua fala é autoritária e grave. mas é claro que eu aceitarei.

louis me leva de volta pelos corredores, dessa vez uma de suas mãos está na minha cintura e a outra segura meu pulso. ele está próximo demais e eu não gosto disso. ao virar em um corredor, louis nos empurra para dentro de uma sala cheia de documentos montado em pilhas.

---- não faça isso - louis diz rápido. o agente me empurra em uma parede, a mão ainda na arma.

eu vou mesmo morrer assim ? numa sala de papéis, com um cara que não conheço, por uma arma cruel, de uma forma covarde ?

louis tira o capacete devagar. não solta a arma e nem me dá espaço para sair. fico entre seu corpo e a parede, sentindo a arma roçando minha barriga. quando o capacete cai no chão, as luvas se juntam à ele e a arma logo depois. fico mais aliviada depois disso, mas não totalmente.

---- fazer o que ? - sussurro. a sala fez minha voz roca ecoar pelas quatro paredes.

---- te transformarem no monstro que eles acham que você é - sussurra de volta. uma das mãos, que antes estava na parede, toca minha bochecha com firmeza, a outra toca minha cintura por baixo da camiseta. ---- você é boa, s/a. e, se você aceitar o acordo de armando, te transformarão em uma máquina de destruição.

---- não quero voltar pra lá.

---- então não volte - o agente diz contra meus lábios. tento me afastar mas não consigo pois ele me pressiona contra a parede de gesso. louis roça seus lábios nos meus, deixa beijos no meu queixo e bochecha. então beija meus lábios fervorosamente e eu retribuo. ---- fique comigo.


NOTAS :

vai ter parte 3, tá ?

amei escrever esse capítulo, no próximo eu vou fechar umas lacunas que ficaram nesse capítulo.

imagines. louis partridgeWhere stories live. Discover now