XXIII - Caminhos

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Eu sei, eu sei, podem me xingar, demorei uma eternidade para atualizar, mas eis que estou aqui
e infelizmente ou não, falta poucos capítulos para terminar. Agradeço a paciência por esperar essa história, por ter seguido até aqui comigo.
Mas chega de enrolação, vamos para mais um capítulo! Boa leitura a todos e a gente se vê. bjs 😘😘









Lavei minhas mãos na pia da cozinha, quando senti seu toque em minha cintura, me virei rapidamente e seu corpo já estava colado ao meu, sua boca tão próxima da minha, que sentia sua respiração. Seus olhos encaravam os meus, seu braço direito envolvia minha cintura, sua mão esquerda em minha nuca, quando seu polegar passou nos meu lábios, como se fosse um pedido, me pedindo pra deixar eu sentir seus lábios... e eu aceitei.

— Gizelly! Acorde... cê tá bem?

Quando dei por mim estava na sala, com o pote da pipoca vazia e com Rafaela me chamando, era um sonho, um sonho que mostra o quanto ela representa pra mim depois de tudo.

— Gizelly?

— Eu tô bem Rafa, vou dormir.

Apenas sai de cena o mais rápido possível, ou eu seria capaz de realizar meu sonho.
Precisava manter distância, porque algo entre a gente está ali em algum lugar querendo sair, brochar como uma rosa. Quando penso em felicidade é dela que me lembro, foi em pouco tempo, talvez até de mentira, mas eu senti que era perfeito, que era válido.

...

Manu, presta atenção... Não me deixa sozinha com a Rafa!

— Titchela, o que aconteceu?

— Só faça o que te peço.

Ainda era madrugada e aquele sonho me deixa inquieta, rolando na cama, procurando formas de deixar tudo pra trás e ir embora. Mas por que eu não consigo fazer isso? Ir, como da outra vez...

Não tinha respostas, Gizelly tentava uma resposta que a agradava, que era ir contra o que estava sentindo,  seu corpo queria o que sua mente pedia para esquecer,e o coração? Esse se perdia em cada olhar que Rafaella dava pra ela.

A capixaba não queria trair o que tanto disse durante esses anos, “morro de saudades, mas não volto para o que me feriu” era a parte mais difícil de voltar, ter que lidar com fato que o que a feriu ainda bate intensamente, incondicionalmente em batidas aceleradas dentro do seu peito.

Durante a manhã Gizelly saiu, não fez questão alguma ficar para tomar café com Manu e Rafa, ela sabia exatamente que aquela situação estava passando dos limites, seus limites.



POV RAFA

Ela não parece nada com a Gizelly de antes, séria além da conta, Manu me contou que isso era devido minha presença, apesar de continuar agitando tudo ao seu redor quando me vê, é assustador como ela me olha, com ar de que se tiver a chance voa em meu pescoço.

Não sei mais decifrar lá, ou eu sei?

— Não vou vir mais aqui amiga.

— Precisa tempo, tanto você quanto ela.

— Manu, ela me detesta!

— Pois acho que ela te ama, o fato de não ter ficado pra lanchar conosco é como se ela lutasse com ela mesmo sobre o que tá sentindo, Gi é orgulhosa e na boa amiga é um pouco difícil deixar o que aconteceu pra trás, quando o amor ainda permanece.

As palavras tão sensatas de Manu, me enche de esperança, mas é uma luta diária pois ainda acredito que não mereço ela, nunca mereci.

Mas tá passando da hora de mostrar a ela que ainda posso ser aquela Rafa, que estava com ela o tempo inteiro.

Rafaella tinha motivos de sobras para deixar a apresentadora de lado, mas não parava de pensar na capixaba. No fim da tarde, já em seu apartamento, procurou seguir um plano para ficar a sós com Gizelly. Uma aproximação que talvez renderia um perdão, um acerto de contas.

Rafa queria que Gizelly desabafasse  com ela, que jogasse tudo em sua cara o que a fazia ideia lá tanto, ela sabia exatamente o quê era, mas com Gizelly falando diretamente talvez a dor diminui se.

O plano era levar Gizelly onde elas tiveram os melhores momentos entre as duas, no interior de São Paulo, seria uma tarefa difícil, já que Manu não poderia ajudar, porque com certeza Gizelly ficaria desconfiada pois desde que chegou Manu tem tentado manter as duas próximas. A família de Rafa que depois aceitou o que Rafa pudesse ser, ainda não a ajudaria nessa questão, então a tarefa sobrou para seu algoz Daniel Caon, que antes da  chegada de Gizelly, ele  antecipou o término do contrato faltando dois meses para o fim.

Rafaella seguiu para encontrar Caon, em sua residência, assim que chegou na casa de seu “ex” foi recebida com um certo receio, apesar de terem oficialmente concretizado a separação ainda tinha fãs e paparazzis que acreditavam em uma reviravolta. Sim, ele agora se preocupava com as fale news que apreciam por aí, hilário.

Rafa lhe contou o plano em detalhes para que nada pudesse sair como o combinado, Caon disse que precisaria no mínimo de uma semana para elaborar.
Depois de papos, Caon olhou para Rafa antes de ela sair de sua residência e disse “não há um momento em que eu não sinta o quanto falhei contigo, todos esses anos te prendendo a mim, me fez enxergar o quanto o amor é valioso, o quanto ele nos proporciona algo que deixei de lado pra ter o que não precisava. Eu sinto muito Rafa!”

...

Enquanto isso Gizelly arruma roupas e mais roupas que havia comprado mais cedo, proporcionando desfile entre ela e Manu, que trocaram de roupas várias vezes, Gizelly tinha em mente doar suas roupas antigas, que de antigas não tinha nada, mas a maioria das roupas eram para ocasiões de frio, que no Brasil é quase raro.






POV GIZELLY



Titchela, sabe que eu vou perguntar... e você vai ter que me responder.

— Lá em você com suas perguntas...

— Me conta algo que não sei.

— Manoela será que dá pra você deixar as coisas como estão... gente nem posso respirar mais.

— Não seja dramática dona Gizelly! Senta aqui. — Manu bateu com a palma da mão na cama me fazendo sentar ao seu lado, eu já sabia do que se tratava e por causa disso não consegui deixar meus olhos secos, droga! — Você precisa pôr isso pra fora, amiga.

— Eu não sei exatamente o que fazer, ela me deixa apavorada, me deixa acuada, eu não consigo lidar com o fato que eu ainda a amo, sabe.

— Por que não consegue perdoa lá se ainda a ama?

— Eu queria ter essa bendita resposta Manu!  Olha pra mim, o que você acha que venho tentando encontrar desde que parti? 

— Gizelly, você não vai encontrar a resposta por aí, a resposta esteve com ela esse tempo todo e é somente com ela que você vai entender, vai conseguir decifrar todos esses caminhos loucos que você tem tentado não ir.

— Eu tô com medo de me perder de novo e não conseguir encontrar um caminho para seguir.

— Você não vai precisar voltar, esse caminho só tem um lugar e você não vai se perder, você vai se reencontrar.






O Amor que sempre SonheiWhere stories live. Discover now