O Amor que sempre Sonhei

XVI - Outros Caminhos

“Ela já chegou?”

— Ainda não, não sei porque está demorando.

“Você não pode perder tempo, você não pode perder ela Daniel, ou é o fim pra sua carreira.”

— Eu sei.

Daniel Caon sabia que não podia perder essa oportunidade, seu empresário pressionava por um status, que ele fosse mais visto pela mídia e com a Rafa era tudo o que ele precisava, holofotes. Caon era um típico cara que fazia de tudo para mostrar ser um cara coerente, um bom moço, daqueles que você fala “ele é bom pra casar”, mas por trás só queria luxo, queria se dá bem sem se esforçar por isso, não tinha receio de ser um repleto sanguessuga, que tira o que precisa e se manda.
Com Rafa que já conhecia algum tempo atrás, e até ficaram antes dela se casar com Rodolfo viu uma oportunidade pra subir, pois depois do casamento Rafa Kalimann ganhou visibilidade, cresceu bastante como influencer, mais do que duplicando seus seguidores no Instagram.
Apesar de umas trocas de carícias e uns beijos não passou disso, Caon sente que ela não tem interesse nenhum nele, mas ele não liga afinal um clique com ela já valeria uma semana com seu nome estampado em revistas, e para ele já era o que valia.

Caon estava agora no apartamento de Rafa para pedir lá em namoro na frente de sua família, que veio para São Paulo para a nova coleção de peças íntimas da Genilda Fernandes, RK Intimates, mas com a demora estava pensando se poderia fazer isso sem antes de algum fotográficos os vissem juntos, para o “aceito” seja mais rentável.

— Eu vou ter que ir embora!

— Não vai esperar a donzela?

— Vou ter ir mesmo Flavina, alguns compromissos. Mas ligarei para ela. — Todos acham ele bom moço, mas para Genildinha ele não era isso tudo. Tinha um cisma com ele. — Tchau dona Genildinha. É sempre muito bom ver a senhora.

— Tchau Caon, até mais.

Depois de se despedir, Caon estava determinado a impor sua vontade de expor o que vinha rolando com a influencer, apesar de saber que ela é totalmente contra a expor relacionamentos e que de fato não tinha nada rolando entre eles, mas precisava agir ou perderia ela e sua carreira iria ladeira abaixo.

— Caon?

— Sim... Você é?

— Sou Fernanda Keulla, prazer. Você veio do apartamento da Rafa, certo? — Ele assentiu com a cabeça. — Ela está aí?

— Não! Você é o que dela? Não estou ciente de quem é você.

— Ah! Me desculpa, cabeça minha. Sou amiga da namorada dela.

— Namorada? — Caon ficou perplexo diante do que a advogada acabará de dizer.

— Meu Deus você não sabia? Achei que você era amigo íntimo dela. Sabe, se ela ainda não chegou é porque está com ela na casa da Manu, a cantora, cê sabe, né? E isso não pode sair daqui, nem os familiares dela sabem.

— Não se preocupe eu não vou dizer.

— Nossa que furo o meu. Obrigada, mas eu preciso subir. Com licença e mais uma vez você não sabe de nada! Ok?

— Ok?

Fernanda Keulla se viu em tempo de perder a chance de atrapalhar o então namoro entre sua amada e Rafa. Quando deu de cara com Caon com cara nada agradável recorreu ao seu último plano. Bem que não fosse verdade, mas ela sabe que o que Caon quer é puro interesse. E ela sabe bem o que ele poderia fazer para continuar com a Rafa, que para ela era tudo o que queria agora.

POV GIZELLY

— Tenho que voltar para o apartamento, Gi. Não queria me desgrudar de você! — Rafa segurava minha mão quando sentia sua alma ao olhar para aqueles olhos verdes tão marcantes.

— Por mim você ficaria aqui. — Estava muito cadela por ela, não importa o que ela diga ou faça, estou completamente rendida por ela. Uma deusa de mulher.

— Não queria atrapalhar os pombinhos, mas já atrapalhando. — Eu e Rafa contamos tudo que rolou entre nós, e o que decidimos fazer, Manu logo chorou e já quer ser madrinha. — Vocês sabem que torço muito por vocês, meus amores, e todos nós sabemos que não é um acaso, que vocês estão juntas, afinal a vossa bebê aqui ajudou.

— É óbvio que você vai ser nossa madrinha, amiga.

— Manuzinha não tem nem condições de não ser você! Halllooo você é a criança que vai levar as alianças.

— GIZEEEEEEEELLY!

— Eu vou levar com todo prazer.

Nos despedimos de Rafa que seguiu para seu apartamento, eu fiquei com Manu, completamente anestesiada com tudo o que vivi em 24 horas. Não há  requicios de arrependimento, se pudesse faria tudo de novo.

— Titchela tá nas nuvens!

— Manu, eu... eu não sei explicar sabe. Ela entrou na vida do nada e eu criei um laço com ela enorme, gigante que não dá pra escrever em uma linha. Eu tô apaixonada de um jeito que veio acompanhada com várias outras coisas que me confundem, mas ela me dá uma ampla visão do que ela quer de mim, me conforta e sei lá tô loooouca por ela.

— Calma Titchela, respira. Tá tudo bem.

— Nervosa! olha aqui. — Mostrei a ela minha mão trêmula, quando a campainha toca.

Manu logo estranhou pois não estava esperando por ninguém naquele começo de tarde. E para nossa surpresa era Gabi Martins.

POV RAFA

📲🎶*ME ENCONTRA NO RESTAURANTE PRECISAMOS CONVERSAR”

A caminho para meu apartamento recebi uma mensagem do Caon para lhe encontrar em um restaurante, como havia demorado e estava perto do horário de almoço, achei melhor ir e conversar de logo com ele.

Assim que cheguei no restaurante o avistei, sentado mexendo no celular. Caminhei até ele que me recepcionou com um beijo na boca. E aquilo já foi o fim pra mim, pois esse tipo de carinho na rua era palco pra fofocas.

— Por que você me beijou? Você sabe que não tolero isso aqui assim na frente de todos! — Ele nada falou me abraçou, beijou minha bochecha e se desculpou ao sussurrar em meu ouvido.

— Por que demorou tanto? — Não estava entendendo, qual era a dele, que segurou minha mão e me olhava o tanto diferente.

— Tive que deixar uma amiga na casa dela. Bom, na verdade eu queria te dizer... — Antes que pudesse terminar a frase ele se aproximou, colocou uma mexa de meu cabelo atrás de minha orelha e com a mão esquerda segurou meu queijo.

— Não precisamos conversar agora sobre, eu já sei de tudo. E quero te dizer que estou contigo e vou te apoiar no que for. — Não esperava por essa. Minha cara de espanto mudou para feliz, agradecida por ele me entender.

—Eu não sei como você soube, mas estou muito feliz que você entenda toda essa situação. — De repente me vi chorando, emocionada, pois sabia do desafios de uma pessoa homossexual, e do preconceito de se acede  com eles, e vê um cara que sempre quis outras intenções comigo me apoiando, me deixou completamente felicitada. Eu o abracei com força e fui recebida com mesmo carinho. — Eu não sei como te dizer, te agradecer só por estar aqui me apoiando. Você é um amigo que quero levar pra vida.

— Vou estar sempre do seu lado. — Suas mãos estavam em meu rosto, me fazendo encarar, que beijou de leve meu nariz, em um gesto simples de afeto entre amigos.

— Obrigada, por ser a melhor pessoa!

“O pior inimigo não aquele que me discere ódio, mas aquele que me abraça e tá junto comigo, pra no final do dia torcer pela minha falência”