chapter 10

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SAMUEL

Luísa deixou a mulher passar e ofereceu o sofá para nos sentarmos, a mãe dos meus filhos realmente é um anjo. Eu e minha mãe sentamos lado a lado no sofá e Luísa foi preparar um café.

— Antes que pergunte, fui na sua casa e Tanner falou onde Luísa morava e disse que provavelmente tu estaria aqui. E eu tentei avisar que viria.

Fiz um gesto com a mão para ela não se preocupar com isso agora, sou curioso demais e nunca se deixa um curioso esperando.

— Raro você me procurar, o que foi mãe?

— Seu pai não quis vir, mas eu darei a notícia. Luísa, pode vir aqui um pouco? – Luísa se escorou na porta da cozinha meio tímida e minha mãe sorriu gentil – Nós finalmente aceitamos o relacionamento de vocês.

Ela disse empolgada, eu abri a boca sem acreditar. Isso do nada? 

— O quê? O que levou vocês a isso?

Luísa perguntou apavorada, sem acreditar no que havia escutado. Estou me questionando mentalmente quais consequências ou condições isso terá.

— Quais condições, mãe?

— Sejam felizes, falem para mídia que estão casados, só para aceitarem a ideia de que ainda tem regras, mas não precisam estar. Seu pai está com uma doença, totalmente sigilosa essa notícia, Chase. - Concordei e ela tenta não lacrimejar - No coração é a doença, pelo estresse e seu pai é tão cabeça dura que não quis vir e falar, se redimir com vocês. Por isso estou aqui, independente do que vocês tem, nós aceitamos. Fique com a empresa, mude os termos, cuide das crianças. Seja feliz, filho. Estamos velhos, ficamos tão obcecados com as regras que nossos pais nos colocaram, avós, que nos foram passadas como promessas a cumprir, que não pensamos na tua felicidade, felicidade dos teus irmãos. Eu sinto muito. Erramos feio e não espero que nos perdoem...

A mulher ao meu lado começa a chorar silenciosamente e por tudo que minha mãe tenha feito, Luísa sentiu pena e puxou minha mãe para um abraço forte. Eu ainda não consegui acreditar em tudo o que escutei.

— Pode acreditar, senhor Richard é um senhor forte e vai tratar dessa doença. Só agradeço também por me darem essa chance de fazer o Chase feliz. Que eu quero muito...

Minha mãe concordou chorosa e se separou da Luísa, a agradecendo. Abracei minha mãe também, não vou sentir rancor, adicionar mais ódio na minha vida não vai fazer bem.

— Cuidem desses nenês dentro da barriga, tá bom? Agora preciso ir e manter seu pai longe da empresa, depois iremos assinar todos os papéis, Chase. Obrigada por me receberem.

Concordamos e a levei até a porta, dando mais um beijo na bochecha da minha mãe como despedida. Quando ela saiu fechei a porta e me joguei no sofá, tentando processar tudo.

Meu pai tem uma doença no coração...

Posso espalhar para o mundo que amo Luísa...

E novamente, meu pai tem uma doença no coração...

— Por mais que ele tenha feito tudo, Luísa... ele quem me criou e deu tudo que tenho hoje.

Ela passou a mão nas minhas costas e usou a outra mão para pegar a minha, e pousa-la em sua barriga, onde os bebês chutavam.

— Chase, vai ficar tudo bem. Você tem nós três do seu lado e não iremos sair – concordei, ia mudar de assunto mas Luísa foi mais rápida – Agora os bebês estão pedindo comida para o papai.

Brincou e eu ri beijando sua barriga e me levantando.

— Não jantamos e nem tomamos café, como o papai pôde deixar isso? Vamos rápido que já estou pensando em alguns planos para hoje.

Grávida de um desconhecido Onde as histórias ganham vida. Descobre agora